|
A estrela
e os Mitos |
À semelhança de quase todos os objectos, com nome próprio – os planetas, por exemplo- do Sistema Solar, também o Sol tem fortes cargas mitológicas associadas a si. Praticamente todos os povos, nalgum ponto da sua evolução, adoraram o Deus Sol. Agora vamos falar um pouquinho disso mesmo.
« Voltar |
Egipcios |
|
Rá, no antigo Egipto, era
conhecido como o Deus Sol e o Criador. Podia assumir
diversas formas, dependendo do local onde estivesse.
Normalmente era retractado com uma cabeça de
falcão usando na cabeça, um disco flamejante
semelhante ao Sol. À volta do disco aparecia
uma Deusa com a forma de cobra, que representava o poder
de Rá de trazer a Morte. |
Por outro lado, no submundo, a sua aparência
mudava passando a ter cabeça de carneiro. Nesta
forma, até mesmo Osiris, senhor do submundo,
tinha de se vergar ao poder de Rá.
Era considerado o criador do Mundo. Reza a história
que no inicio do tempo, um ovo surgiu das águas
primordiais. Uma vez fora da casca, Rá teve
dois filhos, Shu e Tefnut, que se tornariam a atmosfera
e as nuvens. Estes, por sua vez, tiveram 2 filhos,
Geb e Nut, que se tornariam na Terra e nas estrelas.
Também eles tiveram dois filhos, Seth e Osiris,
pai de Horus.
Diz-se que, um dia, Rá chorou, o que fez
com que os Homens fossem criados das suas lágrimas.
Também, obviamente, criou as 4 estações
para Nilo, um rio de importância crucial no
Egipto.
Juntamente com Horus, Rá forma o deus Ra-Harakhte,
o Deus do Sul e dos Céus.
Topo ^
|
Celtas |
Já no caso da mitologia celta, Lugh era o
Deus Sol. O senhor do submundo, Balor, era o seu avô.
Balor era o líder dos Fomorii, um povo maléfico
que vivia nas profundezas escuras do submundo. Havia
uma profecia segundo a qual, Balor seria morto pelo
seu neto. Assim para prevenir que tal acontecesse,
Balor mandou encerrar Ethlin, sua filha, numa torre
de cristal. No entanto, Cian, filho do deus da medicina,
entrou na torre e Ethlin acabou por dar à luz
uma criança de nome Lugh.
Infelizmente, mal Lugh nasceu, Balor ordenou que
ele fosse atirado ao mar para se afogar. Só
que Lugh, miraculosamente, escapou ao seu destino
de morte certa e foi criado secretamente por Manannan,
o deus do Mar. Lugh aprendeu as artes de combate e
tornou-se num grande guerreiro.
|
|
Quanto atingiu a maioridade, juntou-se ao Tuatha
De Danaan – Os povos da deusa Dana – na
sua luta contra os Fomorii. No decorrer de uma dura
batalha, o rei dos Tuatha De Danaan foi morto pelo
olhar de Balor. Balor era possuidor de um olhar que
matava quem quer que fosse que o visse.
No entanto, Lugh atirou uma pedra mágica
aos olhos de Balor, acabando por o matar tal qual
a profecia havia predito. Com tal proeza, Lugh tornou-se
rei dos Tuatha De Danaan.
Ainda hoje Lugh é lembrado, com um festival
comemorativo do inicio das colheitas em Agosto. A
festa de Lugh, chamada pelos Celtas de Lughnasadh,
é conhecida hoje por Lammas, ou a festa dos
primeiros frutos.
Topo ^
|
Aztecas |
|
Outros povos contemplavam o Sol de outras formas.
A maioria das crenças astronómicas dos
antigos Aztecas do México central, são
conhecidas da literatura existente, em particular
por um trabalho escrito no tempo das conquistas, de
nome Codex Mendoza.
Existem vários monumentos Aztecas que provam
que a os Aztecas observavam exaustivamente os movimentos
do Sol no céu, especialmente coordenados com
os movimentos de Vénus. Pilares, portas e janelas
de monumentos de pedra, estavam claramente alinhados
com o nascer e o pôr do Sol, nos solsticios.
|
Segundo os Aztecas, o universo era composto por várias
eras cósmicas. Eles acreditavam que haviam sido
criados 4 sóis em eras anteriores, e que todos
eles haviam morrido no final de cada era cósmica.
Tonatiuh era o quinto sol e a era presente, em que
estamos, é ainda a sua era. O seu nome significava
“Aquele que anda, a brilhar”, devido ao
facto de este ser o primeiro dos sóis que se
movimentava. A divindade solar Tonatiuh era responsável
por suportar o Universo. A sua fraqueza, poderia trazer
o fim do Mundo e, por isso, eram feitos sacrifícios
humanos à esta divindade solar para nutrir e
alimentar o deus e, assim, manter a sua força.
Tonatiuh era também responsável pelo
Tollan, o Paraíso Azteca, onde somente guerreiros
mortos e mulheres que morriam no parto, podiam entrar.
|
Ainda sobre os Aztecas, este era um
povo antigo que vivia no México, quando só
espanhóis lá chegaram em 1519 para conquistar
a América Central, e tinham uma variação
para o deus Sol.
Huitzilopochtli era a divindade patrona
na mitologia Azteca. O seu nome significa “O colibri
(ou beija-flor) à esquerda” e era o deus
azteca do Sol e da guerra. A sua representação
era um homem azul, completamente armado com a cabeça
decorada com penas de colibri.
A sua mãe, Coatlicue, havia engravidado
magicamente quando uma bola de penas caiu dentro do templo
onde ela estava a varrer e entrou em contacto com os seus
seios.
|
|
Esta misteriosa gravidez, enervou bastante as 400 crianças
das estrelas existentes, que pensaram que ela os havia
desonrado. Uma irmã de Huitzilopochtli, Coyolxauhqui,
levou os seus irmãos e irmãs das estrelas
a matar Coatlicue, sua mãe. No entanto, Huitzilopochtli
nasceu completamente adulto e armado e matou Coyolxauhqui,
bem como os outros seus irmão e irmãs.
Foi assim que a cabeça de Coyolxauhqui foi
cortada e atirada para o céu, para que se tornasse
na Lua.
Huitzilopochtli era o deus que supostamente iria guiar
os Aztecas à terra prometida, no Sul. Ele incitou
o povo Azteca a lutar sem piedade, a formar um império
e a oferecer os prisioneiros em sacrifício aos
deuses.
Para que as chuvas e as colheitas não faltassem
e para terem sucesso nas guerras, os Aztecas faziam
inúmeros sacrifícios humanos aos seus
deuses, usando para isso, os prisioneiros feitos nas
frequentes guerras com os seus vizinhos.
A forma mais comum de sacrifício, era arrancar
o coração a um adulto (ou por vezes uma
criança) vivo, por forma a o oferecerem ao Sol.
Topo ^
|
Gregos
e romanos |
|
Na Grécia antiga, Apolo era filho de Zeus e
Leto, sendo gémeo da deusa Ártemis. Era
o deus do Sol, da lógica e da razão, assim
como era um excelente músico e curador.
A sua mãe procurou por toda a Grécia
um local para dar à luz Apolo. Finalmente ela
acabou numa ilha chamada Delos, sendo que a ilha concordaria
com o nascimento de Apolo lá desde que depois
ele fundasse um templo na ilha. Leto concordou e quando
Apolo cresceu, transformou Delos uma ilha linda.
|
Apolo era conhecido como o deus que via o futuro e
o seu local mais sagrado era Delphus, local do Oráculo
de Delphus.
Como se pode ver numa história com Hermes,
Apolo era muito inteligente. Reza a história
que enquanto bebé, Hermes era também muito
ardiloso...Ele tentou roubar o gado de Apolo e enganou-o
fazendo os animais andar para trás. Desta forma,
as pegadas indicariam que o gado andava na direcção
contrária.
|
Acabou por haver um julgamento na presença
de Zeus, e Hermes admitiu ter roubado o gado a Apolo e
concordou mostrar onde o havia escondido. Para se emendar,
ofereceu a sua lira a Apolo, acabando por se tornar bons
amigos.
Para os romanos a história repete-se,
mas o pai de Apolo é Júpiter. Hermes, também
tem outro nome, Mercúrio.
|
|
Na mitologia grega, existem referências
que contam outra história sobre o deus do Sol.
Estas histórias referem-se a Helios.
Helios era o jovem deus grego do Sol.
Era filho de Hiperión e de Theia. Teve seis filhos,
Aeëtes, Circe e Paiphae, Phaethusa (“radiante”)
e Lampetia (“brilhante”). Teve um filho, de
seu nome Phaeton, o qual incumbiu de guiar a sua quadriga
pelo céu. O jovem, sem experiência, não
conseguiu controlar os cavalos e caiu para a morte.
Helios, em cada manhã, de madrugada,
levanta-se do Oceano no leste e viaja na sua quadriga
puxada por cavalos, através do céu, para
descer à noite no oeste. Ele vê e sabe tudo,
e é chamado para testemunha.
A reverência do Sol como um deus
venho do leste. Helios era adorado em vários locais
do Peloponeso, mas especialmente em Rodes, onde cada ano
eram feitos jogos de ginástica em honra dele. Rodes
era também o local onde o Colosso de Rodes (a sexta
das sete maravilhas do Mundo Antigo) foi erigido em sua
honra.
Esta estátua enorme, medindo 32
metros, foi construída em 280 A.C. por Chares de
Lindos. No terramoto de 224-223 A.C. a estátua
partiu-se pelos joelhos.
Noutros locais, de adoração
a Helios, havia multidões dedicadas a ele, como
por exemplo na ilha de Trinácia (ocasionalmente
referida como sendo a Sicília). Aqui os companheiros
de Odisseu, serviam-se à vontade dos animais sagrados.
As pessoas sacrificavam bois, ovelhas, cabras e cavalos
brancos, tudo em honra de Helios.
Era representado como um jovem com um
halo, de pé numa quadriga, ocasionalmente agitando
uma cabra.
Topo ^ |
África
Ocidental - Povo Fon |
Mudando mais uma vez de povo, chegamos à África
Ocidental, mais concrectamente para falar de Liza, uma
divindade do povo Fon que vivia nesta zona. Liza está
associado ao Sol, que é olhado pelo povo africano
como sendo feroz e austero. É representado com
sendo masculino e nunca se separa da sua parceira, Mawu,
que é associada à Lua. Mawu e Liza, eram
também, por vezes retractados como gémeos
e a sua unidade representava a ordem do Universo. Dizia-se
que Liza vivia no Leste enquanto que, por sua vez, Mawu
viveria no Oeste. Tanto Liza como Mawu nasceram de Nana
Buluku, criador do Mundo.
Numa lenda diferente, Mawu e Liza eram os criadores,
eles usaram o seu filho, Gu, para dar forma ao Mundo.
Gu, a ferramenta divina, tinha a forma de uma espada
de ferro. Ensinou o povo a arte de trabalhar o ferro,
para que pudessem fazer as suas próprias ferramentas
e abrigos, mas infelizmente, Gu não sabia que
os humanos iriam fazer uso do seu conhecimento para
fazer armas e, com a ajuda da serpente cósmica,
Da, as ideias dos humanos tornaram-se realidade.
Liza era também o deus do dia, do calor, do
trabalho e da força. Mawu era a deusa da noite,
da fertilidade, do descanso e da maternidade.
Sempre que ocorria um eclipse, dizia-se que Mawu e
Liza estariam a fazer amor.
Topo ^
|
Chineses |
|
Antigos documentos dizem-nos que durante
a dinastia Chou, na China (1027 – 21 A.C.), o povo
chinês acreditava que existiam 10 sóis, que
apareciam à vez no céu, um por cada dia
da semana chinesa de 10 dias.
Cada dia eles viajavam com a sua mãe,
a deusa Xi He, numa carruagem puxada por 6 cavalos-dragão,
para o Vale da Luz no Leste. Lá, Xi He lavaria
os seus filhos no lago e colocava-os nos ramos de uma
amoreira chamada Fusang.
|
Da árvore, um dos
sóis, partiria para o céu para uma viagem
de um dia, de modo a chegar à montanha Yen-Tzu
no Extremo Ocidente. Cansados desta rotina os 10 sóis
decidiram aparecer todos juntos, causando que a vida na
Terra fosse insuportável, devido ao seu calor combinado,
as pedras derretiam e as plantas murchavam.
Para que se evitasse a destruição
da Terra, o Imperador Yao, que estava no poder na altura,
pediu a Di Jun, o pai dos 10 sóis, que persuadisse
os seus filhos a a aparecerem um de cada vez. No entanto
os sóis não ouviram o seu pai e Di Jun enviou
do paraíso Yi, o archeiro, armado com um arco mágico
e 10 setas ara assustar os sóis desobedientes.
Contudo Yi alvejou nove sóis, deixando que os corvos
de três pernas escondidos nos sóis caíssem
para a Terra com os seus seios perfurados pelas setas
de Yi.
Somente o Sol que vemos hoje se manteve
no céu, porque o imperador, inteligentemente, mandou
que uma das setas fosse roubada da aljava de Yi. Di Jun
ficou tão zangado com a morte de nove dos seus
filhos que condenou Yi a viver como um simples mortal
na Terra.
Topo ^ |
Polinésios |
Na Polinésia, Maui era o herói da mitologia
local. Dizia-se que Maui nasceu prematuramente e fora
abandonado pela mãe, tendo sobrevivido e acabado
por regressar à sua mãe.
A sua mãe costumava trabalhar todo o dia, a
fazer “tapa” (tecido de casca de árvore).
Para Maui e a sua mãe, os dias eram demasiado
curtos, nunca havia tempo suficiente para fazer fosse
o que fosse num único dia. Maui queria que a
sua mãe tivesse mais tempo luz solar para fazer
o seu trabalho.
Então ele pensou que se o Sol se movesse mais
lentamente pelo céu, haveria mais horas de luz
num dia. Assim, Maui cortou as tranças sagradas
da sua esposa, Hina, para fazer uma corda que não
ardesse em contacto com o Sol.
|
|
Com esta corda, ele apanhou o Sol quando este nascia
e bateu-lhe com o osso mágico do maxilar da sua
avó. O Sol ficou tão fraco que depois
da pancada, ele não conseguia correr, mas apensa
arrastar-se no seu percurso. Assim a luz solar durava
mais e era possível trabalhar durante mais tempo
durante o dia.
Maui era pequeno, mas muito corajoso. Não tinha
medo de nada, nem mesmo da enguia monstruosa Te Tuna.
Maui desafiou Te Tuna e foi assim que ficou com Hina.
A aposta consistia em quem tinha o maior pénis
e assim, Maui e Te Tuna compararam tamanhos e Maui ganhou,
originando que Hina passasse a ser amante e mulher de
Maui.
Outra história conta a verdadeira bravura de
Maui. Ele decidiu roubar uma galinha do paraíso
para aprender a arte de fazer fogo (a galinha, pelos
vistos, é que guardava o fogo). Também
tentou conquistar a Morte, tentando passar pela deusa
da Morte, Hine-nui-te-po, no entanto ela esmagou-o até
à morte. Diz-se que o seu sangue tornou o camarão
vermelho e formou as cores do arco-íris.
Maui sempre tentou impressionar as mulheres, numa
determinada história, Maui empurrou o céu
mais para cima, porque o chateou quando tentava fazer
um forno da Terra para uma linda senhora.
Topo ^
|
Japoneses |
|
Já para os japoneses, Segundo a mais antiga
religião japonesa, chamada Shinto, Amaterasu
era a deusa do Sol. Shinto, já agora, significa
“a maneira dos Deuses” ou “O caminho
dos Deuses”.
Amaterasu nasceu do olho esquerdo do ser primordial
Izanagi. Quando o seu irmão Susanowo, a tratou
mal, ela escondeu-se na gruta do paraíso, fechando
a entrada com uma enorme pedra.
|
Assim, a escuridão
cercou o Mundo e espíritos maléficos deixaram
os seus esconderijos, causando destruição
e angústia por todo o lado, desesperados, os deuses
reuniram-se numa conferência, onde decidiram induzir
Amaterasu a sair da gruta, atiçando a sua curiosidade...Foi
assim que os deuses organizaram uma grande e alegre festa.
Colocaram um grande espelho em frente
à gruta e belas jóias numa árvore.
Uzume, a deusa do riso, começou uma dança
exótica acompanhada por música a tocar muito
alto, ao ouvir a música e o riso, Amaterasu não
consegui aguentar a sua curiosidade e, prudentemente,
olhou para o exterior para ver o que se passava...
Mal conseguiu ver o que se passava,
ficou tão fascinada pelo seu próprio reflexo
no espelho, que acabou por sair da gruta, fazendo com
que a luz cobrisse e colorisse o Mundo.
Topo ^
|
Sumérios
e Babilónios (Mesopotâmia) |
Na antiga Mesopotâmia, região conhecida
pelo “crescente fértil” que ocupa
os vales dos rios Tigre e Eufrates, correspondendo hoje
aos territórios do Iraque e do Kuwait, viviam
os sumérios, há mais de 3000 anos atrás.
Na sua mitologia, Shamash era o deus Sol.
Como Shamash conseguia ver tudo o que se passava na
Terra, ele representava o deus da Justiça, sendo
por isso que a sua representação era ele
sentado num trono.
|
|
Shamash e Aya, sua mulher,
tiveram duas crianças muito importantes. Essas
crianças eram Kittu e Misharu, que representavam
a Justiça e a Lei, respectivamente.
Diz-se que cada manhã, o homem-escorpião
da Montanha do Leste abriria o portão e deixava
Shamash sair, depois ele era puxado pelo céu numa
carroça comandada por Bunene. No final do dia,
Shamash entraria na Montanha do Oeste, onde começava
a sua viagem pelo Submundo. No dia seguinte, começaria
outra viagem pelos céus.
Na Babilónia, localizada no Sul
da Mesopotâmia, o símbolo de Shamash era
o disco solar, com uma estrela de 4 pontas dentro dele.
Topo ^ |
Navajos
(América do Norte) |
|
Os índios Navajo da América
do Norte, acreditavam que Tsohanoai era o deus Sol. Ele
assume forma humana e carrega o Sol às costas,
todos os dias (coitado) através do céu.
À noite, o Sol descansa, pendurado numa pega na
parede ocidental da casa de Tsohanoai.
Os dois filhos de Tsohanoai, Nayenezgani
(Matador de Inimigos) e Tobadzistsini (Criança
de Água) viviam separados do pai, em casa da sua
mãe, no extremo ocidente.
|
Quando se tornaram adultos,
os dois decidiram procurar o seu pai e pedir-lhe ajuda
para combater os espíritos maléficos que
aterrorizavam e atormentavam a Humanidade.
Após muitas aventuras, eles conheceram
a Mulher-Aranha, que lhes disse onde eles poderiam encontrar
o deus Sol e deu-lhes 2 penas mágicas para eles
se manterem seguros. Finalmente, chegaram a casa de Tsohanoai,
onde ele lhes forneceu setas mágicas para conseguirem
derrotar os Anaye, monstros maléficos que devoravam
homens.
Topo ^ |
Incas |
Continuando as histórias mitológicas
sobre o Sol, temos as crenças Incas. Para este
povo que vivia na América do Sul, no antigo Perú,
consideravam Inti o deus Sol e antecessor dos Incas.
Nas ruínas da cidade de Machu Picchu, é
possível ver um relógio solar que descreve
o percurso do Sol, personificado por Inti.
Inti e a sua esposa, Pachamama, a deusa da Terra,
eram vistos como divindades benevolentes.
Segundo um antigo mito Inca, Inti ensinou Manco Capac
e Mama Ocollo, seus filho e filha respectivamente, as
artes da civilização e mandou-os para
a Terra para instruir a Humanidade, com o que eles haviam
aprendido.
|
|
Inti ordenou aos seus filhos que construíssem
a capital Inca onde a tupayauri havia caído ao
chão. A tupayauri era uma espécie de alavanca
dourada divina. Manco pegou a tupayauri e foi sondando
o chão com ela, num dado ponto, ele atirou-a
para o chão e então, a tupayauri enterrou-se
no chão, tendo terminado aí a busca pelo
local. Os Incas acreditavam que isto aconteceu na cidade
de Cuzco, que foi fundada pelo Ayar.
Ainda hoje, Inti é celebrado no Perú,
durante o festival de Inti Raimi em Cuzco, onde um drama
Inca relacionado com o deus Sol é re-encenado.
Topo ^
|
Povos
Inuit |
Malina era a deusa do Sol dos povos
Inuit, que vivem na Gronelândia. A palavra “Inuit”
significa pessoas e a forma no singular é Inuk.
As tribos Athapascan do Alasca e do Canadá, costumavam
chamar aos Inuit, o termo ofensivo “eskimo”
que significa “comedores de carne crua”.
Mas sobre Malina... Malina e o seu irmão,
o deus da Lua Anningan, viveram juntos e costumavam fazer
jogos os dois.
Mas, uma vez tornados adultos, as coisas
mudaram. Uma noite, enquanto eles brincavam no escuro
(como era hábito fazerem em criança), Anningan
violou a sua irmã. Durante a luta, uma lamparina
de óleo de foca virou-se, enchendo as mãos
de Malina com gordura preta. Quando Malina, em vão
é certo, tentou afastar Anningan, ela escureceu
a cara dele com as suas mãos sujas e gordurosas.
Então ela correu o máximo
que pode para o céu, onde se tornou no Sol. Anningan,
não mostrando ponta de remorsos pelo seu crime,
continuou a perseguir a sua irmã pelo céu,
onde acabou por se tornar na Lua.
Esta corrida eterna, faz com que o Sol alterne com a Lua
no céu, mas... Ocasionalmente, o deus da Lua alcança
a deusa do Sol e viola-a outra vez, causando um eclipse
solar.
No entanto, Anningan está tão
obcecado com a sua irmã que se esquece de comer...Assim,
à media que passam os dias, ele fica cada vez mais
magro, até que uma vez por mês, a Lua desaparece
por 3 dias, para que Anningan possa comer. Ele volta sempre
para perseguir a sua irmã outra vez. É assim
que os Inuit explicam as fases da Lua.
O Sol e a Lua odeiam-se um ao outro
e aos seres humanos de sexos opostos, por isso, durante
um eclipse solar, é suposto os homens não
saírem de casa, enquanto que as mulheres ficam
também em casa durante um eclipse lunar.
A deusa do Sol e o deus da Lua são
espíritos vingativos que enviam doenças
a todos os que os ofenderem.
Topo ^ |
Híndus |
|
O Hinduísmo é a mais
antiga e mais importante religião indiana. É
baseado em algumas escrituras sagradas antigas e na assimilação
de muitas culturas e crenças religiosas diferentes,
de outros povos. A mais antiga escritura Hindu é
o Rig Veda, que consiste numa colecção de
cantigas e hinos compostos há mais de 3000 anos
atrás. Muitos são só deuses e deusas
descritos nas escrituras sagradas dos Hindus.
No panteão Hindu, Surya é
o deus Sol. É um dos 12 Adityas, os guardiões
dos meses do ano. Surya é representado como um
homem vermelho com 3 olhos e 4 braços, numa carroça
conduzida por Aruna, a Madrugada e puxada por sete éguas.
|
Segura em lírios
de água com duas das suas mãos, enquanto
a terceira mão encoraja os seus adoradores, os
quais abençoa com a sua quarta mão.
Nos estados de Bihar e Tamilnad, acredita-se
que Surya é uma divindade benevolente capaz de
curar pessoas doentes e de trazer a boa sorte. É
por isso que hoje, o Sol é colocado por cima das
portas das lojas e das bancas dos mercados.
A esposa de Surya é Sanjna, a
consciência. Quando casaram, Sanjna não suportava
o potência da luz e do calor de Surya e, por isso,
fugiu para uma floresta tratando de tudo para que a sua
serva tomasse o seu lugar. Na floresta, Sanjna transformou-se
em égua para não ser reconhecida por Surya.
Mas rapidamente Surya descobriu o refúgio da sua
esposa e foi à mesma floresta disfarçado
de cavalo e acasalou com ela.
Como resultado, Sanjna deu à
luz várias crianças e eventualmente voltou
para o seu marido.
Mas o calor e a luz de Surya eram tão
intensos que Sanjna estava sempre exausta a fazer os seus
deveres domésticos, foi então que, finalmente,
o pai de Sanjna decidiu ajudá-la, encurtando o
corpo de Surya, baixando o seu brilho em um oitavo. Assim
o calor produzido por Surya tornou-se mais tolerável.
Topo ^
|
Ainda nos Hindus, mas desta vez com
a mitologia Vedic, Garuda é o rei dos pássaros
e o inimigo das serpentes. O seu corpo era o de um belo
homem, com o bico e as garras de uma ave predadora. É
associado aos raios de Sol. Garuda é muitas vezes
representado como o supremo deus Hindu, Vishnu e com a
sua mulher Lakshmi, montada nas suas costas a voarem através
do céu.
O seu pai era Kasyapa, um dos sete grandes
Prudentes chamados Rishis. O povo Hindu acredita que ele
possui a cura para os que sofrem de mordedura de cobra.
Num dos mitos, diz-se que Garuda roubou a água
da vida, chamada Amrta. Precisava da Amrta para soltar
a sua mãe Vinata, que havia sido feita escrava
pelo ríval dela, Kadru, através de um subterfúgio. |
|
O resgate exigido por
Kadru era o elixir da imortalidade. A água da vida
era a ambrosia dos deuses e estava cuidadosamente guardada
no paraíso de Indra. A tarefa apresentava-se impossível
para ele, no entanto, Garuda conseguiu-o e ganhou a liberdade
da sua mãe. Indra partiu o seu relâmpago
durante a batalha.
Topo ^
|
Mamaiu
(Brasil) |
Já segundo as crenças
dos Mamaiu, uma tribo amazónica que vive ao longo
das margens do rio Xingú, no Brasil, Kuat era o
deus Sol. De acordo com uma lenda Mamaiu, no principio
dos tempos, era sempre noite e as tribos eram forçadas
a viver no medo eterno de ataques dos animais selvagens.
A luz não conseguia chegar aos Mamaius porque as
asas dos pássaros tapavam o céu.
Kuat e o seu irmão Iae decidiram
roubar alguma luz ao deus abutre Urubutsin, rei dos pássaros.
Os dois irmãos, esconderam-se
num cadáver e esperaram que os pássaros
se aproximassem. Assim que Urubutsin aterrou no cadáver
para comer os vermes que era suposto o cadáver
conter, Kuat agarrou as pernas do abutre.
Incapaz de fugir e abandonado pelos
seus companheiros, Urubutsin foi obrigado a concordar
que ele iria partilhar a luz do dia com os dois irmãos.
Para fazer a luz durar muito tempo, acordaram que o dia
alternaria com a noite. Como resultado, Kuat ficou associado
ao Sol e Iae à Lua.
Topo ^ |
Escandinavos |
|
Na Escandinávia, a mitologia local diz-nos que
Freyr estava fortemente ligado ao Sol. Ele era o deus
da Paz e da Fertilidade, sendo que os seus pais eram
o deus do mar Njord e a gigante Skadi. Ele fazia parte
da família Vanir que estava em guerra com a família
Aesir.
Certa vez, Freyr subiu ao trono de Odin, de onde conseguiu
ver todos os Mundos e onde viu uma bela donzela no submundo.
Ela era uma gigante e o seu nome era Gerd. Ela possuía
braços tão brancos que o seu brilho espalhava-se
pelo ar e pelo mar. Freyr apaixonou-se logo à
primeira vista por Gerd e enviou Skirnir, seu servo,
para a cortejar para ele (Freyr).
|
Após uma longa viagem
e muitas aventuras, Skirnir finalmente chegou ao submundo
com a ajuda da espada mágica de Odin. Infelizmente
Gerd recusou os preciosos presentes enviados por Freyr
e Skirnir foi então forçado a ameaçar
Gerd com a sua espada mágica, de modo a convencer
Gerd a encontrar-se com Freyr num pequeno bosque e tornar-se
noiva de Freyr.
A viagem de Skirnir, cujo nome significa
“O Brilhante”, para unir Freyr a Gerd, diz-se
representar a viagem do Sol através do céu
e para baixo, para o submundo.
Topo ^ |
« Voltar
Fontes:
Windows to the Universe – www.windows.ucar.edu
http://www.pantheon.org/articles/h/helios.html
|
|