Em relação a este tema, ainda há algumas ideias nas mentes das pessoas que estão erradas, mas que à partida até fazem sentido. Uma delas é o caso de muitas pessoas ainda pensarem que o Inverno, por exemplo, acontece quando a terra se encontra mais longe do Sol, e o Verão quando nos encontramos mais próximos do Sol. Em termos de senso comum, até faz sentido. O Sol é quente, logo mais perto do Sol mais quente, mais longe do Sol menos quente. Mas esta é uma ideia errada como veremos adiante, mas não totalmente errada, pois depende de um certo ponto de vista.

Como se pode observar pela animação acima, as estações são identificáveis pelas transformações que se vêm nas plantas, nos animais e principalmente no clima. Mas o que realmente importa para percebermos as estações é a mudança na quantidade de radiação solar por metro quadrado que o planeta recebe. É devido a esta quantidade que as estações são diferentes em diferentes locais do planeta. Esta quantidade varia em função da posição do planeta na sua órbita e em função da inclinação do seu eixo.

Mas comecemos pelo inicio. Como sabemos a Terra orbita o Sol num período de tempo bem definido, de 365 dias e 1/4 sensivelmente. Um ano terrestre. As estações correspondem a segmentos desse período com características bem definidas, que não dependem da posição na órbita da terra, que não é circular mas sim elíptica, mas sim de outro factor que é a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da sua órbita.

A inclinação do eixo terrestre é de 23.5º e este valor é o responsável por haverem 4 estações.

Vamos já desmistificar a tal ideia que a proximidade do Sol influencia as estações do ano. Pois bem, devido à órbita da Terra não ser circular, mas elíptica, há um ponto em que a Terra está mais longe do Sol (o afélio) e outro em que está mais perto (o periélio). A distância média do Sol à Terra é de 149 668 990 de quilómetros. A diferença entre a distância no afélio e a distância no periélio é de apenas 4 828 032 de quilómetros. Isto significa que no periélio, a Terra está a 147 094 040 de quilómetros do Sol e no afélio está a uma distância de 151 922 072 de quilómetros.

Quando a Terra passa pelo periélio, ou seja, quando tá mais perto do Sol, a parte norte do eixo da Terra está inclinada para o lado oposto do Sol, o que faz com que as áreas acima do Trópico de Caranguejo recebam os raios do Sol, baixo no horizonte, bastante inclinados. Esta passagem acontece alguns dias depois do dia de Ano Novo, justamente quando o Hemisfério Norte está a curtir o Inverno. Já a passagem pelo afélio acontece nos primeiros dias de Julho, o que significa que o Verão acontece no Hemisfério Norte quando a Terra se encontra mais longe do Sol. Como podem ver, por aqui já se pode perceber que a distância ao Sol não tem muito a haver com as estações do ano.

Clicar na imagem para aumentar

A luz do Sol para chegar até nós, tem de atravessar a atmosfera. A atmosfera (e ainda bem) absorve grande parte da radiação solar, principalmente na linha do ultravioleta, mas não só. É por isto mesmo que no Inverno o poder do Sol se faz sentir consideravelmente menos. É que os raios têm de atravessar mais ar no Inverno que no Verão, pois ao percorrerem maior distância pela atmosfera até chegarem à superfície, perdem energia. Esta é também uma das razões responsável pelas temperaturas nas regiões polares.

Outro factor é a inclinação dos raios, que influencia a quantidade de luz solar recebida por metro quadrado. Assim, com a inclinação do eixo da Terra, um raio de Sol tem mais terreno para aquecer que no Inverno. Logo com a perda de energia por atravessar mais atmosfera, mais a dispersão dessa energia numa área maior, temos um factor de aquecimento menor.

Como tal, a seguir podem ver um pequeno quadro com dados relativos às estações do ano, nas latitudes médias do Hemisfério Norte.