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A estrela e os Mitos

À semelhança de quase todos os objectos, com nome próprio – os planetas, por exemplo- do Sistema Solar, também o Sol tem fortes cargas mitológicas associadas a si. Praticamente todos os povos, nalgum ponto da sua evolução, adoraram o Deus Sol. Agora vamos falar um pouquinho disso mesmo.

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Egipcios
Rá, no antigo Egipto, era conhecido como o Deus Sol e o Criador. Podia assumir diversas formas, dependendo do local onde estivesse. Normalmente era retractado com uma cabeça de falcão usando na cabeça, um disco flamejante semelhante ao Sol. À volta do disco aparecia uma Deusa com a forma de cobra, que representava o poder de Rá de trazer a Morte.

Por outro lado, no submundo, a sua aparência mudava passando a ter cabeça de carneiro. Nesta forma, até mesmo Osiris, senhor do submundo, tinha de se vergar ao poder de Rá.

Era considerado o criador do Mundo. Reza a história que no inicio do tempo, um ovo surgiu das águas primordiais. Uma vez fora da casca, Rá teve dois filhos, Shu e Tefnut, que se tornariam a atmosfera e as nuvens. Estes, por sua vez, tiveram 2 filhos, Geb e Nut, que se tornariam na Terra e nas estrelas. Também eles tiveram dois filhos, Seth e Osiris, pai de Horus.

Diz-se que, um dia, Rá chorou, o que fez com que os Homens fossem criados das suas lágrimas. Também, obviamente, criou as 4 estações para Nilo, um rio de importância crucial no Egipto.

Juntamente com Horus, Rá forma o deus Ra-Harakhte, o Deus do Sul e dos Céus.

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Celtas

Já no caso da mitologia celta, Lugh era o Deus Sol. O senhor do submundo, Balor, era o seu avô. Balor era o líder dos Fomorii, um povo maléfico que vivia nas profundezas escuras do submundo. Havia uma profecia segundo a qual, Balor seria morto pelo seu neto. Assim para prevenir que tal acontecesse, Balor mandou encerrar Ethlin, sua filha, numa torre de cristal. No entanto, Cian, filho do deus da medicina, entrou na torre e Ethlin acabou por dar à luz uma criança de nome Lugh.

Infelizmente, mal Lugh nasceu, Balor ordenou que ele fosse atirado ao mar para se afogar. Só que Lugh, miraculosamente, escapou ao seu destino de morte certa e foi criado secretamente por Manannan, o deus do Mar. Lugh aprendeu as artes de combate e tornou-se num grande guerreiro.

Quanto atingiu a maioridade, juntou-se ao Tuatha De Danaan – Os povos da deusa Dana – na sua luta contra os Fomorii. No decorrer de uma dura batalha, o rei dos Tuatha De Danaan foi morto pelo olhar de Balor. Balor era possuidor de um olhar que matava quem quer que fosse que o visse.

No entanto, Lugh atirou uma pedra mágica aos olhos de Balor, acabando por o matar tal qual a profecia havia predito. Com tal proeza, Lugh tornou-se rei dos Tuatha De Danaan.

Ainda hoje Lugh é lembrado, com um festival comemorativo do inicio das colheitas em Agosto. A festa de Lugh, chamada pelos Celtas de Lughnasadh, é conhecida hoje por Lammas, ou a festa dos primeiros frutos.

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Aztecas

Outros povos contemplavam o Sol de outras formas. A maioria das crenças astronómicas dos antigos Aztecas do México central, são conhecidas da literatura existente, em particular por um trabalho escrito no tempo das conquistas, de nome Codex Mendoza.

Existem vários monumentos Aztecas que provam que a os Aztecas observavam exaustivamente os movimentos do Sol no céu, especialmente coordenados com os movimentos de Vénus. Pilares, portas e janelas de monumentos de pedra, estavam claramente alinhados com o nascer e o pôr do Sol, nos solsticios.

Segundo os Aztecas, o universo era composto por várias eras cósmicas. Eles acreditavam que haviam sido criados 4 sóis em eras anteriores, e que todos eles haviam morrido no final de cada era cósmica.

Tonatiuh era o quinto sol e a era presente, em que estamos, é ainda a sua era. O seu nome significava “Aquele que anda, a brilhar”, devido ao facto de este ser o primeiro dos sóis que se movimentava. A divindade solar Tonatiuh era responsável por suportar o Universo. A sua fraqueza, poderia trazer o fim do Mundo e, por isso, eram feitos sacrifícios humanos à esta divindade solar para nutrir e alimentar o deus e, assim, manter a sua força.

Tonatiuh era também responsável pelo Tollan, o Paraíso Azteca, onde somente guerreiros mortos e mulheres que morriam no parto, podiam entrar.

Ainda sobre os Aztecas, este era um povo antigo que vivia no México, quando só espanhóis lá chegaram em 1519 para conquistar a América Central, e tinham uma variação para o deus Sol.

Huitzilopochtli era a divindade patrona na mitologia Azteca. O seu nome significa “O colibri (ou beija-flor) à esquerda” e era o deus azteca do Sol e da guerra. A sua representação era um homem azul, completamente armado com a cabeça decorada com penas de colibri.

A sua mãe, Coatlicue, havia engravidado magicamente quando uma bola de penas caiu dentro do templo onde ela estava a varrer e entrou em contacto com os seus seios.

Esta misteriosa gravidez, enervou bastante as 400 crianças das estrelas existentes, que pensaram que ela os havia desonrado. Uma irmã de Huitzilopochtli, Coyolxauhqui, levou os seus irmãos e irmãs das estrelas a matar Coatlicue, sua mãe. No entanto, Huitzilopochtli nasceu completamente adulto e armado e matou Coyolxauhqui, bem como os outros seus irmão e irmãs.

Foi assim que a cabeça de Coyolxauhqui foi cortada e atirada para o céu, para que se tornasse na Lua.

Huitzilopochtli era o deus que supostamente iria guiar os Aztecas à terra prometida, no Sul. Ele incitou o povo Azteca a lutar sem piedade, a formar um império e a oferecer os prisioneiros em sacrifício aos deuses.

Para que as chuvas e as colheitas não faltassem e para terem sucesso nas guerras, os Aztecas faziam inúmeros sacrifícios humanos aos seus deuses, usando para isso, os prisioneiros feitos nas frequentes guerras com os seus vizinhos.

A forma mais comum de sacrifício, era arrancar o coração a um adulto (ou por vezes uma criança) vivo, por forma a o oferecerem ao Sol.

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Gregos e romanos

Na Grécia antiga, Apolo era filho de Zeus e Leto, sendo gémeo da deusa Ártemis. Era o deus do Sol, da lógica e da razão, assim como era um excelente músico e curador.

A sua mãe procurou por toda a Grécia um local para dar à luz Apolo. Finalmente ela acabou numa ilha chamada Delos, sendo que a ilha concordaria com o nascimento de Apolo lá desde que depois ele fundasse um templo na ilha. Leto concordou e quando Apolo cresceu, transformou Delos uma ilha linda.

Apolo era conhecido como o deus que via o futuro e o seu local mais sagrado era Delphus, local do Oráculo de Delphus.

Como se pode ver numa história com Hermes, Apolo era muito inteligente. Reza a história que enquanto bebé, Hermes era também muito ardiloso...Ele tentou roubar o gado de Apolo e enganou-o fazendo os animais andar para trás. Desta forma, as pegadas indicariam que o gado andava na direcção contrária.

Acabou por haver um julgamento na presença de Zeus, e Hermes admitiu ter roubado o gado a Apolo e concordou mostrar onde o havia escondido. Para se emendar, ofereceu a sua lira a Apolo, acabando por se tornar bons amigos.

Para os romanos a história repete-se, mas o pai de Apolo é Júpiter. Hermes, também tem outro nome, Mercúrio.

Na mitologia grega, existem referências que contam outra história sobre o deus do Sol. Estas histórias referem-se a Helios.

Helios era o jovem deus grego do Sol. Era filho de Hiperión e de Theia. Teve seis filhos, Aeëtes, Circe e Paiphae, Phaethusa (“radiante”) e Lampetia (“brilhante”). Teve um filho, de seu nome Phaeton, o qual incumbiu de guiar a sua quadriga pelo céu. O jovem, sem experiência, não conseguiu controlar os cavalos e caiu para a morte.

Helios, em cada manhã, de madrugada, levanta-se do Oceano no leste e viaja na sua quadriga puxada por cavalos, através do céu, para descer à noite no oeste. Ele vê e sabe tudo, e é chamado para testemunha.

A reverência do Sol como um deus venho do leste. Helios era adorado em vários locais do Peloponeso, mas especialmente em Rodes, onde cada ano eram feitos jogos de ginástica em honra dele. Rodes era também o local onde o Colosso de Rodes (a sexta das sete maravilhas do Mundo Antigo) foi erigido em sua honra.

Esta estátua enorme, medindo 32 metros, foi construída em 280 A.C. por Chares de Lindos. No terramoto de 224-223 A.C. a estátua partiu-se pelos joelhos.

Noutros locais, de adoração a Helios, havia multidões dedicadas a ele, como por exemplo na ilha de Trinácia (ocasionalmente referida como sendo a Sicília). Aqui os companheiros de Odisseu, serviam-se à vontade dos animais sagrados. As pessoas sacrificavam bois, ovelhas, cabras e cavalos brancos, tudo em honra de Helios.

Era representado como um jovem com um halo, de pé numa quadriga, ocasionalmente agitando uma cabra.

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África Ocidental - Povo Fon

Mudando mais uma vez de povo, chegamos à África Ocidental, mais concrectamente para falar de Liza, uma divindade do povo Fon que vivia nesta zona. Liza está associado ao Sol, que é olhado pelo povo africano como sendo feroz e austero. É representado com sendo masculino e nunca se separa da sua parceira, Mawu, que é associada à Lua. Mawu e Liza, eram também, por vezes retractados como gémeos e a sua unidade representava a ordem do Universo. Dizia-se que Liza vivia no Leste enquanto que, por sua vez, Mawu viveria no Oeste. Tanto Liza como Mawu nasceram de Nana Buluku, criador do Mundo.

Numa lenda diferente, Mawu e Liza eram os criadores, eles usaram o seu filho, Gu, para dar forma ao Mundo. Gu, a ferramenta divina, tinha a forma de uma espada de ferro. Ensinou o povo a arte de trabalhar o ferro, para que pudessem fazer as suas próprias ferramentas e abrigos, mas infelizmente, Gu não sabia que os humanos iriam fazer uso do seu conhecimento para fazer armas e, com a ajuda da serpente cósmica, Da, as ideias dos humanos tornaram-se realidade.

Liza era também o deus do dia, do calor, do trabalho e da força. Mawu era a deusa da noite, da fertilidade, do descanso e da maternidade.

Sempre que ocorria um eclipse, dizia-se que Mawu e Liza estariam a fazer amor.

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Chineses

Antigos documentos dizem-nos que durante a dinastia Chou, na China (1027 – 21 A.C.), o povo chinês acreditava que existiam 10 sóis, que apareciam à vez no céu, um por cada dia da semana chinesa de 10 dias.

Cada dia eles viajavam com a sua mãe, a deusa Xi He, numa carruagem puxada por 6 cavalos-dragão, para o Vale da Luz no Leste. Lá, Xi He lavaria os seus filhos no lago e colocava-os nos ramos de uma amoreira chamada Fusang.

Da árvore, um dos sóis, partiria para o céu para uma viagem de um dia, de modo a chegar à montanha Yen-Tzu no Extremo Ocidente. Cansados desta rotina os 10 sóis decidiram aparecer todos juntos, causando que a vida na Terra fosse insuportável, devido ao seu calor combinado, as pedras derretiam e as plantas murchavam.

Para que se evitasse a destruição da Terra, o Imperador Yao, que estava no poder na altura, pediu a Di Jun, o pai dos 10 sóis, que persuadisse os seus filhos a a aparecerem um de cada vez. No entanto os sóis não ouviram o seu pai e Di Jun enviou do paraíso Yi, o archeiro, armado com um arco mágico e 10 setas ara assustar os sóis desobedientes. Contudo Yi alvejou nove sóis, deixando que os corvos de três pernas escondidos nos sóis caíssem para a Terra com os seus seios perfurados pelas setas de Yi.

Somente o Sol que vemos hoje se manteve no céu, porque o imperador, inteligentemente, mandou que uma das setas fosse roubada da aljava de Yi. Di Jun ficou tão zangado com a morte de nove dos seus filhos que condenou Yi a viver como um simples mortal na Terra.

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Polinésios

Na Polinésia, Maui era o herói da mitologia local. Dizia-se que Maui nasceu prematuramente e fora abandonado pela mãe, tendo sobrevivido e acabado por regressar à sua mãe.

A sua mãe costumava trabalhar todo o dia, a fazer “tapa” (tecido de casca de árvore). Para Maui e a sua mãe, os dias eram demasiado curtos, nunca havia tempo suficiente para fazer fosse o que fosse num único dia. Maui queria que a sua mãe tivesse mais tempo luz solar para fazer o seu trabalho.

Então ele pensou que se o Sol se movesse mais lentamente pelo céu, haveria mais horas de luz num dia. Assim, Maui cortou as tranças sagradas da sua esposa, Hina, para fazer uma corda que não ardesse em contacto com o Sol.

Com esta corda, ele apanhou o Sol quando este nascia e bateu-lhe com o osso mágico do maxilar da sua avó. O Sol ficou tão fraco que depois da pancada, ele não conseguia correr, mas apensa arrastar-se no seu percurso. Assim a luz solar durava mais e era possível trabalhar durante mais tempo durante o dia.

Maui era pequeno, mas muito corajoso. Não tinha medo de nada, nem mesmo da enguia monstruosa Te Tuna. Maui desafiou Te Tuna e foi assim que ficou com Hina. A aposta consistia em quem tinha o maior pénis e assim, Maui e Te Tuna compararam tamanhos e Maui ganhou, originando que Hina passasse a ser amante e mulher de Maui.

Outra história conta a verdadeira bravura de Maui. Ele decidiu roubar uma galinha do paraíso para aprender a arte de fazer fogo (a galinha, pelos vistos, é que guardava o fogo). Também tentou conquistar a Morte, tentando passar pela deusa da Morte, Hine-nui-te-po, no entanto ela esmagou-o até à morte. Diz-se que o seu sangue tornou o camarão vermelho e formou as cores do arco-íris.

Maui sempre tentou impressionar as mulheres, numa determinada história, Maui empurrou o céu mais para cima, porque o chateou quando tentava fazer um forno da Terra para uma linda senhora.

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Japoneses

Já para os japoneses, Segundo a mais antiga religião japonesa, chamada Shinto, Amaterasu era a deusa do Sol. Shinto, já agora, significa “a maneira dos Deuses” ou “O caminho dos Deuses”.

Amaterasu nasceu do olho esquerdo do ser primordial Izanagi. Quando o seu irmão Susanowo, a tratou mal, ela escondeu-se na gruta do paraíso, fechando a entrada com uma enorme pedra.

Assim, a escuridão cercou o Mundo e espíritos maléficos deixaram os seus esconderijos, causando destruição e angústia por todo o lado, desesperados, os deuses reuniram-se numa conferência, onde decidiram induzir Amaterasu a sair da gruta, atiçando a sua curiosidade...Foi assim que os deuses organizaram uma grande e alegre festa.

Colocaram um grande espelho em frente à gruta e belas jóias numa árvore. Uzume, a deusa do riso, começou uma dança exótica acompanhada por música a tocar muito alto, ao ouvir a música e o riso, Amaterasu não consegui aguentar a sua curiosidade e, prudentemente, olhou para o exterior para ver o que se passava...

Mal conseguiu ver o que se passava, ficou tão fascinada pelo seu próprio reflexo no espelho, que acabou por sair da gruta, fazendo com que a luz cobrisse e colorisse o Mundo.

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Sumérios e Babilónios (Mesopotâmia)

Na antiga Mesopotâmia, região conhecida pelo “crescente fértil” que ocupa os vales dos rios Tigre e Eufrates, correspondendo hoje aos territórios do Iraque e do Kuwait, viviam os sumérios, há mais de 3000 anos atrás. Na sua mitologia, Shamash era o deus Sol.

Como Shamash conseguia ver tudo o que se passava na Terra, ele representava o deus da Justiça, sendo por isso que a sua representação era ele sentado num trono.

Shamash e Aya, sua mulher, tiveram duas crianças muito importantes. Essas crianças eram Kittu e Misharu, que representavam a Justiça e a Lei, respectivamente.

Diz-se que cada manhã, o homem-escorpião da Montanha do Leste abriria o portão e deixava Shamash sair, depois ele era puxado pelo céu numa carroça comandada por Bunene. No final do dia, Shamash entraria na Montanha do Oeste, onde começava a sua viagem pelo Submundo. No dia seguinte, começaria outra viagem pelos céus.

Na Babilónia, localizada no Sul da Mesopotâmia, o símbolo de Shamash era o disco solar, com uma estrela de 4 pontas dentro dele.

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Navajos (América do Norte)

Os índios Navajo da América do Norte, acreditavam que Tsohanoai era o deus Sol. Ele assume forma humana e carrega o Sol às costas, todos os dias (coitado) através do céu. À noite, o Sol descansa, pendurado numa pega na parede ocidental da casa de Tsohanoai.

Os dois filhos de Tsohanoai, Nayenezgani (Matador de Inimigos) e Tobadzistsini (Criança de Água) viviam separados do pai, em casa da sua mãe, no extremo ocidente.

Quando se tornaram adultos, os dois decidiram procurar o seu pai e pedir-lhe ajuda para combater os espíritos maléficos que aterrorizavam e atormentavam a Humanidade.

Após muitas aventuras, eles conheceram a Mulher-Aranha, que lhes disse onde eles poderiam encontrar o deus Sol e deu-lhes 2 penas mágicas para eles se manterem seguros. Finalmente, chegaram a casa de Tsohanoai, onde ele lhes forneceu setas mágicas para conseguirem derrotar os Anaye, monstros maléficos que devoravam homens.

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Incas

Continuando as histórias mitológicas sobre o Sol, temos as crenças Incas. Para este povo que vivia na América do Sul, no antigo Perú, consideravam Inti o deus Sol e antecessor dos Incas.

Nas ruínas da cidade de Machu Picchu, é possível ver um relógio solar que descreve o percurso do Sol, personificado por Inti.

Inti e a sua esposa, Pachamama, a deusa da Terra, eram vistos como divindades benevolentes.

Segundo um antigo mito Inca, Inti ensinou Manco Capac e Mama Ocollo, seus filho e filha respectivamente, as artes da civilização e mandou-os para a Terra para instruir a Humanidade, com o que eles haviam aprendido.

Inti ordenou aos seus filhos que construíssem a capital Inca onde a tupayauri havia caído ao chão. A tupayauri era uma espécie de alavanca dourada divina. Manco pegou a tupayauri e foi sondando o chão com ela, num dado ponto, ele atirou-a para o chão e então, a tupayauri enterrou-se no chão, tendo terminado aí a busca pelo local. Os Incas acreditavam que isto aconteceu na cidade de Cuzco, que foi fundada pelo Ayar.

Ainda hoje, Inti é celebrado no Perú, durante o festival de Inti Raimi em Cuzco, onde um drama Inca relacionado com o deus Sol é re-encenado.

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Povos Inuit

Malina era a deusa do Sol dos povos Inuit, que vivem na Gronelândia. A palavra “Inuit” significa pessoas e a forma no singular é Inuk. As tribos Athapascan do Alasca e do Canadá, costumavam chamar aos Inuit, o termo ofensivo “eskimo” que significa “comedores de carne crua”.

Mas sobre Malina... Malina e o seu irmão, o deus da Lua Anningan, viveram juntos e costumavam fazer jogos os dois.

Mas, uma vez tornados adultos, as coisas mudaram. Uma noite, enquanto eles brincavam no escuro (como era hábito fazerem em criança), Anningan violou a sua irmã. Durante a luta, uma lamparina de óleo de foca virou-se, enchendo as mãos de Malina com gordura preta. Quando Malina, em vão é certo, tentou afastar Anningan, ela escureceu a cara dele com as suas mãos sujas e gordurosas.

Então ela correu o máximo que pode para o céu, onde se tornou no Sol. Anningan, não mostrando ponta de remorsos pelo seu crime, continuou a perseguir a sua irmã pelo céu, onde acabou por se tornar na Lua.
Esta corrida eterna, faz com que o Sol alterne com a Lua no céu, mas... Ocasionalmente, o deus da Lua alcança a deusa do Sol e viola-a outra vez, causando um eclipse solar.

No entanto, Anningan está tão obcecado com a sua irmã que se esquece de comer...Assim, à media que passam os dias, ele fica cada vez mais magro, até que uma vez por mês, a Lua desaparece por 3 dias, para que Anningan possa comer. Ele volta sempre para perseguir a sua irmã outra vez. É assim que os Inuit explicam as fases da Lua.

O Sol e a Lua odeiam-se um ao outro e aos seres humanos de sexos opostos, por isso, durante um eclipse solar, é suposto os homens não saírem de casa, enquanto que as mulheres ficam também em casa durante um eclipse lunar.

A deusa do Sol e o deus da Lua são espíritos vingativos que enviam doenças a todos os que os ofenderem.

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Híndus

O Hinduísmo é a mais antiga e mais importante religião indiana. É baseado em algumas escrituras sagradas antigas e na assimilação de muitas culturas e crenças religiosas diferentes, de outros povos. A mais antiga escritura Hindu é o Rig Veda, que consiste numa colecção de cantigas e hinos compostos há mais de 3000 anos atrás. Muitos são só deuses e deusas descritos nas escrituras sagradas dos Hindus.

No panteão Hindu, Surya é o deus Sol. É um dos 12 Adityas, os guardiões dos meses do ano. Surya é representado como um homem vermelho com 3 olhos e 4 braços, numa carroça conduzida por Aruna, a Madrugada e puxada por sete éguas.

Segura em lírios de água com duas das suas mãos, enquanto a terceira mão encoraja os seus adoradores, os quais abençoa com a sua quarta mão.

Nos estados de Bihar e Tamilnad, acredita-se que Surya é uma divindade benevolente capaz de curar pessoas doentes e de trazer a boa sorte. É por isso que hoje, o Sol é colocado por cima das portas das lojas e das bancas dos mercados.

A esposa de Surya é Sanjna, a consciência. Quando casaram, Sanjna não suportava o potência da luz e do calor de Surya e, por isso, fugiu para uma floresta tratando de tudo para que a sua serva tomasse o seu lugar. Na floresta, Sanjna transformou-se em égua para não ser reconhecida por Surya. Mas rapidamente Surya descobriu o refúgio da sua esposa e foi à mesma floresta disfarçado de cavalo e acasalou com ela.

Como resultado, Sanjna deu à luz várias crianças e eventualmente voltou para o seu marido.

Mas o calor e a luz de Surya eram tão intensos que Sanjna estava sempre exausta a fazer os seus deveres domésticos, foi então que, finalmente, o pai de Sanjna decidiu ajudá-la, encurtando o corpo de Surya, baixando o seu brilho em um oitavo. Assim o calor produzido por Surya tornou-se mais tolerável.

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Ainda nos Hindus, mas desta vez com a mitologia Vedic, Garuda é o rei dos pássaros e o inimigo das serpentes. O seu corpo era o de um belo homem, com o bico e as garras de uma ave predadora. É associado aos raios de Sol. Garuda é muitas vezes representado como o supremo deus Hindu, Vishnu e com a sua mulher Lakshmi, montada nas suas costas a voarem através do céu.

O seu pai era Kasyapa, um dos sete grandes Prudentes chamados Rishis. O povo Hindu acredita que ele possui a cura para os que sofrem de mordedura de cobra. Num dos mitos, diz-se que Garuda roubou a água da vida, chamada Amrta. Precisava da Amrta para soltar a sua mãe Vinata, que havia sido feita escrava pelo ríval dela, Kadru, através de um subterfúgio.

O resgate exigido por Kadru era o elixir da imortalidade. A água da vida era a ambrosia dos deuses e estava cuidadosamente guardada no paraíso de Indra. A tarefa apresentava-se impossível para ele, no entanto, Garuda conseguiu-o e ganhou a liberdade da sua mãe. Indra partiu o seu relâmpago durante a batalha.

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Mamaiu (Brasil)
Já segundo as crenças dos Mamaiu, uma tribo amazónica que vive ao longo das margens do rio Xingú, no Brasil, Kuat era o deus Sol. De acordo com uma lenda Mamaiu, no principio dos tempos, era sempre noite e as tribos eram forçadas a viver no medo eterno de ataques dos animais selvagens. A luz não conseguia chegar aos Mamaius porque as asas dos pássaros tapavam o céu.

Kuat e o seu irmão Iae decidiram roubar alguma luz ao deus abutre Urubutsin, rei dos pássaros.

Os dois irmãos, esconderam-se num cadáver e esperaram que os pássaros se aproximassem. Assim que Urubutsin aterrou no cadáver para comer os vermes que era suposto o cadáver conter, Kuat agarrou as pernas do abutre.

Incapaz de fugir e abandonado pelos seus companheiros, Urubutsin foi obrigado a concordar que ele iria partilhar a luz do dia com os dois irmãos. Para fazer a luz durar muito tempo, acordaram que o dia alternaria com a noite. Como resultado, Kuat ficou associado ao Sol e Iae à Lua.

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Escandinavos

Na Escandinávia, a mitologia local diz-nos que Freyr estava fortemente ligado ao Sol. Ele era o deus da Paz e da Fertilidade, sendo que os seus pais eram o deus do mar Njord e a gigante Skadi. Ele fazia parte da família Vanir que estava em guerra com a família Aesir.

Certa vez, Freyr subiu ao trono de Odin, de onde conseguiu ver todos os Mundos e onde viu uma bela donzela no submundo. Ela era uma gigante e o seu nome era Gerd. Ela possuía braços tão brancos que o seu brilho espalhava-se pelo ar e pelo mar. Freyr apaixonou-se logo à primeira vista por Gerd e enviou Skirnir, seu servo, para a cortejar para ele (Freyr).

Após uma longa viagem e muitas aventuras, Skirnir finalmente chegou ao submundo com a ajuda da espada mágica de Odin. Infelizmente Gerd recusou os preciosos presentes enviados por Freyr e Skirnir foi então forçado a ameaçar Gerd com a sua espada mágica, de modo a convencer Gerd a encontrar-se com Freyr num pequeno bosque e tornar-se noiva de Freyr.

A viagem de Skirnir, cujo nome significa “O Brilhante”, para unir Freyr a Gerd, diz-se representar a viagem do Sol através do céu e para baixo, para o submundo.

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Fontes:
Windows to the Universe – www.windows.ucar.edu
http://www.pantheon.org/articles/h/helios.html

 
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