Embora estes comentários sejam extractos das sensações que nos assolam quando assistimos a um espectaculo destes, a verdade é que não existem palavras para descrever a tempestade de emoções que sentímos naquela 4ª feira junto a Akkise (Google Earth), uma localidade perdida num imenso vale da Turquia e longe das habituais rotas turisticas.

Foi no dia 29 de Março de 2006, às 14 horas locais (12:00 horas UT), que a sombra da Lua desceu os Montes Taurus aproximando-se de nós a uma velocidade de 866 metros por segundo.

A partir desse momento, uma atmosfera surreal inundou-nos e tudo ficou além daquilo para que nos tinhamos preparado para defrontar.

Das 15 pessoas que constituiram o Corpo Expedicionário, nenhuma teve a antevisão do significado daqueles breves 3 minutos e 44 segundos. Depois desse momento, a nossa presença no mundo foi-nos revelada da forma mais rude e mais implacável que poderiamos imaginar:

- O facto de sermos microscópicas particulas de pó em algo que está muito além da nossa capacidade de compreensão.

Corpo Expedicionário (de cima e da esquerda para direita):

José Ribeiro, João Ribeiro, Alcino Pacheco, Hugo Silva, Carmen Santiago, Rui Tripa, Filipe Alves, João Seixas, Maria Macedo, Luis Carreira, Alberto Fernando, Fátima Seixas, Paulo Guedes, Mário Santiago e Alfonso Portela.

A sensação era de insignificância face à imponência da paisagem, mas ao mesmo tempo sentiamos que estávamos a fazer parte de algo verdadeiramente grandioso. 

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Esta foto-composição do Grupo que esteve presente na encosta de Akkise, foi obtido alguns minutos após a totalidade.

Além de algumas jovens húngaras e autarcas de Akkise que entretanto chegaram, cedemos o nosso autocarro para que os alunos da Escola Primária pudessem assistir ao evento junto de nós, usufruindo assim de algumas explicações e observação através de telescópios.

A imagem da esquerda é particularmente curiosa pelo facto de ter sido obtida poucos minutos após o 3º contacto, ou seja, após a fase de totalidade.

Seria expectável que o eclipse fosse um fenómeno que fosse seguido com intensidade até ao momento em que o disco lunar deixasse de ser visivel na sua passagem sobre o Sol.

Mas depois do êxtase, somos vencidos pela intensidade da experiencia e não é um 'insignificante' momento de parcialidade que nos vai impedir de saborear aquele momento.

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Nesta foto, é visivel o 'earthshine'.

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No meio de todo aquele misticismo, houve ainda o discernimento para algumas tarefas de caracter cientifico. O registo da variação da temperatura e da curva de luminosidade.

Como aparelho de medição foi utilizado um SQM (Sky Quality Meter) modificado, de forma a permitir a medição da luz em condições substancialmente diferentes daquelas para que o aparelho foi originalmente construído, ou seja, medir a qualidade do céu à noite.

Nesta representação gráfica (linha rosa), é visivel um pico acentuado da curva de luz, coincidindo este pico com o momento da totalidade do eclipse.

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Clique neste link para assistir a uma curta metragem sobre o ambiente vivido no momento do Eclipse (4:07 min / 18,76Mb)

Já no caminho de regresso, ainda emocionados mas completamente extenuados, a natureza ainda nos guardou um derradeiro e raro espectáculo:

Nuvens Lenticulares