Astronomia e Astrofotografia  
por Luís Ramalho
 
 













 

 


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© Luís Ramalho
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SISTEMA DE DESLOCAÇÃO PARA O LX200

O LX 200 de 10" é muitoooo pesado!
Desde o momento da compra que se tornou evidente a impossibilidade de montar e desmontar o telescópio em cada sessão de observação devido ao seu excessivo peso. Era necessário arranjar uma solução que mantivesse o telescópio permanentemente montado sobre o tripé e que permitisse a sua deslocação fácil.

A solução encontrada consistiu em instalar em cada perna do tripé um acessório dotado de rodas que, ao baixarem, obrigam à elevação do telescópio como um todo. O peso total do telescópio e tripé exige que o acessório seja bastante robusto (nas partes principais foi utilizada barra de ferro de 8 mm de espessura).

 

O sistema de deslocação é constituído essencialmente por 3 partes:

1) um cilindro aberto em cima e em baixo (com 11.8 cm de comprimento e 6 cm de diâmetro) que se acopla à extremidade do tripé e nele é fixo com um parafuso;

2) uma placa horizontal oval (com 18 cm de comprimento no sentido do semi-eixo maior) soldada ao cilindro com uma inclinação tal que permite ao sistema de rosca, porca e roda, referido no número seguinte, funcionar na vertical. Esta inclinação é diferente em cada pé e, portanto, cada acessório é diferente dos restantes;

 

3) Sistema de rosca, porca e roda. A rosca de 14 mm e de 16 cm de comprimento, em cuja extremidade se encontra uma pequena chapa (de dimensões 6 cm x 5 cm) que serve de fixação à roda (de 5 cm de diâmetro), trabalha dentro de uma porca que é solidária com a placa horizontal. Esta porca foi construída ao torno mecânico como uma única peça tendo sido introduzida na placa horizontal por uma pequena ranhura que depois foi fechada e soldada.

Ao rodar a porca no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio faz-se baixar a roda que, ao fazer pressão no chão, levanta progressivamente o respectivo pé. Basta apenas repetir esta operação para as outras duas pernas.



Como se pode reparar nas imagens, foi necessário limar um pouco uma das porcas de orelhas original em cada perna do tripé para permitir continuar a utilizá-las após a montagem do sistema de deslocação.

Depois de algum tempo de utilização foi possível constatar que a deslocação do telescópio introduzia tensões no tripé devido ao facto de cada perna se movimentar de um modo independente relativamente às outras. Estas tensões podiam tornar-se potencialmente perigosas porque, devido à fragilidade da "aranha" que liga as pernas do tripé, aquela podia ceder e partir provocando a abertura descontrolada de uma ou várias pernas e a consequente queda do telescópio (não existe limite máximo no grau de abertura das pernas do tripé caso a "aranha" se parta).

 

De modo a resolver o problema, os acessórios de deslocação foram unidos rigidamente uns aos outros através de 3 varetas de ferro (duas varetas com 85 cm de comprimento e uma com 75 cm). Ao deslocar o telescópio, as pernas mantêm-se agora fixas umas relativamente às outras de modo que se eliminaram quaisquer tensões no tripé. Pode ver aqui como o sistema funcionava antes da colocação das referidas varetas.

Resumindo, o sistema de deslocação funciona às mil maravilhas há já mais de um ano e tem permitido levar o LX 200 para o local de observação de uma maneira muito fácil e rápida.


Toda a manufactura foi manual e realizada por José Ferreira.
A concepção do sistema de deslocação foi de Luís Ramalho.

Luís Ramalho
Setembro 2002