Halo de 46

Formação do Halo de 46o

 

Introdução
Formação do halo de 22o

FORMAÇÃO DO HALO DE 46o
Halo circunscrito e arcos tangentes
Fotos de halos
Formação do arco circunzenital
Formação do arco circunhorizontal
Fotos de arcos circunzenitais e circunhorizontais
Formação do parélio
Fotos de parélios

Fotos dos halos de 29 de agosto de 2008 em Curitiba

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A formação do halo de 46º é bastante similar à do halo de 22º. A diferença aqui reside no fato dos ângulos de 90º entre as faces laterais e os planos basais serem responsáveis pela sua formação, e não mais os de 60º entre faces laterais. Recomenda-se, contudo, a leitura da seção sobre halo de 22º antes de prosseguir nesta seção.

Os cristais devem ter orientações aleatórias na nuvem, da mesma forma que o halo de 22º. Assim, na realidade, o halo de 46º estará quase sempre presente quando houver o de 22º, mas raramente ele é visto. Um dos motivos é que pode não haver nuvem onde o halo deveria estar, mas o principal motivo é que esse halo é mais largo que o de 22º, fazendo com que suas cores se espalhem mais, deixando-o mais fraco. Além disso, há um número menor de cristais contribuindo para a formação desse halo, se comparado ao de 22º, pois muitos cristais ocasionarão apenas uma reflexão total em seu interior, não originando um raio de saída (mais para a frente há uma figura ilustrando isso).

A figura 1 ilustra um cristal de gelo com alguns ângulos de 90º indicados.

Figura 1 - Um cristal de gelo hexagonal visto de perfil, com alguns ângulos de 90o indicados em roxo

Nota: como o ângulo importante é o de 90o, a representação do cristal será simplificada para um retângulo, como se o mesmo sofresse um corte. A figura 2 ilustra essa simplificação.

   

Figura 2 - A figura da direita é uma simplificação da figura esquerda vista de perfil (último quadro da animação)

A figura 3 mostra esquematicamente o caminho da luz solar ao passar por um cristal de gelo visto de perfil, entrando por um de seus planos basais e saindo por uma face lateral.

Figura 3 - Um raio solar, representado em verde, atinge o plano basal superior de um cristal de gelo e sai por uma face lateral. (Os desvios na figura são reais para a cor verde)

A figura 4 (uma animação) é análoga à figura 4 da seção do halo de 22º, e mostra um cristal girando. Por ela é possível ver que, também nesse caso, existe um desvio mínimo, que vale 46,5o para a luz verde (próximo do  terceiro quadro).

Figura 4 - Animação mostrando um cristal de gelo girando, onde um raio incidente sofre duas refrações e origina um raio de saída, cujo desvio em relação ao raio incidente varia de acordo com a orientação do cristal. O desvio entre o raio incidente e o raio de saída possui um valor mínimo, bem próximo do terceiro quadro. (Os desvios na figura são reais para a cor verde)

Nota: Pela animação é possível ver que, para muitos ângulos de raio incidente, não existe um raio de saída. Isso explica o motivo pelo qual menos cristais participam na formação do halo de 46º, se comparado ao halo de 22º.

A figura 5 é similar à figura 5 do halo de 22º, e mostra vários cristais com orientações aleatórias (parte de uma nuvem), com raios solares incidindo sobre eles. Nessa figura foi representada a formação tanto do halo de 22º como do de 46º, de maneira sobreposta.

Figura 5 - Representação de cristais com orientações corretas para formar um halo de 22o e um de 46o. Os hexágonos na figura formam o halo de 22o (cristais hexagonais vistos de topo), enquanto que os retângulos (cristais hexagonais vistos de perfil) são os responsáveis pela formação do halo de 46o. (Os desvios na figura são reais para a cor verde)

A figura 6 traz uma representação esquemática dos dois tipos de halo, uma vez que fotos do halo de 46º não estão disponíveis.

Figura 6 - Simulação em computador do halo de 22o e do halo de 46o. Para a simulação foi utilizado o software Halosim (por Les Cowley e Michael Schroeder), disponível em http://www.atoptics.co.uk/halo/halfeat.htm

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