2001 (I)

Janeiro Julho
Pátio 18 - Júpiter, Saturno, Messier 1 & 35, NGC 1528 Observatório do Pinhal do Rei VI
Fevereiro Observatório do Pinhal do Rei VII
Pátio 19 - Lua Observatório do Pinhal do Rei VIII
Pátio 20 - Planetas e Céu profundo Agosto
Março Pátio 38 - Com a webcam - Mizar, epsilon Lyrae e Albireo
Pátio 21 - Imagens do Sol e manchas Observatório do Pinhal do Rei IX
Abril Pátio 39 - Marte
Pátio 22 - Melotte 111, Messier 53, 3 e 13 Observatório do Pinhal do Rei X
Pátio 23 - Imagens do Sol Observatório do Pinhal do Rei XI
Pátio 24 - Messier 51, 81, 82, 40, 3 e 53 Observatório do Pinhal do Rei XII
Observatório do Pinhal do Rei I - Sessão pública Astrofesta 2001
Pátio 25 - Messier 96, 51, 106, 64, 2, 10, 13 e 92 Pátio 40 - Lua e Marte
Observatório do Pinhal do Rei II Setembro
Observatório do Pinhal do Rei III Aeródromo I - Vénus
Observatório do Pinhal do Rei IV - Maratona Messier e Sol Observatório do Pinhal do Rei XIII
Pátio 26 - Messier 13, 92, 5, 3, 51, 57, 56, Epsilon Lyr, Marte Pátio 41 - Conjunção de Marte e Lua
Maio Observatório do Pinhal do Rei XIV
Pátio 27 - As primeiras imagens digitais do Sol e da Lua Outubro
Pátio 28 - Imagem da Cratera Fernão de Magalhães Atalaia I - Saturno e Júpiter
Pátio 29 - Lira Observatório do Pinhal do Rei XV
ENA - Encontro Nacional de Astrónomos em Fátima Pátio 42 - Conjunção de Marte e Lua
Junho Novembro
Pátio 30 - Dobson 8", Messier 13, 92, 81, 82, 51, 57, 56, NGC 6543, 5195 e Marte Ponto da Castrinha I - Ocultação de Saturno pela Lua
Pátio 31 - Messier 57, 56, 29, 27, 94, 3 e NGC 6826 Observatório do Pinhal do Rei XVI
Pátio 32 - Messier 108, 40, 53, 102, NGC 622, 6210 e 6503 Pátio 43 - Messier 37, 36, 38, NGC 1502, 1907, 1931, 2281, 1664
Observatório do Pinhal do Rei V - Sessão pública Observatório do Pinhal do Rei XVII
Pátio 33 - Messier 104, 63, 5, 10, 12, 71, 4 e 80 Pátio 44 - Cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 34 - Messier 106, 107, 9 ,14, NGC 4449, 4490, 4244 e IC 4665 Pátio 45 - NGC 40,7160, cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 35 - NGC 6866, 6910 Atalaia II - Leónidas, cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 36 - Imagem de conjunção Lua - Marte Observatório do Pinhal do Rei XVIII
Pátio 37 - NGC 6830, 6823 Aeródromo II - Conjunção de Marte e Urano
Pátio 46 - Júpiter e Saturno
Observatório do Pinhal do Rei XIX

Pátio 18

2001.01.29
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
29 Jan 2001 22:00 a 23:10 UTC
Magnitude zénite: 4 Antoniadi: III
Muita poluição luminosa. Nuvens altas. Temperatura: menos de 10 graus
Meade ETX90EC com Autostar, Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'),
Radian 14mm (89x 40'), Microguide 12.5mm (100x 25')
Manual de campo Karkoschka

O dia até estava a correr bem, céu limpo com algumas nuvens de aspecto inofensivo e tudo parecia que se iria ter uma noite porreira para quebrar este longo interregno observacional. Ao cair do dia estava uma bela cena de Vénus e da Lua, logo seguidos por Saturno e Júpiter. Depois de tantas semanas com mau tempo, em que só era possível dar olhadelas rápidas de binóculos, este dia esta estava a prometer, mas infelizmente foi falso alarme... bah!

A sessão começou quando fui meter o ETX de "molho" no quintal, visto a diferença de temperatura ser um pouco grande. Eu deixo-o sempre apontado para a sossegada estrela Polar (alpha Ursae Minoris ADS 1477 mag. 1.97) e sua ténue companheira (mag. 9.1 a 18.3"). Aproveitei para alinhar o buscador e o QuickFinder que tiveram de ser desmontados para limpeza. Ainda demorou uma boa meia hora até a imagem das estrelas ficar mais ou menos estabilizadas. O ETX teimava em não alinhar com a Castor e com a Pollux de Gémeos (3 tentativas) tendo que usar a Castor e Betelgeuse, tendo finalmente dado o beep vitorioso. computadores..

Planetas

Ás 10 horas já era um bocado tarde para observar Júpiter e Saturno, visto que já estão no seu mergulho a Oeste. Ainda assim, deu para ir ver Saturno e seus anéis e uma ligeira sensação da Cassini. Em Júpiter, era possível ver as duas cintas equatoriais em que a NEB (North Equatorial Belt) tinha um pequeno ponto mais escuro, que julguei que fosse uma sombra de algum satélite, mas verifiquei com Starry Night Backyard que não havia nenhum trânsito a decorrer no momento, portanto deveria ser alguma tempestadezeca tropical. Muito próximo do seu trânsito estava o satélite Europa que por o planeta estar quase a pôr-se no telhado da casa do vizinho não tive oportunidade de acompanhar. O máximo de amplificação possível parecia ter parado nas 100x (Microguide 12.5), acima disso a imagem simplesmente estava uma desgraça impossível de focar. Depois da última oposição acho que estes dois têm cada vez menos para oferecer no ETX.

OCPs (Objectos de Céu Profundo)

Depois da ronda no sistema solar, fui tentar a sorte na Nebulosa do Caranguejo Messier 1 (mag. 8.4 Ø>6.0'x4.0') em Touro : Nada a dizer porque não consegui ver nada devido à P.L, mas é sempre interessante saber que são restos de uma supernova local que foi referenciada pelos chineses em 4 de Julho do ano 1052 A.C. atingindo uma magnitude de -6, sendo visível em plena luz do dia. A velocidade de expansão dos gases neste momento estima-se em cerca 1600 Km por segundo e no seu centro está um pulsar (estrela com alguns quilómetros) com 16 de magnitude, que emite radiação rádio, raio X e visível em cada 0.033 segundos.

Depois desta desilusão, mudei de tipo de objecto, porque a noite não estava muito virada para nebulosas, rumando para a constelação de Perseu de encontro ao Messier 35 (mag. 5.2 Ø35'), sendo este um dos engraçados enxames abertos do momento. È bastante rico e concentrado conseguindo-se ver algumas dezenas de estrelas de magnitudes 6,7,8,9... (mais algumas com Radian), que fazem lembrar vagamente braços de uma espiral. Outro enxame aberto parecido em muitos aspectos é o NGC 1528 (mag. 5.2 Ø35'), que também se pode dizer que é rico, mas mais espalhado, sendo algo menos impressionante devido às suas estrelas serem menos brilhantes.

Ia já todo lançado para a constelação do Cocheiro (Auriga), quando uma camada de nuvens de grande altitude começou a encobrir praticamente tudo, terminando assim a sessão. Foi pouca coisa, mas foi o que se pode arranjar...


Pátio 19

2001.02.02
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
2 Fev 2001 22:30 a 23:45 UTC
Magnitude zénite: +-3 Antoniadi: II. Lua em quarto crescente
Temperatura: amena
Meade ETX90EC Nagler 7mm (180x 28') e Barlow 2x Celestron Ultima
Manual de campo " Atlas of the Moon" de Rukl

Com a Lua nesta fase, pouco sobra no céu para observar, excepto a própria Lua, e como já não a observa-a há algum tempo fui fazer um pequeno "tour" ao longo do terminador. Mas não antes de dar uma olhadela a Saturno e Júpiter com os quais a Sra Lua formava uma "zig-zag". Em Saturno embora a 180x (Nagler) a imagem "tremilicava" um pouco, mas ainda foi possível reparar na Cassini e na sombra dos anéis. Em Júpiter a imagem estava muito má a 180x, com muito pouco contraste devido à proximidade da Lua. Como estava com uma preguiça transcendental, nem a Radian fui buscar e lá apontei o ETX para a Lua.

Quando observo a Lua, geralmente vou de pólo a pólo, seguindo o terminador e à medida que vou subindo (ou descendo), vou procurando a página do Atlas de Rukl com a área em vista. Desta vez comecei pelo Sul.

O Sul da Lua está crivado de crateras, tendo crateras para todos os gostos e feitios. A Clavius (Rukl1 225 Km) que embora não seja uma cratera mas sim um planície ladeada de montanhas, é particularmente interessante por ter no seu interior seis crateras que formam um arco crescente, começando na Rutherford (48x54 Km) e seguidas por tamanho decrescente pela Clavius D, C, N, J e JA. Também no seu interior foi possível observar outra meia-dúzia de crateras mais pequenas e em certas zonas uma espécie de picado que provavelmente seriam crateras bem mais pequenas e juntas. Na borda tem a cratera Porter (52 Km).

Subindo mais um pouco, damos obrigatoriamente com a Tycho (Rukl 10 85Km e 4850m de profundidade). Nesta fase lunar não apresenta os característicos sistema de raios que a tornam tão notória e espectacular na Lua Cheia, este raios podem ser seguidos até a uma distância de 1500 Km! e pode-se dizer que foi um "estalo" relativamente recente com "apenas" 100 milhões de anos, dando realmente aquele aspecto de embate bastante recente. Esta cratera é muito proeminente, com montanhas centrais de dimensão apreciável e uma superfície algo irregular. Logo abaixo e ligada por duas pequenas crateras estava a bastante menos impressionante cratera Street (58 Km).

Dando uma rápida passagem pelo Mare Cognitum "Conhecido", que foi baptizado com este nome depois da sonda Ranger 7 ter usado a técnica de alunagem semelhante à a Mars Polar Lander - "crash-landing" :), e que foi responsável pelas primeiras imagens em directo da superfície lunar. O crash foi perto da cratera Kuiper (6.8 Km/1330m).

Continuando a subir, chegamos ao Mare Insularum (mar das ilhas), em qual alunaram (desta vez sem se estragar nada) a sonda Surveyor 3 e posteriormente a expedição Apollo 12. Embora não fosse muito notório, este mar é conspurcado por vários montinhos e pequenas cratera, das quais se destacam a A, B e C que servem de apontador para os "landing sites" dos aparelhos atrás mencionados. Nas primeiras missões Apollo, a rapaziada da Nasa não arriscava muito, escolhendo sempre mares e zonas relativamente regulares e isentas de crateras. È notável como eles conseguiram alunar bastante perto da sonda, visto que a conseguiram recuperar e tiveram de ir a pé, porque ainda não tinham aqueles famosos "rovers". Não, não consegui ver a bandeira.....;).

Quando dei por ela, já a Lua estava a ser eclipsada por uma chaminé, dando a expedição por prematuramente terminada.


Pátio 20 - Planetas e Céu profundo

2001.02.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
10 Fev 2001 19:30 a 22:40 UTC com pausa para jantar
Magnitude zénite: +-4 Antoniadi: II. Temperatura: amena. Fumo de chaminés
Meade ETX90EC, Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'), Radian 14mm (89x 40'),
Microguide 12.5mm (100x 25')

Depois desta já demasiado longa temporada sem se praticamente poder fazer observações, finalmente lá veio uma noite para tirar a barriga de misérias, mas que infelizmente acabou com a Lua fazer das suas. Mas com a ajuda do Autostar, deu para observar/anotar um quantidade apreciável de novos objectos.
Ao fim da tarde ninguém poderia deixar de notar em Vénus: está com um brilho impressionante, um bocado para o fora de normal, sendo logo eleito o primeiro alvo da sessão.

Vénus

Embora às 7:30 ainda estivesse "alto", o simples facto de o estar a observar com o telhado de uma casa vizinha por baixo não deixava que a imagem se mantivesse quieta, mesmo a 180x a imagem estava suficientemente recortada de um crescente cada vez menor (em relação à observação anterior). Eu achei a figura do terminador um pouco estranha, assim um bocado para o bicuda nas extremidades, que segundo o que li posteriormente no The Planet Observer's Handbook de Fred W. Price, parece ser um fenómeno para o qual ainda não existe explicação definitiva. De resto, não assinalei qualquer outro detalhe.

Júpiter e Saturno

Ainda andam lá por cima e sempre prontos a dar algumas novidades. No momento da observação, estava a decorrer o trânsito da sombra de IO que se encontrava já a meio caminho e a cortar caminho ao logo da SEB (South Equatorial Belt). Ainda estive a apreciar por uns bom 10 minutos a cena, que dava a sensação 3D devido ao facto do satélite e sombra estarem próximos. Interessante. Saturno ainda apresentava a já curriqueira sombra dos anéis, e os ditos cujos com a Cassini. Alguns vizinhos mais curiosos aproximaram-se para ver o que é que se passava por ali, e aproveitei para lhes apresentar este planeta que é sempre um sucesso de bilheteira. Nas palavras de um deles :"Ah, são uns anéis... e tem uma bola lá dentro!" e quando lhes disse que estava a 1 mil milhões de quilómetros exclamaram "Eia, tão longe..." e começavam a olhar para o ETX de soslaio, e a dizer que aquela coisa deve ter sido cara....

Depois dos planetas fui executar o tour que programei para a :

Orionte (Orion)

Comecei pela a Mintaka (34 Delta Orionis 2* m2.0,6.9 sep. 52.6 PA:359) que é uma estrela com uma companheira deveras distanciada azulada. Seguida pelo Trapézio (41 Theta 1 Orionis), do qual se via as 4 estrelas mais brilhantes embora tentasse ver a quinta (E) que infelizmente não consegui. a Iota (44 Orionis m2.8,7.3 sep. 11.3 PA:141) que está bem acompanhada por estrelas brilhantes. A Sigma (48 Orionis 2* ABxC:m4.0,10.3 sep. 11.4 PA:238) é apenas uma do lindo conjunto de binárias que existem perto, uma vista muito interessante.

Enxame aberto Cr 55 (NGC 1662 m6.4 s:20.0m n*:35 br*:8.3)

Enxame relativamente pobre do qual consegui contar 15* que lhe dá uma forma rectangular enviesado.

Enxame aberto e nebulosa NGC 1977 (mag. 7.0 Ø 20mx10m)

Interessante.

Enxame aberto NGC 1981 (mag. 4.2 Ø25.0m n*:20 br*:6.3)

Enxame bem composto e grande. Consegui contar 15 estrelas que na variavam entre 6 e 9-10 de magnitude.

Nebulosa de Orion Messier 42 (NGC 1976 mag. 4.0 sb. 11.0 Ø90mx60m) e Messier 43 (NGC 1982 m9.0 sb13.0 s:20mx15m)

Devido à P.L. não estavam com muito bom contraste, mas é sempre uma vista impressionante.

Nebulosa Messier 78 (NGC 2068 mag. 8.0 sb. 12.0 Ø8mx6m)

Esta nebulosa revelou-se quase invisível, só sendo denunciada pela as duas estrelas de 10 de magnitude relativamente próximas (cerca de 57'). Necessita de céu bem mais escuro.

Enxame aberto Cr38 (NGC 2169 mag. 5.9 Ø7.0m n*:30 br*:6.9)

Um enxame interessante, onde consegui contar um dúzia de * de 6 a 8 de magnitude.

Enxame e Nebulosa NGC 2175 (mag. 6.8 Ø18.0m n*:60 br*:7.6)

Não notei a nebulosa, apenas uma dúzia de estrelas.

Cocheiro (Auriga)

Enxame aberto Messier 38 (NGC 1912 mag. 6.4 n*:100 br*:9.5 Ø21)

Grande com muitas estrelas a partir de 7 de magnitude como que a desenhar tentáculos em espiral.

Enxame aberto Messier 36 (1960 mag. 6.0 n*:60 br*:8.9 Ø12)

Menos estrelas e mais brilhantes e notoriamente mais pequeno.

Enxame aberto Messier 37 (NGC 2099 mag. 5.6 n*:150 br*:9.2 Ø20)

É uma mistura dos dois enxames anteriores. Menos estrelas que Messier 38 e menos brilhantes do que em Messier 37.

Enxame aberto NGC 2281 (mag. 5.4 n*:30 br*:7.3 Ø14)

Enxame jeitoso, algo concentrado no centro mas na generalidade esparso.

Gémeos (Gemini)

Esta constelação tem uma história com um enredo que nem um autor de novelas mexicanas seria capaz de imaginar: Ora bem, havia uma senhora chamada Leda que era casada com o Rei de Esparta, Tyndareos, que deu à luz Castor e Pollux. Mas por ter sido seduzida por Zeus (que era danado para a brincadeira) e por um milagre da genética de então, e sendo Pollux fruto dessa união, sendo portanto imortal, o que era uma consequência normal para os filhos de Zeus. Quando Castor morreu, Pollux não se dava lá muito bem com os outros deuses ia trocando lugares entre Olimpus e Hades - o mundo das trevas que é uma brincadeira muito frequente entre os gémeos (mortais). Se calhar é por causa desta história que Pollux é a alpha e não Castor que é a mais brilhante....

Estrela dupla Sh 70 (15 Geminorum 2* m6.6,8.0 sep. 27.1 PA:204)
Estrela dupla STF982 (38 Geminorum 2* m4.7,7.7 sep. 7.1 PA:145)

Estrela dupla STF924 (20 Geminorum 2* m6.3,6.9 sep. 20.0 PA:210)

Duas estrelas quase gémeas

Estrela dupla Castor (66 Geminorum 2* m1.9,2.9 sep. 4.0 PA:68)

Eis uma dupla de estrelas com um brilho intenso e muito juntas. Não consegui separá-las propriamente, mas dá para observar que tem uma forma alongada.

Enxame aberto Messier 35 (Cr 81 NGC 2168 mag. 5.1 Ø28.0m n*:200 br*:8.2)

Este enxame é um daqueles obrigatórios, um mar de estrelas. É capaz de ser o enxame aberto mais impressionante do nosso céu. Com um campo de visão de um grau fica muito bem enquadrado.

Nebulosa planetária PK 197+17.1 ( NGC 2392 mag. 8.6 sb. 6.8 Ø47sx43s br*:10.6)

Também conhecida por "esquimó" ou "palhaço" esta é uma das planetárias bem visível por pequenos telescópios. Tem uma estrela muito próximo que a torna mais fácil de encontrar e especialmente comparar. É uma pequena nebulosa acizentada redonda com a estrela central por vezes visível. Presume-se que que tenha cerca de 1700, tornando-a umas das mais jovens conhecidas, a nebulosa está a crescer 54 Km por segundo.

Caranguejo (Cancer)

Enxame aberto Messier 44 (NGC 2632 mag. 3.1 Ø95m n*:50 br*:6.3)

É um enxame enorme que nem cabe no grau da 19mm

Enxame aberto Messier 67 (NGC 2682 mag. 6.9 Ø30m n*:200 br*:9.7)

Enxame grande com estrelas brilhantes no seu centro, observei cerca de 20, tudo isto sobre um fundo que não se consegue resolver - presumivelmente as outras duzentas ;).

Cão Menor (Canis Minor)

NGC 2394 (Ø8 n*:14)

Um enxame sem classificação?! talvez seja um asterismo, mas interessante.

Unicórnio (Monoceros)

Enxame aberto NGC 2301 (mag. 6.0 Ø12.0m n*:80 br*:8.0)

Enxame peculiar cujas as estrelas mais brilhantes fazem um recta norte-sul.


Pátio 21 - Imagens do Sol e manchas

2001.03.31
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90EC

Sol em 31-Mar-2001
Sol em 2001-03-31
Projecção primária (prime focus)
800 ISO Exposição Auto - Sharp mask e correcção de cor.
Mancha "Baleia" em 31-Mar-2001
Mancha "Baleia" em 2001-03-31
Projecção de ocular 15mm 89x 800 ISO Exposição Auto correcção de cor

Pátio 22 - Melotte 111, Messier 53, Messier 3, Messier 13

2001.04.03
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
0:30 as 01:00 Locais (11:30 as 0:00 UTC)
Magnitude zénite: +-3 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Nuvens altas e baixas
Lua a caminho do Quarto Crescente
binóculo Olympus EXPS 10x42, Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

Micro sessão num buraco entre as nuvens, para matar um pouco a fome.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Enxame aberto Melotte 111 (Cr 256) mag. 1.8 Ø275.0'

Enxame aberto que ocupa completamente campo do binóculo. Não se pode dizer que seja espectacular - é um amontoado disforme de estrelas relativamente brilhantes entre 4 e 5 de magnitude, talvez seja grande demais, mesmo para os binóculos. Este jovem enxame (500 milhões de anos) está a 260 anos-luz e é enxame mais perto do nosso sistema solar depois do enxame local da Ursa Menor e das Híades.

Enxame Globular Messier 53 (mag. 7.5 Ø12.6')

Pequeno mas perceptível junto à entre alfa e um par de igual brilho de estrelas.

Cães de Caça (Canes Venaciti)

Enxame Globular Messier 3 (mag. 5.9Ø16.2')

Grande e brilhante numa zona pouco populada de estrelas. Encontra-se bem, pois fica a meio caminho da Artcuro (Alpha Bootis) com a Cor Caroli (Alpha Canis Venacitis). È o terceiro mais brilhante do Hemisfério Norte e está a cerca de 26000 anos-luz.

Hércules (Hercules)

Esta constelação ainda estava baixa, mas as muito semelhantes Nu1 e Nu2, separadas apenas por 6 minutos de arco apontaram o caminho para primeira olhadela do ano ao Enxame Globular Messier 13 (mag. 5.7 Ø16.6') - O maior dos enxames visíveis no hemisfério Norte. È uma grande e inconfundível mancha no lado direito do corpo de Hercules entre a Eta e a Zeta. Este enxame está a cerca de 21000 anos-luz e espalha-se por 140 anos-luz daí ser o mais aparentemente maior e mais brilhante.

Boeiro (Bootes)

A Arcturo é uma estrela laranja muito bonita e tem precisamente 0 de magnitude, estando acompanhada pela Eta (Muphrid) de 2.7 de magnitude e ambas estão a cerca de 36 anos-luz de distância. A constelação do Boeiro foi a terceira constelação que aprendi a reconhecer (depois das ursas), pois tinha uma forma que se assemelhava a um cone de sorvete ou com a forma de bacalhau (mais à portuguesa) e finalmente de papagaio de brincar com um "rabiosque" (eta). Depois vieram as nuvens...


Pátio 23 - Imagens do Sol

2001.04.09
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)

Sol em 09-Abr-2001
Sol em 2001-04-09
Projecção primária (prime focus
100 ISO Exposição Auto - Sharp mask e correcção de cor
Mancha "Baleia" em 09-Abr-2001
Mancha "Baleia" em 2001-04-29
Projecção de ocular 9.7mm 128x 100 ISO Exposição Auto correcção de cor

Pátio 24 - Messier 51, Messier 81, Messier 82, Messier 40, Messier 3, Messier 53

2001.04.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
22:30 as 23:45 Locais (21:30 as 22:45 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: II (estável).
Temperatura: amena. Nuvens altas e baixas
Lua a 90% e a nascer para o fim da sessão
Meade ETX90EC (hoje estava em noite sim),
Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'), Radian 14mm (89x 40'), Microguide 12.5mm (100x 25')
Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

A longa temporada de mau tempo parece estar a terminar. Embora a sessão não tenha tido nuvens nem baixas nem altas, não estava muito transparente, havendo neblina muito fina que de certo modo amplificava a poluição luminosa, daí a magnitude limite de 3. Mas por outro lado estava notavelmente estável, permitindo boas amplificações bem acima de 100x (a 7mm 180x quase a focar).

Leão (Leo)

Tentativa falhada de ver alguma galáxia nesta constelação nomeadamente as Messier 95, Messier 96 e Messier 105. Estas são todas de 9.3 de magnitude e acima e estavam bem mergulhadas nas luzes da cidade. bah...

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier ??1 (mag. 8.4 Ø9.0'x7.5')

Tive breves instantes de visibilidade desta galáxia. Detectável com visão indirecta e por tal não há muito a comentar.

Galáxias Messier 81 (mag. 6.9 Ø26.0'x14.0') e Messier 82 (mag. 8.4 Ø13.0'x6.0')

Já me estava a aborrecer não conseguir ver NADA, então lá apontei para estas duas galáxias que são sucesso garantido. A esta hora estava a transitar o meridiano dando duas das melhores observações a partir deste suburbano pátio.

Dupla estrela Messier 40 (mag. 9.0 Ø32.0')

A dupla estrela de 10 de magnitude com alguma nebulosidade (deve ter enganado o Sr.Messier). Fiz um sketch (fácil: duas estrelas próximas e mais duas ou três nas redondezas :)).

Depois, só para não dizerem que passei por lá e não disse "olá", fui tentar observar a planetária Messier 97, as galáxias Messier 108, Messier 109, Messier 101. Pondo de um modo simples: continuam "invisíveis". É necessário céu bem escuro...

Cães de caça (Canes Venaciti)

Para começar, mal comecei pelas as galáxias Messier 63, Messier 94 e Messier 106: nada (com sotaque mexicano), rien, nyet.. Mas não queria acabar a noite só com desgraças e apontei para jóia da corôa desta constelação:

Enxame Globular Messier 3 (mag. 5.9Ø16.2')

Depois de o ter observado na anterior sessão com os binóculos, fui dar um olhadela mais de perto a este excelente globular. È muito brilhante, muito grande e redondo e tem um aspecto de um fino granulado. È notório a diminuição do brilho do interior para o exterior. A 180x, o granulado era mais aparente mas bem mais escuro, ficando o prémio para a 14mm que deu um bonito "quadro". Estive cerca de 10 minutos a desenhá-la. Este enxame é um dos membros do "Trio Maravilha" conjuntamente com o Messier 13 e Messier 92 que adornam esta parte do céu.

Cabeleira de Berenice (Coma Berenices)

Enxame Globular Messier 53 (mag. 7.5 Ø12.6')

Depois do Messier 3, este enxame sabe a pouco. Mais pequeno e menos brilhante, menos resolúvel. Tinha uma aparência nebulosa, e não me parecia tão redondo. Está acompanhado por um par de estrelas iguais, a algumas dezenas de minutos de arco. Apesar disso, acho que merecia gastar alguns minutos a desenhá-lo.


Observatório do Pinhal do Rei I - Sessão pública

2001.04.11
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
22:00 às 02:00 (locais)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena, depois da meia-noite começou a formar-se uma neblina fina e a Lua já a espreitar
Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 10" e ocular de 25mm
Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 8" e ocular 9mm
refrator acromático Orion Short Tube 80mm f/5 (400mm) num tripé de fotografia (sem apontador)
SCT Meade LX200 10"
Ocular Pentax XL 14mm (Paulo Almeida)
Ocular Kasai (circle T) ortoscópica 12.5mm (Luís Carreira)
Binóculo Olympus EXPS 10x42

Sessão de observação no recinto do Observatório do Pinhal de Rei, e que agora até está alcatroado. As noites de observação parecem estar a voltar, e aqui este local é habitual ter céus de 6 de magnitude - o pior é as neblinas...

Chegando cerca das 10 horas, ainda se estava a montar os telescópios, e aproveitei o excelente céu (provavelmente magnitude 6) para visitar uma mão cheia de Messiers: Messier 35, Messier 36, Messier 37, Messier 38, Messier 42, Messier 44, Messier 67. Durante o resto da noite o binóculo serviram-me de apontador de substituição do starfinder de 10". Deu ainda para observar o duplo enxame de Perseu, Hyades e ainda os Messier 13, Messier 92 e Messier 3. O cometa C1/2001 A2 estava invisível por muito que olhasse para lá.

Orion Short Tube 80mm

Este pequeno refrator (como se o ETX90 fosse muito maior...), mostrou a meu ver o Objecto do Mês: O cometa Linear C/2001 A2 que neste momento passeia ao lado da constelação de Orion, mais precisamente junto à Saiph.
Embora já estivesse bem baixo, era bastante notório a 16x (25mm), ficando bem mais visível com a ortoscópica de 12.5mm (32x - mais contraste). Estimei o comprimento da cauda em 4 ou 5 minutos de arco. È o segundo cometa que observei num telescópio, e só por isso valeu a noite. Nota: é aproveitar nestes próximos dias pois daqui a uma semana será virtualmente impossível de observá-lo. Tendo estado meia-hora sozinho com este telescópio, aproveitei para dar uma ronda por alguns objectos de modo a avaliar melhor a sua performance. Comecei por Júpiter que nesta altura já estava a ser eclipsado por um pinheiro, mas a 32x (ortoscópica 12.5mm) deu para ver perfeitamente dois satélites (um outro, Io estava a transitar) e duas bandas equatoriais. Diga-se de passagem que os outros reflectores 6" e 8" não estavam a mostrar muito mais. A aberração cromática estava lá mas não era de escrever um postal para casa. A Orion já estava mesmo baixa, mas não impediu de ver claramente 3 estrelas do trapézio. O enxame aberto Messier 35 em Gémeos também estava excelente com a Pentax de 14mm. Na sua generalidade as estrelas estavam bem definidas e focadas, só sendo notório cromatismo nas estrelas mais brilhantes (ex: Sírio em Cão Maior). Fiquei impressionado, pode ser uma boa alternativa a um binóculo de igual abertura, com vantagem de poder ter diferentes amplificações.

Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 10"

Telescópio de serviço às mais de 20 pessoas que visitaram o local, por tal não deu para ver grande número de objectos. Entre os quais destaco Júpiter, Nebulosa de Orion (Messier 42) e o Messier 13. Júpiter já estava baixo e por tal só se conseguia ver as duas bandas equatoriais, e um dos satélites (Io) a caminho do trânsito. Ganimedes e Europa estavam muito próximos um do outro. A nebulosa de Orion (Messier 42/Messier 43) mal cabia no grau disponibilizado pela a 25mm de serviço, mas deu para mostrar aos jovens irrequietos que por lá andavam o que uma nebulosa era. Este telescópio, embora com a colimação ligeiramente "off", mostrou o enxame globular Messier 13 com um resolução notável,(quase resolvido até ao núcleo), tive cerca de 10 minutos a apreciar o que 10 polegadas de abertura podem proporcionar... Usar este tipo de montagem constrói carácter :), faz-se tudo "à pata" e com o apontador "de 30mm da treta" que tem, só havia uma solução: apontar o tubo directamente.

Meade LX200 10"

Este telescópio já viajou mais que todos os LX200 portugueses juntos, e apesar dos abanões e do uso intensivo, ópticas de qualidade, são sempre ópticas de qualidade, apesar de um bocadinho para o empoeiradas. Depois de alinhar, a precisão "GOTO" deste telescópio é impressionante, consegue colocar praticamente qualquer objecto no campo da ocular (inclusive na de 12.5mm), mesmo dando quase uma volta completa ao céu. Nesta altura já se estava a formar uma neblina que fazia aumentar mais a poluição luminosa da praia de S.Pedro e da Marinha Grande. De qualquer modo deu para fazer os "4000 metros de Messier".

A lista de objectos observados:
Messier 81, Messier 82, Messier 51 e companheira NGC 5195, Messier 13, Messier 92, Messier 105 e companheira NGC 3384, Messier 65, Messier 66, Messier 104, Messier 97, Messier 95 e finalmente a Messier 96.

São quase todos são galáxias com excepção da planetária Messier 97 e dos globulares Messier 13 e Messier 92.

Galáxia espiral Messier 104 (mag. 8.0 Ø8.9'x4.1')

a galáxia do "Sombrero" que é grande, muito alongada e com um núcleo grande e muito brilhante. Um dos melhores exemplos de uma galáxia vista de lado.

Nebulosa planetária Messier 97 (mag. 11.0 Ø3.4'x3.3')

Esta planetária na Ursa Maior foi decepcionante. Pouco ou nenhum detalhe, sendo necessária mais magnificação (não havia disponíveis oculares de menor comprimento focal). Estou a ver que vai ser extremamente difícil de a observar no ETX e não passará provavelmente de uma estrela muito fraquinha.

Galáxia irregular Messier 82 (mag. 8.4 Ø13.0'x6.0')

È provavelmente uma das galáxias mais estranhas que se pode observar visualmente. È um grande risco grosso com textura irregular, e dá a sensação de ser maior que a vizinha Messier 82, embora, de facto não o seja.

Estrela dupla Castor (Alfa Gemini) (Mag1.9 e Mag2.9 sep. 3.9")

As estrelas pareciam que tinham problemas capilares (bem felpudos) devido à já baixa altitude (turbulência) e talvez a alguma descolimação? - foi difícil de focar, mas no entanto separou.

Por fim, aguardamos que a Lua subisse mais um pouco mais para perdermos de vez a visão nocturna... e para começar a arrumar o local.


Pátio 25 - Messier 96, 51, 106, 64, 2, 10, 13 e 92

2001.04.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
00:30 as 01:45 Locais (11:30 as 00:45 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena
Céu pouco transparente com neblina que aumentava a P.L.
Meade ETX90EC , Panoptic 19mm (66x 1°), Radian 14mm (89x 40'), Kasai ortoscópica 12.5mm (100x 25')
Manual de campo Karkoschka

Preâmbulo

Mesmo com a magnitude limite de 3, existem sempre alguns objectos que valem a pena observar. A falta de bom tempo para observação obriga a "apanhar" todos os buraquitos que apareçam... e para ir dando rodagem à ocular nova - uma ortoscópica de 12.5mm, que está à espera que Marte se ponha a jeito.

Leão (Leo)

Esta constelação alberga meia dúzia de galáxias Messier que nunca consegui observar, ou melhor, detectar com o ETX. Embora tenha opinião que sejam visíveis com um céu escuro, pois são todas de magnitude inferior a 10, possuem um brilho de superfície razoável e ao alcance do ETX. O que torna realmente complicado, é a constelação passar por cima do clarão da cidade de Leiria.

Dos Messier 95, Messier 96, Messier 65, Messier 66 e finalmente da Messier 105 apenas consegui detectar a galáxia espiral Messier 96 (mag. 9.3 Ø7.5'x5.0'), que não passava de uma pequena nebulosidade muito ténue, quase imperceptível - mas estava lá.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Eis outra constelação que também tem uma mão cheia de galáxias Messier e mais um enxame globular. Nesta tive um bocadinho mais de sorte.

Galáxia espiral Messier 51 (mag. 8.4 Ø11.0'x7.8')e companheira NGC 5195 (mag. 9.6 Ø5.4'x4.3')

Estavam detectáveis, mais propriamente os seus núcleos. Com visão indirecta apenas se conseguia observar um pouco mais de nebulosidade.

Galáxia espiral Messier 106 (mag. 8.3 Ø18.0'x7.9')

estava bem perceptível. Grande e parecia ter uma forma alongada, mas não consegui ver mais características.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Galáxia espiral Messier 64 (mag. 8.5 Ø9.3'x5.4')

Esta galáxia é detectável com visão directa, pareceu-me grande e pouco arredondada. Também é conhecida pela galáxia "blackeye" devido a ter uma zona mais escura que parece um olho.

Ofiúco (Ophiuchus)

Já cansado de ver as ópticas sujas (ler galáxias), fui ver uns enxames globulares a esta constelação:

Enxame globular Messier 12 (mag. 6.8 Ø15.0') e enxame globular Messier 10 (mag. 6.6 Ø15.0')

A descrição destes dois pode ser em conjunto pois no ETX são muitos semelhantes, quer no tamanho quer na resolução de estrelas - nenhuma. Aparência desinteressante especialmente face à "concorrência" nas vizinhanças.

Hércules (Hercules)

Para acabar bem a noite fui dar as minhas boas vindas a dois dos melhores globulares do nosso céu:

Enxame globular Messier 13 (mag. 5.7 Ø17.0')

O melhor exemplo deste tipo de objecto. A observação atenta e demorada, pode ajudar a resolver bastante estrelas, mas de resto é um enorme bola de textura granulada. A 14mm deu um belo "quadro".

Enxame globular Messier 92 (mag. 6.4 Ø11.0')

Mais pequeno e menos brilhante que o anterior, mas com o núcleo aparentemente mais brilhante e concentrado. Consegue-se resolver mais estrelas que no Messier 13.


Observatório do Pinhal do Rei II

2001.04.18
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
23:00 às 01:20 (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Muito nublado com algumas abertas e vento, muito vento
Orion Shortube 80mm f/5, Konus 70mm f/10 com diagonal e ocular Meade, Nagler 7mm

As condições atmosféricas realmente não ajudaram nada, mas montou-se o aparato na esperança de observar alguma coisa. Estava a pensar observar o cometa linear c/2001 A2 com o ETX, mas paciência.

Os poucos que se conseguiram ver entre as nuvens:

Messier 13

No Orion e com a ocular de 25mm (16x) quase que se podia passar por ele sem o ver. A magnificação utilizada requere alguma habituação, pois mesmo o Messier 13 é bastante pequeno e difuso. Com a Nagler 7 (57x), já mostrava a típica textura granulada e num tamanho decente, mas o tripé de fotografia no qual o telescópio estava montado parecia feito de canas verdes :).

Messier 44

O "Presépio" em Caranguejo esteve muito bem enquadrado a 16x, mostrando os típicos pares de estrelas. Deu para impressionar a meia dúzia de "caloiros" que por lá apareceram.

Messier 81/Messier 82

Estas duas galáxias da Ursa Maior foram perfeitamente visíveis, embora ténues a 16x, inclusive notava-se a forma rectangular da Messier 82. Alguns dos "caloiros" conseguiram observá-las. O campo de visão (3 graus) estava moderadamente populado de estrelas e as duas galáxias muito bem enquadradas, visto estarem distanciadas em 1 grau.

Houve ainda alguma actividade meteórica, incluíndo pelo menos dois, que se poderiam considerar "bólides". Um deles foi tão brilhante que se consegui observar mesmo com o céu completamente coberto.


Observatório do Pinhal do Rei III

2001.04.21
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
15:00 às 01:00++ (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (estável).
Temperatura: +25 durante a tarde
Muito nublado com algumas abertas e vento
Meade ETX90EC, Orion Shortube 80mm f/5 em tripé,
Megrez 80 f/5,6 em montagem equatorial alemã, Meade LX200 10",
dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
um arsenal de oculares, webcam modificada, filtros solares 1000 Oaks e Baader
Luís Carreira, João Clérigo e Hugo Silva entre outros.

Foi um dia comprido, começando cerca das 15:00, ainda com céu sem quase nuvens nenhumas embora ventoso. Nada fazia antever que no início da noite acabasse por cobrir completamente. Neste caso eram mais telescópios que pessoas, tornando esta sessão um pouco fora de comum mas, no entanto interessante, porque deu oportunidade de fazer uma comparação directa de performance entre os diversos telescópios.

Durante a tarde o único astro observável era obviamente o Sol, que naquele momento apresentava três grupos de manchas solares, o maior dos quais que foi o maior grupo que observei até à data. Este grupo tinha uma distribuição interessante com a zona central "polvilhada" de pequenas manchas. Tive ocasião de observar o Sol nos 4 telescópios disponíveis inclusive com o filtro 1000 Oaks type 2+ e o filtro Baader que Hugo Silva fez para o seu Megrez 80mm. Por curioso que possa parecer, o detalhe visível era praticamente igual em todos os telescópios quer com o 1000 Oaks quer com o Badeer, inclusive no LX200 de 10", que apesar da abertura encontrava-se limitado pela a turbulência natural de um dia em que a temperatura estava bem alta.

solO filtro 1000 Oaks mostra o Sol cor de laranja claro, ao passo que o Badeer mostra em tons de cinzento. Tal característica, no meu ponto de vista, é secundária para quem observa, excepto que os tons cinzentos evidenciam uma outra menos desejável característica dos refratores - a aberração cromática - que embora no Megrez e Orion fosse noticiável, não era muito incomodativa, usando o 1000 Oaks nos refratores de certo modo disfarçava a aberração (amarela). No ETX e no LX simplesmente não existia.Resta-me salientar que o Megrez pareceu-me aguentar bem grandes magnificações, e que era notoriamente mais brilhante que o ETX com o filtro baader.

Durante a sessão fizeram-se uns filmes (AVI) do Sol com uma webcam modificada pelo Hugo, a Creative WebCam III, do qual se conseguiram extrair umas "frames" com detalhe até bastante aceitável. Já com o Sol a começar a mergulhar no mar a Oeste, arrumamos o material e fomos todos jantar, ao qual ainda se juntou o Pedro Pereira e colega que vieram de Aveiro para a Maratona de Messier. (O jantar foi um delicioso bacalhau com natas).

Chegando perto das nove horas da noite ao Observatório, começou-se a montar o material para a planeada Maratona de Messier. As nuvens eram cada vez mais, e de maratona passou para corrida de obstáculos, pois a maior dificuldade era encontrar um buraco nas nuvens para conseguir por um visto na lista de objectos a observar.
Sem grandes pressas, ainda deu para riscar cerca de meia dúzia de objectos e alguns trocados:

Os manuais de campo utilizados foram os Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)e "Observar o céu profundo" de G.Almeida e P.Ré.

Eis a minha lista:

Cocheiro (Auriga)

Messier 36, Messier 37, Messier 38

Orionte (Orion)

Messier 42, Messier 43, Messier 76 (invisível)

Caranguejo (Cancer)

Messier 67, Messier 44

Gémeos (Gemini)

Messier 35 e nebulosa planetária do esquimó

Leão (Leo)

Messier 96, Messier 95 e Messier 105 estavam invisíveis.
Messier 65 e Messier 66 (invisíveis)

Ursa Maior (Ursa Major)

Messier 81, Messier 82

Cães de Caça (Canes Venatici)

Messier 51 e companheira

Hércules (Hercules)

Messier 13 e Messier 92

Lira (Lyra)

Messier 57

Estive conjuntamente com o Hugo, a fazer uma comparação directa do ETX (60x) vs Megrez (50x) no enxame globular Messier 13. Ambos mostravam praticamente a mesma resolução e brilho, com ligeira vantagem do Megrez em ambas as categorias. Em galáxias, o Megrez ganhou em todas as frentes (gasp..). O ETX estava com a ocular Intes Wide (70graus) de 21mm e o Megrez com a Vixen Lanthanum de 9.5mm. A Intes é extraordinariamente pequena tendo em conta a distância focal e campo aparente, bem mais pequena e leve que a Panoptic de 19mm, mas no entanto pareceu-me ter boa performance.

O reflector dobsoniano de 20cm do Pedro Pereira, mostrou ter uma muito boa performance óptica, revelando os Messiers (e alguns NGCs nas vizinhanças) com bastante facilidade. Por exemplo, o Trio de Leão cabia todo no mesmo campo e eram de visão directa. Na Messier 51 deu sinais de revelar a estrutura em espiral. Achei a montagem dobsoniana muito prática e simples de manejar. No que diz respeito ao "setup" é só o tempo de colocar o tubo óptico na caixa e está pronto a ser utilizado. Também estava equipado com um Rigel Quickfinder 1x que a meu ver é essencial para apontar _qualquer_ telescópio manualmente.

Com a devida prática, e algum conhecimento do céu, é extremamente rápido apontá-lo para qualquer objecto e tendo um generoso espelho de 20cm, torna-se mais fácil encontrar objectos, tais como as galáxias de Messier que são de longe mais brilhantes. Também lá estiveram dois Meade LX200 de 10" em modo GOTO, portanto a meu ver "extra" competição, mas de qualquer modo interessante para comparações directas.

De resto, foi pena as condições meteorológicas não colaborarem, e também por não ter tido muito afluência - uma dúzia de pessoas no máximo. Enfim, fica para a próxima...


Observatório do Pinhal do Rei IV - Maratona de Messier e Sol

2001.04.25
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
23:50 às 01:20 (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (+-estável)
Temperatura: amena
Muito nublado com algumas abertas onde calhavam com duração de 2 a 5 minutos
SCT LX200 16" em montagem equatorial controlado por AstroArt 2.0 Deluxe
Vixen Superwide 32mm 2" (125,00 31'), Vixen Superwide 8mm 1.25" (500,00x 8') e Televue Panoptic 19mm (211x 18')

As condições atmosféricas não permitiram realizar a habitual sessão das 4ª feiras, pois para telescópios manuais, torna-se complicado observar/apontar para alguma coisa. As abertas eram frequentes mas de pouca duração, mas ainda deu para observar alguns objectos. Eis alguns dos objectos que mais me impressionaram :

Virgem (Virgo)

Galáxia espiral Messier 104 "Sombrero" (mag. 8.0 Ø8.9'x4.1')

Na Panoptic, esta galáxia deixava pouco espaço em redor - um "banho" de galáxia - a faixa de poeira equatorial que a atravessa de um lado ao outro era de visão directa. Muito alongada, grande e brilhante.

Galáxias em espiral NGC 4567 (mag. 13.1 Ø3.1'x2.2') e NGC 4568 (mag. 13.1 Ø4.6'x2.2') "Gémeos Siameses"

Galáxias interactivas que no seu aspecto geral (um pouco difuso) pareciam um croissant. Lá perto estava a galáxia NGC 4664 (mag. 11.2 Ø3.5'x3.5') , mais brilhante, mas mais pequena. Com um 16" tem-se tendência em tropeçar em galáxias :) - estão por todo o lado.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia espiral Messier 51 (mag. 8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (mag. 9.6 Ø5.4'x4.3')

A 32mm revelava com facilidade a estrutura espiral desta galáxia - embora não fosse de visão imediata. O que a Messier 104 é "de lado" é a Messier 51 vista "de cima" - um espectáculo. Tentou-se em vão observar a "ponte" de ligação entre as duas galáxias, mas não se conseguiu.

Nebulosa planetária Messier 97 (mag. 11.0 Ø3.4'x3.3') "Nebulosa da Coruja"

Uma das minhas "cruzes" no meu catálogo de Messier através do ETX90. Pode-se dizer que é grande mas muito difusa. Não consegui discernir os "olhos da coruja" nem a estrela central.

Lira (Lyra)

Nebulosa planetária Messier 57 (mag. 9.4 Ø 86"x62") "Nebulosa do Anel"

A rainha das planetárias - na 8mm (500x) é simplesmente ENORME, embora com esta amplificação fosse difícil focar. Era no entanto notório muito detalhe no próprio anel e infelizmente a estrela central teimou em não aparecer :(.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (mag. 5.7 Ø17.0')

Resolução total - com a 8mm consegue-se observar o espaço entre as estrelas - no núcleo!. Estrelas por todo o lado - notava-se certos padrões que se assemelhavam (com um pouco de imaginação). Este é um tipo objecto que se observa melhor ao vivo do que em imagens. Impressionante.

Marte

Marte ainda estava muito baixo à meia-noite e meia, e até ao fim da sessão o telescópio esteve para lá apontado aproveitando todas as abertas que surgiam. O planeta já tem um tamanho aparente bastante razoável mas a sua baixa altitude pouco deixou ver - apenas a cor laranja pálida e um auréola branca no pólo sul, que provavelmente era originada por turbulência atmosférica. A próxima oposição promete....

E ainda as minhas primeiras imagens digitais

Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:08
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:08

Canon Powershot G1 - f3.2 8s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:10
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:10

Canon Powershot G1 - f2.5 4s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:04
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:04

Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 26-Abr-2001 21:45
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:45
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 6s 50 ISO
Estavam umas nuvens a filtrar a Lua

Pátio 26- Messier 13, 92, 5, 3, 51, 57, 56, Epsilon Lyrae, Marte

2001.04.28
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
02:20 as 03:45 Locais (01:20 as 02:45 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: II (estável+)
Temperatura: amena. Céu transparente e estável
Meade ETX90EC, Panoptic 19mm (66x 1°), Radian 14mm (89x 40'), Kasai ortoscópica 12.5mm (100x 25'),
Nagler 7mm (180x 28'), Barlow Ultima 2x

Preâmbulo

Cerca das duas da manhã, estava a ver se encontrava alguma coisa na cozinha para roer quando me lembrei de ir ver como é que estava o céu... Este tipo de noites são raras aqui, neste suburbano e obstruído quintal. A amplificação utilizável podia ser a máxima teórica para o ETX90 (165x). A Nagler de 7mm, que em regra é "condenada" a observar da Lua, e raramente os planetas, devido à sua magnificação com o ETX de 180x teve uma noite em cheio...

Enquanto o ETX estabilizava (cerca de uma hora), fui observando os grandes enxames globulares que animam estas noites de Primavera.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (mag. 5.7 Ø17.0') enxame globular Messier 92 (mag. 6.4 Ø11.0')

Estes enxames estiveram particularmente bem (para um ETX90). Embora mesmo apresentassem a habitual textura granulada, era possível por breves instantes ver um bocado mais de resolução.

Cães de Caça (Canes Venatici) e Serpente (Serpens)

Enxame Globular Messier 3 (mag. 5.9Ø16.2') e Enxame Globular Messier 3 (mag. 5.8 Ø17.4')

Dois globulares muito semelhantes e interessantes.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia espiral Messier 51 (mag. 8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (mag. 9.6 Ø5.4'x4.3'

Nesta altura estava praticamente no zénite. Em todas as oculares era visível os núcleos das duas galáxias e a área circundante algo difusa. Não foi observável qualquer estrutura.

Lira (Lyra)

Às três da manhã já se encontrava bem alta, e aproveitei para observar os meus objectos de teste de resolução e contraste favoritos.

Nebulosa planetária Messier 57 (mag. 9.4 Ø 86"x62") "Nebulosa do Anel"

O buraco do anel era perceptível com todas as oculares e magnificações utilizadas. A minha preferida foi a 7mm (Nagler) que mostrava o buraco sem sombra para dúvidas.

4 5 Epsilon Lyrae (AB:m5.4,6.5 sep. 2.6" e CD:m5.1,5.3 sep. 2.3")

Separação perfeita - embora a 66x não fosse imediatamente perceptível. Nas restantes oculares de comprimento focal menor (14, 12.5 e 7 mm) as estrelas estavam perfeitamente separadas e distintas. Atestando assim um noite com muito boa transparência. A 7mm (180x) tinha uma focagem quase perfeita. Dai em diante a Nagler passou a ocular de serviço.

Enxame globular Messier 56 ( mag. 8.5 Ø7.1)

pouco definido e pouco brilhante, mas definitivamente granulado.

Marte

Este planeta a olho nu já tem um brilho intenso que rivaliza com a Antares (Alpha Scorpii). Mudando o telescópio de local, de modo a que tivesse uma linha de visão afastada o mais possível de telhados, lá o apontei e para grande espanto meu, realmente vi uma bola de tamanho apreciável, cor de laranja claro e com zonas escuras!. Era possível ver detalhe na superfície do planeta!. A zona escura tinha uma forma de crescente que se espalhava pela a superfície do planeta nas zonas equivalentes às temperadas. Usando o mapa da S&T de Maio, não consegui calcular qual o meridiano na altura, mas foi uma grande surpresa. Como a noite estava com pouco turbulência, experimentei várias combinações de oculares, sendo as vencedoras a ortoscópica 12.5mm+ Barlow 2x (200x) que deu a amplificação "óptima" seguida da Nagler de 7mm (180x).

Marte foi um dos primeiros objectos que observei quando comprei o ETX90 no Verão de 1999. Nessa altura, o planeta encontrava-se relativamente próximo da Espiga (alfa de Virgem) e o que na altura observei deixou-me um pouco desiludido - não passava de uma pequena bola laranja sem nenhum detalhe.

Nunca julguei ver este detalhe em Marte, que embora com o tamanho corrente 14" já é gratificante observá-lo. Só é pena não subir muito na nossa latitude (38.5 - 40), perdendo-se com certeza algum detalhe nos quilómetros a mais que atravessa de atmosfera em relação a latitudes inferiores. A observar sempre que se puder - vale a pena.


Pátio 27 - As primeiras imagens digitais do Sol e da Lua

2001.05.07
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Sol em 07-Maio-2001
Sol em 2001-05-07 12:50 UTC
Afocal com ocular plossl de 40mm
Canon Powershot G1 F2.5 1/500s 50 ISO

e a primeira da Lua ...

Lua em 6-Maio-2001
Lua em 2001-05-06
Afocal com ocular plossl de 40mm
Canon Powershot G1 F2.5 1/500s 50 ISO

Pátio 28 - Imagem da Cratera Fernão de Magalhães

2001.05.11
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Eis a "nossa" cratera Fernão de Magalhães 41 km de diâmetro. A de Colombo mais abaixo (71 km) é um bocadito maior...

Lua em 11-Maio-2001
Lua em 2001-05-11
Afocal com Radian 14mm + Barlow (180x)
Canon Powershot G1 F2.0 1/40s 200 ISO
Lua e Marte 11-Maio-2001
Lua e Marte 11-Maio-2001 01:43
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Estavam umas nuvens a filtrar a Lua, o que deu um certo jeito para por maior exposição sem "queimar"

Pátio 29 - Lira

2001.05.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Constelação de Lira 14-Maio-2001
Constelação de Lira 14-Maio-2001 01:47
Canon Powershot G1 -RAW f2.0 8s 400 ISO

ENA - Encontro Nacional de Astrónomos em Fátima

2001.05.20
Encontro Nacional de Astrónomos (ENA) em Fátima - Pátio do C.E.F (Centro de Estudos de Fátima)
O dia 19 todo e toda a madrugada do dia 20.
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo até o Sol nascer, sem humidade
Meade ETX90EC , Megrez 80mm, LX200 10" f/6.3, Dobson 8" f/6. ETX125 EC em montagem equatorial

Preâmbulo

ENAÈ sempre com agrado que recebo a notícia de mais um evento de astronomia, mais ainda, se for para ter continuidade nos anos vindouros. Este primeiro encontro teve a "benção" de S.Pedro, que fez com que nem uma nuvem marcasse presença - sorte de principiante - hehe.

Infelizmente, só pude chegar depois das 5h da tarde, perdendo grande parte das palestras, apenas assistido à palestra do A. Cidadão acerca do estudo dos Planetas e a palestra do Lino Tinoco e Pedro Pereira sobre um interessante paralelograma binocular ABMM (Amateur Binocular Mount Making),ENA que relativamente pouco dinheiro, concorre directamente com outros.

Durante a tarde esteve disponível um LX200 de 10" com filtro solar, para mostrar a já costumeiras manchas que ainda continuam a salpicar o nosso Sol. Marcaram também presença, as lojas de artigos Galáctica Messier 51 e a Brightstar, com exposição e venda diversos telescópios, binóculos, oculares, filtros, livros, entre muitas outras coisas.

1ª sessão (até ao jantar)

ENAMesmo antes do jantar, já com o Sol a desaparecer no horizonte, houve oportunidade de observar o Planeta Júpiter, no qual ainda foi possível observar pelo menos dois cinturões e três satélites. Mais acima, a 3 ou 4 graus estava o sempre complicado e de breve aparição Mercúrio, que embora existisse muita turbulência atmosférica era notória a sua fase (praticamente em Quarto Crescente).

PS: Os bifinhos com natas estavam deliciosos....

2ª sessão (até à chouriça assada)

ENAComeçou-se pelas habituais "gemas" - a grande planetária Messier 57 em Lira, o grande globular Messier 13 em Hércules, as inseparáveis galáxias Messier 81 e Messier 82 na Ursa Maior e pela galáxia espiral Messier 51 (e companheira) em Cães de Caça. Estes objectos podem manter entretido o pessoal visitante durante um hora ou duas.

ENAO planeta Marte começou-se a observar provavelmente um pouco de cedo demais (muito baixo cerca da 1h da manhã), mas o seu brilho intenso "obrigou" a dar umas espreitadelas durante toda a noite. Tive então oportunidade de experimentar alguns filtros que de certa forma melhoram o contraste das zonas escuras do planeta que de qualquer modo eram visíveis a todos os que tiveram oportunidade de observar por qualquer um dos telescópios presentes o ETX90, ETX125 e o LX200 10".
Curiosamente houve uma altura em que os três telescópios estiveram apontados para o mesmo objecto - A nebulosa planetária Messier 27 - onde que embora fosse até bastante visível no ETX90, a diferença de brilho era notória... PS: Para quem tiver curiosidade de saber que marcas de albedo no planeta Marte eram aquelas: no hemisfério Sul era a zona do Mare Erythraeum no Hemisfério Norte era a zona do Mare Acidalium. De resto, ainda deu para observar uma mão cheia de objectos, essencialmente de Messier - Messier 11, Messier 4, Messier 80, Messier 8 na zona de Sagitário e Escorpião, Messier 29 e Messier 39 em Cisne, incluíndo a dupla de Albireo, Messier 56 e dupla-dupla de Lira e finalmente um asteróide (Pallas) e o planeta Urano (muito pequeno).

3ª sessão (até ao Sol nascer...)

ENAJá com o corpo aconchegado, fomos (agora cerca de meia dúzia de resistentes) fazer tempo para ver a passagem da ISS (estação espacial) que estava e prevista para as 4:02 da madrugada e que não falhou - Fizemos a "aquisição" na zona da Ursa Menor, acompanhado-a pela Cassiopeia até mergulhar a Nordeste uns minutos depois. A magnitude pode ter chegada a -3 ou -4. No binóculo era uma luz alongada. No minuto seguinte, assistiu-se a um flare de Iridium de grande intensidade - talvez maior do que a da ISS.

Retornando aos telescópios, apontou-se para a Galáxia de Andrómeda Messier 31 e satélite Messier 32, que já estavam altos até Vénus estar a uma altura suficiente de ser observado. Vénus estava à semelhança de Mercúrio, com uma fase quase "de Quarto". Já com o céu a Este a começar a ficar azul iniciou-se a arrumação dos telescópios e assim se passou o 1º ENA...


Pátio 30 - Dobson 8", Messier 13, 92, 81, 82, 51, 57, 56, NGC 6543, 5195 e Marte

2001.06.07
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
22:30 as 00:30 Locais (21:30 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena, céu praticamente limpo. Lua tinha acabado de nascer
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26')
filtro Lumicon deepsky e barlow Ultima 2x
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)deluxe, Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

A Lua, o céu nublado, e as luzes das casas vizinhas não tem ajudado muito os diversos "First Lights" da minha última aquisição. O céu quando limpo, não ia para além dos 4 de magnitude no zénite, o que em nada ajuda a busca de objectos com um telescópio manual e por agora, apenas equipado com o Quickfinder.

Mas nesta quinta-feira, a Lua só nascia às 10 horas da noite, e apesar de se conseguir ver poucas estrelas, aproveitei para dar uma olhadela a velhos conhecidos fáceis de encontrar.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (mag. 5.7 Ø17.0')

Praticamente resolvido em toda a sua extensão, e bastante impressionante na Nagler de 7mm, enchendo grande parte da imagem com muitas centenas de estrelas. Devido à magnitude limite e à Lua já estar a nascer, o contraste não era muito (céu pouco escuro).

Enxame globular Messier 92 (mag. 6.4 Ø11.0')

Bastante mais pequeno que o Messier 13, mas com núcleo bem concentrado e brilhante, mas em grande parte resolvido.

Dragão (Draco)

Nebulosa planetária NGC 6543 (mag. 8.3 Ø22.0"x16.0" c*:10.9) "Olho do Gato"

Esta planetária, também chamada "Olho do gato" (Cat's Eye), é muito brilhante e aparentava ser um disco quase perfeito. O brilho era uniforme em toda a sua extensão. Lá perto estava uma estrela de magnitude semelhante, não notando no entanto, mais nenhum detalhe adicional. Estima-se que estrela central está entre 2000 a 3000 anos-luz e começou a perder gases há cerca de 1000 anos.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxias Messier 81 (mag. 6.9Ø26.0'x14.0') e galáxia irregular Messier 2 (mag. 8.4 Ø13.0'x6.0')

Apesar das condições, eram ambas as galáxias eram visíveis no campo da Panoptic de 19mm. A Messier 82 aparentava ser maior.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Galáxia espiral Messier 51 (mag. 8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (mag. 9.6 Ø5.4'x4.3')

Ambos os núcleos visíveis, com alguma nebulosidade a rodeá-los. Detalhes dos braços provavelmente só em céu bem mais escuro.

Lira (Lyra)

Nebulosa planetária Messier 57 (mag. 9.4 Ø86"x62") "Nebulosa do Anel"

Um anel cinzento enorme na Nagler 7mm sem sombra para dúvidas, bastante mais evidenciado usando o filtro deepsky da lumicon. De soslaio deu para ver uma estrela de magnitude 12.

Enxame globular Messier 56 (mag. 8.3 Ø7.1')

Este pequeno e pouco brilhante enxame, apresentava-se com muito poucas estrelas resolvidas, quase nebuloso. Provavelmente por ser constituído por estrelas a partir de magnitude 11 não ajuda muito...

Marte

A turbulência atmosférica era grande, mas eram bastante notórias as marcas escuras da superfície, especialmente a Syrtis Major. O brilho do planeta é intenso para um telescópio de 20cm. A combinação ganhadora foi a ortoscópica de 12.5mm + Barlow 2x que em muitos breves momentos deu imagens claras do planeta. Está-me a parecer que tenho de comprar uns poucos de filtros de coloridos....

Aproveitei ainda para fazer algumas imagens da Lua e de Marte com a Canon G1, que estavam bastante próximos um do outro.

Conjunção Lua Marte
Lua e Marte 07-Junho-2001 01:16
Canon Powershot G1 -RAW f2.0 8s 400 ISO

Pátio 31 - Messier 57, 56, 29, 27, 94, 3 e NGC 6826

2001.06.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
01:15 as 02:00 Locais (11:15 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo (grande aberta)
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'), filtro Lumicon deepsky Sky
Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

Aproveitando uma grande aberta nestes atípicos dias de Verão, usei o Dobson de 200mm para ver pela a primeira, alguns objectos.

Lira (Lyra)

Esta constelação já estava bem alta, e aproveitei para para dar uma olhadela rápida nos Messiers desta constelação.

Nebulosa planetária Messier 57 (mag. 9.4 Ø86"x62") "Nebulosa do Anel"

Estando o céu ligeiramente mais escuro que nas sessões anteriores, esta planetária "saltava" do meio das estrelas, a combinação da Radian (87x) e filtro deepsky resultou numa paisagem impressionante.

Enxame globular Messier 56 (mag. 8.3 Ø7.1')

Esta foi a melhor a observação até ao momento deste objecto, que embora não tenha a espectacularidade dos grandes enxames, ganha pela a sua localização num campo de estrelas bem rico. Tinha um aspecto granular com talvez uma dezena ou duas de estrelas resolvidas. Apesar de não ter estrelas brilhantes perto, é bastante fácil de encontrar a "olho": basta traçar entre uma recta entre a Sigma de Lira e a Albireo (Beta de Cisne), estando exactamente a meio dessa recta.

Cisne (Cygnus)

Logo abaixo da Lira, estava a constelação de Cisne que, é a meu ver uma das constelações "multi-usos", sendo muito interessante à vista desarmada, binóculos e telescópio, pois passando lá o plano galáctico (braço da Via láctea) é um ninho de estrelas e enxames abertos.

Gamma Cygni (Sadr)
Gamma Cygni (Sadr)
Canon Powershot G1 f2.5 8s 400 ISO
Area da Sadr com muitas estrelas e muitas áreas "nebuladas"

Enxame aberto Messier 29 (mag. 6.6 Ø7.0')

È um pequeno e brilhante conjunto de cerca de uma dúzia de estrelas branco-azuladas, que se destaca desta algo confusa área do Céu. As estrelas mais brilhantes (entre 8 e 9 de magnitude), dão-lhe uma forma mais ou menos quadrada (trapezóide). Está situado a 7200 anos-luz e seu tamanho estima-se em 15 anos-luz um luminosidade de 50000 sois.

Nebulosa planetária >NGC 6826 (mag. 8.8 Ø27"x24") "Blinking Nebula"

Planetária situada na ponta da asa direita do Cisne, bem mais pequena que a Messier 57, mas no entanto mais brilhante. O disco da nebulosa é praticamente perfeito, o que a baixa amplificação, dificulta a sua localização, parecendo um estrela ligeiramente desfocada. Uma vez encontrada, é só utilizar mais amplificação para revelar bem melhor a nebulosa. Não consegui observar a estrela central de 11 magnitude, porque entretanto pôs-se um nuvem entre nós. O efeito "blinking" - (ver nebulosa - ver estrela alternadamente) não me pareceu evidente.

Estrela dupla Albireo (Beta Cygni)

A mais bonita dupla para pequenos telescópios. Ilustra muito bem a diferença de cores que as estrelas podem ter. Têm magnitudes de 3.09 e 5.11 e estão separadas por 34.3 segundos de arco. Presume-se que este par esteja a 410 anos-luz, e que a distância entre elas seja no mínimo de 55 sistemas solares (Burnham's).

Raposa (Vulpecula)

Nebulosa planetária Messier 27 (mag. 8.8 Ø8'x5.7') "Dumbbell Nebula"

Planetária vista de lado e com grande tamanho aparente, com forma rectangular arredondada, parecendo ter sido arrancada à dentada dois bocados, assemelhando-se vagamente a um sino. Está localizada numa zona moderadamente populada de estrelas. Situa-se a cerca de 900 anos-luz, e estima-se que tenha 2.5 anos-luz de extensão. A sua estrela central de 13.5 não foi observável. Uma das jóias do céu de Verão.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Constelação vizinha da Ursa Maior, bem modesta com apenas duas estrelas brilhantes.

Galáxia espiral Messier 94 (mag. 8.1 Ø11.0'x9.1')

Galáxia pequena e redonda, com núcleo bastante intenso e com alguma nebulosidade em redor, mas com pouca estensão. Assemelha-se em formato a um exame globular sem nenhuma estrela resolvida.

Enxame globular Messier 3 (mag. 5.9 Ø16')

Este enxame é muito brilhante e grande, e em grande parte fica resolvido, sendo um dos mais espectaculares de observar, a par do Messier 13. Mas é, no entanto um bocado complicado de encontrar. Nesta noite as únicas estrelas visíveis nas proximidades era Cor Caroli (alfa de CVn) e a Arcturo (alfa de Boeiro) que distam de 26 graus!. Bem, é muito simples, traça-se uma recta entre estas duas estrelas e fica sensivelmente a 40 porcento da distância partindo da Arcturo, é um salto grande, mas chega-se lá, e vale a pena o esforço. Digna de nota, fica também a Cor Caroli que é uma dupla estrela com magnitudes de 2.9 e 5.6 separadas por 19.3 segundos de arco. Messier 3 está entre 35000 e 40000 anos-luz e tem um tamanho de 220 anos-luz.


Pátio 32 - Messier 108, 40, 53, 102, NGC 622, 6210 e 6503

2001.06.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
22:30 as 0:30 Locais (21:30 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

2ª sessão de observação neste Domingo solarengo. Só vou descrever os novos objectos observados.
Depois de me ter convencido a mim próprio que tinha de observar as listas de Messier, Caldwell e a Herschel 400 todas simultaneamente (sem GOTO), vou ter que arranhar um bom bocado: são perto de 600 objectos, fora os biscates.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier 108 (mag. 10.0 Ø8.3'x2.5' sb. 13.2)

Esta é uma galáxia ténue graças ao seu baixo brilho de superfície, mas no entanto grande. Formato alongado, faz de vertice num triângulo com duas estrelas de 7 e picos de magnitude.

Dupla estrela Messier 40 (mag. 9.0 e mag. 9.3 mag. sep. 50")

Duas estrelas apenas, sem nenhuma nebulosidade. Messier catalogou este objecto porque houve outro colega que disse que havia lá uma nebulosidade, ele próprio só viu duas estrelas.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Enxame globular Messier 3 (mag. 7.5 Ø13')

Enxame moderadamente brilhante e na generalidade razoavelmente resolvido.

Hércules (Hercules)

Enxame globular NGC 6229 (mag. 9.5 Ø4.5')

Pequeno enxame, que dava sinais de querer resolver a 180x. O aspecto granulado fazia lembrar o aspecto dos globulares bem mais brilhantes no ETX90 (ex:Messier 13).

Nebulosa planetária NGC 6210 (mag. 8.8 Ø48"x8")

Pequena e brilhante planetária com algumas estrelas de 7 de magnitude e menos por perto. Deu algum de trabalho a encontrar por não haver muitas estrelas brilhantes lá perto.

Dragão (Draco)

Esta a constelação tem sempre visita obrigatória à planetária NGC 6543, que entretanto li que está praticamente situada no Polo Norte Galáctico.

Galáxia NGC 6503 (mag. 10.2 Ø6.2'x2.3' sb. 12.9)

Pequena e ténue galáxia alongada, sem mais nenhum detalhe adicional a reportar.

Galáxia NGC 5866 (Messier 102) (mag. 10.0 Ø5.2'x2.3' sb. 12.6)

Esta é a galáxia que se pode "arranjar" porque Messier a catalogou a Messier 101 duas vezes, e esta é a galáxia mais notória perto da Messier 101. É relativamente brilhante e um pouco "desengonçada", pareceu-me ter falhas. Duas estrelas de 11 e 12 magnitude mergulhadas na nebulosidade.


Observatório do Pinhal do Rei V - Sessão pública

2001.06.13
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
23:00 às 02:00 (locais) (22:00 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Céu completamente limpo
2 (dois) Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Nagler 7mm (174x 28') filtro Lumicon deepsky Sky
Também esteve à disposição o Meade StarFinder de 10" e um binóculo com tripé

Mais uma sessão das Quartas-Feiras no recinto do Observatório do Pinhal do Rei, na qual, o LX200 de 16" esteve a acompanhar o planeta Marte, transmitindo em simultâneo para a Internet. Para além de apontar para as "gemas" do momento para os visitantes apreciarem, os diversos tipos de objectos (Messier 57, Messier 13, Messier 27, Messier 81 e Messier 82, Messier 51 entre outros), aproveitei esta excelente noite, para apontar para alguns objectos que nunca tive oportunidade (ou condições) de observar.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier 101 (mag. 7.7 Ø27.0'x26' sb. 14.7)

Galáxia bastante difícil de observar em céus menos escuros devido ao seu baixo brilho de superfície. È muito grande, e com uma forma em oval, ocupando provavelmente um quarto do campo da ocular de 19mm (1 grau), apresentando uma superfície pouco definida. Estima-se que esteja a 15 milhões anos-luz e 90 mil anos-luz de diâmetro.

Nebulosa planetária Messier 97 (mag. 9.9 Ø3.4'x3.3')

È uma planetária bem grande, aliás, tão grande que até pensei que fosse uma galáxia. É necessário vê-la pelo menos uma vez para se saber o que se anda à procura :). É um disco nebuloso quase perfeito, mas bastante ténue. Em céus menos escuros, passa-se por ela sem se dar conta. É umas planetárias mais próximas de nós, a cerca de 3000 anos-luz. É também possível ver a galáxia Messier 108 no mesmo campo da ocular (1 grau).

Hércules (Hercules)

Galáxia NGC 6207 (mag. 11.6 Ø3.3'x1.2' sb. 11.7)

Esta galáxia encontra-se no mesmo campo de 1 grau do enxame globular Messier 13. Sabendo exactamente onde se localizava _talvez_ a tenha visto (um definitivo talvez). Como diria o Carlos Reis, consegue-se ver porque sabemos que está lá... de qualquer modo é sempre bom saber onde ela está :)

Cisne (Cygnus)

Nebulosa planetária NGC 6826 (mag. 8.8 Ø27"x24") "Blinking Nebula"

Revisitei esta curiosa planetária juntamente com o Hugo Silva para observar o efeito "blinking". Realmente é engraçado ver a nebulosa a desaparecer e a reaparecer, bastando para ir alternando em olhar de lado e directamente. O efeito é particularmente notório a 170x (Nagler 7mm).

Sagitário (Sagittarius)

Antes de observar Marte dei uma volta por esta constelação que tem tanta coisa para ver, que apenas me limitei a vaguear com o telescópio por lá, assistindo a um desfile de enxames globulares (Messier 22 (enorme) e Messier 18 (bem mais pequeno)) e grande nebulosas (Messier 8 (impressionante) e Messier 20 (igualmente impressionante)) entre muitas outros objectos que agora já não me recordo.

Marte

Marte tinha voltada para nós a face particularmente "despida" de detalhes escuros, salientando-se apenas uma longa risca no hemisfério Sul que segundo o Mars Previewer II correspondia aos Mare Cimmerium, Mare Sirenum e Tritonus Sinus. No Hemisfério Norte havia uma pequena mancha correspondente a Chaos e à extensão Hyblaeus. A 170x a imagem apesar de "ondulante" tinha momentos de nitidez, a 200x (Ortoscópica 12.5mm+barlow 2x) estava até bastante aceitável, mas o seu seguimento já era problemático. Notava-se uma fina faixa esbranquiçada no terminador do Polo Sul, que provavelmente eram nuvens, ou a calote (menos provável).


Pátio 33 - Messier 104, 63, 5, 10, 12, 71, 4 e 80

2001.06.16
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
22:30 as 2:00 Locais (21:30 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo, com períodos de grande nebulosidade
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
, Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Virgem (Virgo)

Apesar de no meu pátio a visibilidade desta constelação seja muito afectada pela poluição luminosa, os objectos mais brilhantes ainda são visíveis.

Galáxia Messier 104 (mag. 8.5 Ø8.9'x4.1 sb. 12) "Sombrero Galaxy"

Galáxia brilhante, bastante elongada numa área com algumas estrelas brilhantes de 7 de magnitude que se pode encontrar num dos vértices do triângulo equilátero formado pela Spica (alfa) e pela Porrima (gama). Com melhores céus, talvez fosse possível ver a banda escura longitudinal que a atravessa. Estima-se a 40 milhões anos-luz e com 82000 anos-luz de extensão.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Depois da visita obrigatòria a Messier 51 e a Messier 4, que são as galáxias mais brilhantes desta constelação, fui à caça da:

Galáxia Messier 63 (mag. 8.6 Ø12.0'x7.6 sb. 13.4) "Sunflower Galaxy"

É pequena, oval com núcleo pequeno mas bem visivel, com certeza que o termo "girassol" aplica-se apenas a imagens. Não detectei mais nenhum detalhe. Faz vértice num triângulo formado com Cor Caroli (alfa) e beta. Estima-se a 35 milhões anos-luz e com 90000 anos-luz de extensão.

Serpente (Serpens)

Enxame globular Messier 5 (mag. 6.0 s:12.0

Excelente globular, praticamente resolvido a 87x em toda a sua extensão. Núcleo concentrado. Este globular está um bocado longe de estrelas brilhantes mas vale a pena o esforço. Situa-se a cerca de 26000 anos-luz, e é considerado um dos mais velhos globulares conhecido, com mais de 10 mil-milhões de anos de idade.

Ofiúco (Ophiucus)

Enxame globular Messier 10 (mag. 6.6 Ø15.0)

Aparência granular e concentrada, mas no entanto com persistência consegue-se resolver algumas dezenas de estrelas. Está a 22000 anos-luz

Enxame globular Messier 12 (mag. 6.8 Ø15.0)

Semelhante ao seu vizinho Messier 10, mas menos concentrado, menos brilhante e com menos estrelas resolvidas. Está a à mesma distância de Messier 10 e a separação entre eles estima-se em 2000 anos-luz

Seta (Sagitta)

Enxame globular Messier 71 (mag. 8.0 Ø7.2)

Globular com forma irregular, com muito poucas estrelas resolvidas, e sem concentração no núcleo. Ganha interesse por estar num campo populado de estrelas. Fácil de encontrar. A sua classificação como globular ainda é um bocado duvidosa, porque é um pouco metálico para globular (as estrelas de globulares não têm grande concentração de metais) e não tem concentração típica no núcleo. Estima-se a 18000 anos-luz e tem 30 anos-luz de extensão.

Escorpião (Scorpius)

Enxame globular Messier 4 (mag. 5.8 Ø26)

Outro excelente e gigantesco globular, que embora afectado pela P.L não deixou de resolver centenas de estrelas. Pouco concentrado, com resolução de estrelas mais ou menos uniforme em toda a extensão, sendo um mar de estrelas mais ou menos espaçadas. Está localizado junto à Antares (Alpha Scorpii). È um dos globulares mais próximo de nós estando somente a cerca de 6000 anos-luz.

Enxame globular Messier 80 (mag. 7.3 Ø8.0)

pequeno e concentrado, com muito poucas estrelas resolvidas. Está a cerca de 36000 anos-luz e tem 50 anos-luz de extensão.


Pátio 34 - Messier 106, 107, 9 ,14, NGC 4449, 4490, 4244 e IC 4665

2001.06.17
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
23:00 as 0:30 Locais (22:00 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Cães de Caça (Canes Venatici)

Galáxia Messier 106 (mag. 8.3 Ø18x7.9 sb. 13.5)

Galáxia aparentemente grande, com núcleo algo brilhante, mas pouco mais a acrescentar

Galáxia NGC 4449 (mag. 9.4 Ø5.1x3.7 sb. 12.5)

Mais outra galáxia relativamente interessante num 20cm.

Galáxia NGC 4490 (mag. 9.8 Ø5.1x3.7 sb. 12.8)

Idem.

Galáxia NGC4244 (mag. 10.1 Ø16x2.5 sb. 14.0)

Galáxia muito pouco brilhante. Visível com observação indirecta.

Ofiúco (Ophiucus)

Enxame globular Messier 107 (mag. 6.8 Ø15)

Aparência granular/difusa. Mais magnificação resolve algumas estrelas.

Enxame globular Messier 9 (mag. 7.6 Ø9.3

Aparência granular com alguma resolução. Pequeno.

Enxame globular NGC 6356 (mag. 8.2 Ø.,2)

Perto do Messier 9. Granular sem resolução.

Enxame globular Messier 14 (mag. 7.6 Ø12)

Aparência granular. Sem resolução a 66x.

Enxame aberto IC 4665 (mag. 4.2 Ø70)

Enxame aberto próximo localizado a cerca de 1000 anos-luz. Algumas dezenas de estrelas espaçosamente distribuídas em todo o campo da ocular (1 grau).


Pátio 35 - NGC 6866, 6910

2001.06.18
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
23:00 as 0:00 Locais (22:00 as 11:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo mas pouco transparente
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Cisne (Cygnus)

Enxame aberto NGC 6866 (mag. 7.6 Ø7)

Enxame alongado com duas dezenas de estrelas, embebido numa ténue nebulosidade de estrelas não resolvidas. Lá perto estão alguns pares de estrelas relativamente brilhantes.

Enxame aberto NGC 6910 (mag. 6.6 Ø8)

Enxame pequeno e relativamente interessante com uma dúzia de estrelas.


Pátio 36 - Conjunção Lua - Marte

2001.06.27
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)

Teste de composição de 2 imagens com exposição muito diferente.

Lua e Marte 06-Junho-2001
Lua e Marte 06-Junho-2001 01:58
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Composição da Lua e Marte. Marte 8s e Lua 1/500s

Pátio 37 - NGC 6830, 6823

2001.06.29
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
00:00 as 1:00 Locais (23:00 as 1:00 UTC)
Magnitude zénite: 4 Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo mas pouco transparente
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'),
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Raposa (Vulpecula)

Enxame aberto NGC6830 (mag. 7.9 Ø10)

Pequeno enxame arredondado, com aspecto granulado mas com uma dúzia de estrelas resolvidas.

Enxame aberto NGC6823 (mag. 7.1 Ø7)

Enxame pequeno e nebuloso, com 3 ou quatro estrelas proeminentes no seu centro.