2003 (II)
Barragem da Póvoa - Castelo de Vide
2003.07.05
Barragem da Póvoa
Magnitude ~6. Céu limpo mas com neblinas para o fim da noite. Iluminação pública e automóvel
Takahashi FC-60 60mm f/8.3, Takahashi Sky Patrol II. Nikon FM2 50mm f/4 e Olympus OM1 com 200mm f/5
Todas as fotos expostas em filme Kodak Royal Supra 400 professional. É notória a quase completa falta de sensibilidade à cor vermelha - é completamente inútil nas nebulosas de emissão.
Esta sessão fotográfica não correu lá muito bem, tendo várias exposições estragadas por luzes de automóveis, e outras por desequilíbrio da montagem, e ainda outras, por falta de paciência em alinhar correctamente. Das dez exposições, só se salvaram as abaixo. Enfim, melhores noites virão...
Messier 8 e Messier 20
Exposição de 30 minutos com objectiva de 200mm a f/5
Foi pena o filme não ser muito sensível ao vermelho, nem o seguimento manual não ter sido lá muito perfeito
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Via Láctea na zona de Sagitário e Escudo
Exposição de 20 minutos com objectiva zoom (barata) a 35mm f/4
Ainda levou um flashada (à esquerda) antes de ter tempo de tapar a objectiva
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Marte, Urano, Neptuno e Helix
Exposição de 30 minutos com objectiva de 50mm a f/4
Esta foto é uma espécie de"Onde está o Wally ?"
Com paciência, é possível identificar os poucos pixels captados de cada um dos objectos
Marte é fácil...
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Capuchos VIII - Conjunção de Marte e Lua em pleno dia
2003.07.17
Capuchos - Leiria
Dia - Sol a 30° de altitude
Takahashi FC-60 60mm f/8.3 (500mm), Takahashi Sky Patrol II, Televue Radian 14mm (36x 101') e Canon G1
Depois de ter visto a impressionante conjunção deste par perto da 1 da manhã, fui ver por onde andariam estes dois perto das 9 da manhã antes de ir trabalhar. Nunca tinha experimentado ver um planeta em pleno dia já com o Sol tão alto, mas estas conjunções diurnas da Lua, dão oportunidade de encontrar visualmente outros astros que com a magnificação suficiente se tornam visíveis em pleno luz do dia.
Marte, estando a cerca de meio grau da Lua, e com quase -2 de magnitude, foi facilmente localizado, embora ambos os planetas já estivessem abaixo dos 10 graus de altitude. Nada como uma conjunçãozinha logo pela a manhã...
Marte e Lua em pleno dia (9:10 local)
A fase de ambos os planetas era bastante similar, notando-se ainda a calote polar em Marte, embora o resto da superfície se apresentasse toda branca
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Atalaia III - mais uma sessão de fotos
2003.07.20
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
Magnitude ~5. Céu limpo.
Takahashi FC-60 60mm f/6.3, Takahashi Sky Patrol II. Nikon FM2 em foco primário
Desta vez fui até à Atalaia, um dos pontos de encontro de astrónomos amadores da região centro do país. A noite iria ser curta devido ao facto da Lua nascer pouco depois das 00:30, mas entre o crepúsculo astronómico e essa hora, ainda se pode observar e fotografar céu profundo durante quase 2 horas. Tempo que aproveitei para fazer mais uns retratos. A magnitude zenital estava superior a 5, vendo-se bem a Via Láctea até 15 graus do horizonte, havendo no entanto alguma turbulência . A humidade não foi muito intensa, mas para as quatro da manhã já molhava o equipamento.
Embora não seja um frequentador assíduo na Atalaia, pareceu-me ter tido bastante afluência, tanto de pessoas (algumas delas "absolute beginner"), como de telescópios, parecendo quase uma astrofesta, isto apesar de não ser um fim-de-semana de Lua Nova.
A noite começou bem com uma longa passagem da ISS, bem alta e também com magnitude bem negativa que não me lembrou estimar, mas ainda houve quem a observasse no telescópio e ter resolvido alguma forma. Também um Iridum deu o ar da sua graça.
Enquanto o pessoal ia montando e observando, fui tirando algumas fotos com exposição de 5 minutos (ou mais) no foco primário do takito + redutor (380mm) usando a SkyPatrol (takita), sem qualquer correcção de guiamento. Não poder corrigir o seguimento é um bocado como praticar trapézio sem rede e de olhos vendados, mas confiei no Sr. Takahashi e houve uma ou duas exposições que se safaram. Estando eu de mãos a abanar durante as exposições, fui passeando pelos telescópios montados no local apreciando a sua grande variedade e principalmente as suas vistas. A "colecção" de telescópios e equipamento da Atalaia é deveras impressionante, mas mais impressionante, é a disponibilidade e o altruísmo dos seus donos, algo que cada vez mais é raro seja em actividade for.
Marte nasceu e passou a ser o alvo de todas as atenções, tanto porque a Lua ainda com mais de 70% de fase iluminada também não permitia grande escolha. Observei através de diversos telescópios com aberturas desde os 6cm até aos 38cm, verificando em todos eles que a calote polar está a desaparecer a olhos vistos, mesmo no 6cm era possível observar diversas marcas de albedo sem grandes dificuldades. Também se deu uma olhada nos mais bem longínquos Urano e Neptuno em que foi possível ver algumas das suas luas (com os telescópios de 15").
A Lua também ficou muito interessante, especialmente quando observada através de um binoviewer de microscópio adaptado ao porta oculares 1.25". A visão estereoscópica dá realmente a uma boa sensação de imersão, quase 3D, isto apesar de pessoalmente ter tido alguma dificuldade em juntar as duas imagens.
Outra coisa que experimentei foi essencialmente o contrário, ou seja, uma pala (tipo pirata) para tapar o olho não observador para não ser necessário fechar o olho resultando numa notória diminuição do stress. Em Marte o resultado foi imediato - muito máis rápida e confortável a observação de detalhe. Acessório simples, barato e eficaz.
Durante toda a noite houve meteoros esporádicos de grande brilho (magnitudes negativas) e com velocidade média/grande, tendo-se observado alguns deles a desfazer e deixar longos rastros. Não havendo nenhuma chuva em especial, talvez se tratassem de meteoros antihélicos que têm origem nos asteróides (mais riginhos) - dai se calhar o seu intenso brilho. Também curioso, foi um satélite que passou muito vagarosamente perto de Marte, que piscava de vez em quando talvez devido ao seu movimento de rotação, ainda entretendo o pessoal uns bons dez minutos.
Todas as fotos abaixo foram expostas em filme Kodak Royal Supra 400. Ainda tenho uns restos deste filme para ir praticando, O vermelho está praticamente ausente das nebulosas e o grão também podia ser melhor.
Não tendo por enquanto hipótese de dar uma ajuda na guiamento (seria necessário outro telescópio na montagem), o resultado final é sempre uma incógnita e geralmente pouco satisfatório, porque apesar da montagem tivesse seguido bem uma estrela no meridiano, basta uma pequena falta de balanço para o motor ter mais dificuldades no seguimento. A focagem foi a olhómetro.
Messier 8 e Messier 20
Exposição de 5 minutos em foco primário 380mm a f/6.3
Fotografia não foi guiada e nota-se...
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Messier 6
Exposição de 5 minutos em foco primário 380mm a f/6.3.
Não foi guiada e nota-se... novamente.
Messier 6 já estava muito baixo e bastante afectado pelo briho do horizonte, dai as cores das estrelas terem ficado um pouco pálidas
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Messier 4, Antares e o avião
Exposição de 6 minutos em foco primário 380mm a f/6.3
Não guiada. Aqui a montagem já se portou melhor
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Messier 13
Exposição de 7 minutos em foco primário 380mm a f/6.3
Não guiada
A meu ver foi a imagem da noite
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S.Pedro de Moel VII - Ocaso e anel verde
2003.07.25
S.Pedro de Moel
19:30-21:00++ UTC
Takahashi FC-60 60mm f/8.3 (500mm), Takahashi Sky Patrol II, Televue Radian 14mm (36x 101') e Canon G1
Ocaso
Canon G1 100mm 1/500s a f/8
pôr do Sol na bruma do Atlântico
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O anel verde é bastante frequente no Sol a pôr e a nascer, mas apenas é visível usando um telescópio com alguma magnificação (neste caso 34x). Não é um flash verde, bem mais raro de acontecer e que espero um dia destes conseguir capturar.
A imagem foi fetia através do Takahashi FC-60 sem nenhum filtro, algo que é perigoso, e não se deve tentar fazer sem o devido cuidado. Mais informação em http://mintaka.sdsu.edu/GF/index.html
Anel Verde
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Pátio 121 - Raios Crepusculares
2003.08.07
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
19:30-21:00++ UTC Canon G1
Os raios crepusculares são visíveis quando existem nuvens irregulares, passando os raios do Sol pelos os buracos, sendo salientados pela presença de poeira ou cinzas neste caso.
Raios Crepusculares
Canon G1 100mm 1/250s a f/2.5
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Raios Crepusculares
Canon G1 100mm 1/250s a f/2.5
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Pátio 122 - Lua Laranja e Marte afocal
2003.08.11
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
19:30-23:30++ UTC
Dobson Brightstar de 20cm f/6
Radian (86x 42'), Nagler 9mm type6 (133x 37'), Canon Powershot G1
Lua cheia laranja
Canon G1 150mm 1/25s a f/2.5
As cinza em suspensão ainda se fazem notar
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Leiria e a Lua Cheia
Canon G1 35mm 2s a f/2.0
Poluição luminosa que baste
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Embora não seja nada prático, e nem se tenha grandes resultados quando comparado com webcams, não resisti tirar umas fotos (à mão) a Marte que de vez dava imagens nítidas em alguns momentos de pouca turbulência. A altitude e condições atmosféricas não ajudaram muito - pois via-se bem melhor do que ficou na imagem.
Marte Afocal 23:43 UTC
Canon G1 35mm 8x 1/15s a f/2.0 dobson 20cm f/6 a 200x
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Pátio 123 - Marte
2003.08.19
11:30-01:00++ UTC
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Takahashi FC-60 60mm f/8.33 (500mm)
Televue Powermate 2.5x e 5x, Toucam pro, Canon G1
Finalmente arranjei um computador portátil para também fazer uns bonecos dos planetas e outras coisa brilhantes. Após 2 dias de quase total "blackout" nebuloso, lá apareceu uma surpreendente aberta para testar o novo brinquedo. Que mais, senão Marte como primeiro alvo escolhido.
Para começar usei o Takahashi 60mm na Sky Patrol, pois uma montagem motorizada é sempre uma benção - tem-se tempo para tudo - centrar, focar, matar melgas e esperar. Já com o dobson a história é outra, a colocação do planeta no campo do CCD é um verdadeiro teste à paciência - embora seja relativamente fácil seguir objectos a 300-400x visualmente, com a webcam, (o meu) Dobson é um verdadeiro patareco saltitante, e matar melgas está completamente fora de questão :) Já em f/15 (com a powermate 2.5x) o planeta cruzava o campo em 20 segundos, sendo necessário repetir esta "via sacra "diversas vezes só para focar. Depois desta experiência traumatizante, nem sequer me atrevi a usar a powermate 5x...
Abaixo estão os resultados de dois dos 20 AVIs da sessão (4 gigas!), a pilha e processamento foi automático no Registax ajustando depois os canais RGB, seguido de uma série de unsharps, gaussian blurs, nivelação e equilíbrio de cores no PS7, sem qualquer redimensionamento.
Tendo em conta os 60mm de abertura, até se consegue observar em traços gerais das marcas de albedo. A PM 5x parece que magnifica um bocado mais do que o anuncia.
Marte 23:31 e 23:28 UTC
Takahashi FC-60 + powermate 5x (f/45)
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A diferença de resolução de 6cm para 20cm é notória, só é pena ser um dobsoniano, o que torna a obtenção de imagens com comprimentos focais grandes um desafio
Marte 00:01+ UTC
Dobson 20cm + Powermate 2.5x (f/15) 120 imagens
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Pulo do Lobo II
2003.08.24
03:00-03:30++ UTC
Pulo do Lobo - Serpa
Takahashi FC-60 60mm f/8.33 (500mm), Televue Powermate 5x, Toucam pro
Mais uma expedição aos céus escuros alentejanos em Pulo do Lobo, Parque Natural do Guadiana, perto de Serpa.
O dia começou com um almoço numa aldeia chamada Amieira a 10 kms de Portel, e já aí contávamos mais de uma dúzia. O dia ainda parecia muito sorridente, mas à medida que íamos descendo para Serpa começava-se a notar um aumento de nebulosidade, que eventualmente cobriu grande parte do Céu, mas ainda deu para tirar a minha habitual imagem diária ao Sol.
Depois de instalados na Pensão Serpínia (recomendada), alguns do grupo foram às compras para o costumeiro "Petisco Crepuscular", enquanto outros passaram o tempo na conversa e a refrescar. Ao fim da tarde fomos todos até a um monte onde se encontra o mais antigo laboratório de erosão da Europa, onde são feitos estudos do solo e formas de utilização tendo em conta a sua preservação . Os cientistas (a Zé e o ??) proporcionaram uma interessante visita guiada tanto às instalações, como às experiências montadas no campo - o pessoal retribuiu convidado-os a se juntaram a nós à noite para olhar para o Céu.
Depois desta inesperada "visita de estudo", fomos para o local de observação, onde já o Sol se tinha posto de uma forma espectacular, começando imediatamente a montar os telescópios. A "colecção" era numerosa e variada, desde refratores de 60 a 100mm, reflectores de 100 a 450mm e 1 mak de 180mm, totalizando uma dúzia de telescópios. Como já tinha referido, as condições meteorológicas não estavam famosas, mas ao olhar para AVI animado que Rui trouxe da Net havia esperança de algumas abertas, e assim foi.
Mesmo no início da noite, numa boa aberta pelas 10:30, visitei diversos objectos para avaliar a transparência naquela aberta estava excelente, podendo observar sem dificuldade, estrelas de magnitude inferior a 13 na área da Messier 57. Durante toda a noite foi assim, havendo alguns períodos de quase completo encobrimento, mas aparecia sempre algum quadrante aparentemente livre de nuvens.
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Mas não seriam as nuvens que fariam desistir, durante toda a noite, todos nós e os telescópios estivemos ocupados, havendo por vezes até fila nalguns! Uns dedicaram-se à observação visual, outros à astrofotografia de filme e CCD. Estas "expedições" são sempre de dia inteiro, desde os preparativos com a ansiedade da antecipação até ao final de festa no dia seguinte com satisfação de uma noite bem passada, a noite, embora essencial é apenas uma das partes. Das vistas que mais impressionaram foi a "Veil" no Obsession 18" com filtro OIII e o planeta Marte no Mak de 7" a 200 e tal x com filtro laranja (superfície) e violeta escuro (calote e nuvens) o detalhe em ambos os casos foi o melhor que observei até há data.
Da minha lista, e de memória - os objectos por mim observados com a ajuda do Bright Star Atlas (Tirion, Skiff) foram os seguintes: Em Andrómeda foram a Messier 31 e satélites Messier 32, Messier 110 (todos presentes na pan 24mm) e a NGC 7662 "Snowball", em Triângulo a Messier 33 e o enxame aberto NGC 752. Em Pégaso, foram o Messier 15 (um dos meus preferidos em todas as aberturas) e galáxia NGC 7331, baixando a Aquário onde se encontra em visita Marte, estava o globular Messier 2, a "Hélix" e a "Saturn Nebula" (ambas bastante observadas e em várias aberturas). Tendo em conta as inconstantes situações meteorológicas locais, foi uma boa barrigada.
A noite para mim acabou com a primeira vista de Saturno desta temporada, que já estava bem alto depois das 4 da manhã. Ainda fiz uns AVIs de Marte com o 60mm, mas na altura estava um pouco nublado na área de Marte.
No final de contas até foi uma boa noite de observação.
Marte 03:36 UTC
Takahashi F-C60 + powermate 5x (f/45)
25 imagens escolhidas manualmente
Muita turbulência causada por nuvens, perdendo também alguma da pouca luz recebida
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No dia seguinte e a caminho de casa parou-se para festejar com o habitual javali.
Ver imagens e mais relatos aqui http://www.atalaia.org/
Outros relatos do Pulo do Lobo:
Pátio 124 - Marte
2003.08.25
10:30-00:30++ UTC
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Takahashi FC-60 60mm f/8.33 (500mm), Televue Powermate 2.5x e 5x, Toucam pro
Depois de ter jurado a mim próprio não usar o Dobson para fazer imagens com a webcam, não consegui resistir :). Mesmo com o céu bem nublado, foi por vezes possível apontar e focar em abertas maiores e sacar uns fugidios AVIs - com montagem dobsoniana, tudo o que vem à rede é peixe. A imagem do 20cm é no máximo sofrível, mas por outro lado a do 60mm é no mínimo curiosa - pois com uma hiper-amostragem de 5x a resolução teórica de um 60mm (1.9") o detalhe não deixa de ser interessante nem revelador - muito equivalente ao observado visualmente com um 15 ou 20 cm a mais de 200x.
A olho nu, Marte está realmente grandioso, sendo mesmo impossível de o ignorar, pois toda gente me pergunta "que estrela brilhante é aquela". Muitos vizinhos vieram curiosos dar uma espreitadela no Dobson 20cm, telescópio com aspecto para eles algo bizarro. A Nagler Zoom parece ser bastante amigável no que diz respeito à utilização, pois ninguém (sem óculos) até agora teve dificuldade a observar por ela.
Marte 11:08 UTC
Dobson 20cm + Powermate 2.5x (f/15)
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Marte 00:11 UTC
Takahashi FC-60 + powermate 5x (f/45)
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Usando a powermate 5x, o Takahashi FC-60 com fica com mais 2.5 metros de distância focal resultando numa imagem de Marte com cerca de 62 pixels (2.5 por segundo de arco). A colocação do planeta no campo CCD é trabalhosa, mas usando uma ocular de grande magnificação (Nagler Zoom neste caso) já dá pelo menos para colocar o planeta na vizinhança. Imagem feita na sessão de aquisição de imagem
Equipamento e local
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Capuchos IX - Pilar Solar e Falso Sol
2003.08.26
Capuchos - Leiria
19:00-19:35 UTC
Canon G1
Pilar Solar
Canon G1 150mm 1/320s a f/2.5
Este pilar solar foi especialmente intenso
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Sol Falso
Canon G1 150mm 1/125s a f/2.5
O pilar desenvolveu-se até ficar a parte de cima ficar destacada, assemelhando-se ao próprio Sol
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Pátio 125 - Marte no Perigeu
2003.08.27
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
22:30-00:30 UTC
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Televue Powermate 2.5x e 5x, Toucam pro
Pelas 11:55, o planeta Marte encontrava-se no ponto mais próximo da Terra desde há cerca 60000 anos. Embora seja uma aproximação bastante favorável estando a apenas 0,37271 u.a (55,756,622 km) resultando num tamanho aparente de 25,11". A diferença entre estas e outras oposições periélicas é quase mínima - apenas é um bom título para a Imprensa e uma boa oportunidade para as pessoas olharem um pouco para o Céu. A oposição será amanhã (28) pelas 19:00.
As imagens de Marte abaixo foram registadas 12 horas antes do perigeu,
Marte 23:40-- e 00:09 UTC
Dobson 20cm + Powermate 2.5x (f/15)
A imagem da esquerda tem 120 fotogramas e a direita somente 240, escolhidas manualmente empilhadas com o Registax. A noite esteve limpa mas com muita turbulência.
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Marte 00:05 UTC
Dobson 20cm + Powermate 5(.6)x (~f/34)
Somente 8 escolhidas manualmente
Ás 8 horas é um grão de poeira no CCD
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Pátio 126 - Marte em Oposição
2003.08.28
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
10:30-00:30 UTC
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Televue Powermate 2.5x, Toucam pro, Canon G1
Raios Crepusculares
Canon G1 150mm 1/500s a f/2.5
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Marte em Oposição
Pelas 19:00, Marte fazia uma linha recta com a Terra e o Sol. De hoje para ontem a distância aumentou 10471 km para 0,37278 u.a (55767093 km)
As imagens de Marte abaixo foram registadas 18 horas antes da oposição. Somente 13 escolhidas e manualmente empilhadas com o Registax 1.1. A noite esteve limpa mas com muita turbulência.
Marte 22:23-- e 23:52-- UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
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Urano em Oposição
No dia 24, também Urano se encontrava em oposição, estando a 19,01917 u.a (2,845,227,321 kms), sim, quase 3 mil milhões de quilómetros!, o tamanho esse é de apenas 3,68". Não é o tamanho da sua imagem, mas sim a distância que impressiona.
Urano 23:43-- UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
6 imagens escolhidas manualmente Apenas 6 fotogramas utilizáveis em 300 diz um pouco de como estava a turbulência
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Barragem de Belver - Ocaso lunar
2003.08.30
Barragem de Belver 20:00 UTC
Takahashi FC-60 60mm f/8.3 (500mm), Takahashi Sky Patrol II, Televue Radian 14mm (36x 101') e Canon G1
Ocaso lunar
Tak FC-60 + Canon G1 35mm 2s a f/2.5
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Pátio 127 - Marte
2003.09.02
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
11:30-00:30 UTC
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Televue Powermate 2.5x, Toucam pro
Marte 11:43-- UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
10 imagens. Tirado numa aberta nas nuvens, com bastante turbulência
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Pátio 128 - Marte
2003.09.04
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
23:30-01:00 UTC
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Televue Powermate 2.5x, Toucam pro
Marte 00:15 UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
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Marte 00:40 UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
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Pátio 129 - Marte
2003.09.06
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-01:00 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + toucam + filtro IR
Já faz algum tempo que não usava o meu telescópio primordial: o ETX90 (1999 vintage).
Embora seja de pequena abertura da marca Meade ;) é um Maksutov, e na boa tradição dos maks é um bom performante em planetas e Sol. A parte "EC" já está fora de combate há mais de um ano, devido ao famigerado braço direito ter-se partido, portanto tratei de fazer um adaptador para o montar na Sky Patrol. O ETX tem alguns pormenores que o tornam bastante agradável de utilizar neste tipo imagens: tem focador eléctrico (que luxo!) e um flip-mirror interno que permite usar simultaneamente ocular e webcam (uau!). Que vida relaxada , até deu para mostrar à vizinhança toda o planeta no portátil. Hum, acho que por agora vou dispensar as sessões masoquistas com o Dob...
Marte 21:54 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35)
400 imagens
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Marte 00:18 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35)
800 imagens
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Configuração bastante portátil que é necessária pelo menos aqui pátio, pois tenho necessidade de a mover de hora em hora por causa dos prédios e fios eléctricos e de estender a roupa. O portátil é um Asus M3N com um centrino de 1.5GHz e tem uma autonomia de cerca de 5 horas! até dá para ir empilhando com o registax entre as nuvens.
Aspecto geral
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Para montar o tubo do ETX foi necessário construir uma peça de encaixe na montagem onde depois uma placa "multi-usos" onde se pode montar braçadeiras de diversos diâmetros ou então cabeças de tripé (1/2") para máquinas fotográficas tudo em duro-alumínio com parafusos em aço inoxidável, que são convenientemente iguais aos parafusos da montagem de modo a usar apenas uma ferramenta. Embora a montagem estivesse mais ou menos equilibrada, mais um contrapeso não faria mal (próximo projecto). É porreiro ter um Pai que sabe mexer em tornos e fresadoras :))
Detalhe
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Atalaia IV - Marte
2003.09.07
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
22:00-02:00 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 23:29 UTC
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
800 imagens
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Marte 00:27 UTC
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
800 imagens
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Pátio 130 - Marte
2003.09.09
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-23:00 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 22:05 UTC
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
400 imagens
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Marte 22:25 UTC
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
800
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Leiria, Lua Cheia e Marte
Canon G1 35mm 2s a f/2.0
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Sra. do Monte VII - Sol distorcido e Lua cheia
2003.09.10
Sra. do Monte - Cortes (39.68N 8.75W alt. 395m)
18:30-19:30 UTC
Canon G1
Pôr do Sol
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Lua Cheia
Canon G1 150mm 1/4s a f/2.5
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Pátio 131 - Marte
2003.09.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-22:30 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 21:58
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)br /> 400 imagens
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Pátio 132 - Marte
2003.09.11
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-22:30 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 21:58
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
428 imagens
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Pátio 133 - Marte
2003.09.12
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-22:30 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 21:35
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
428 imagens
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Pátio 134 - Marte
2003.09.16
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-22:30 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 21:35
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
300 imagens
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Pátio 135 - Marte
2003.09.18
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
21:30-22:00 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 21:38
Meade ETX90 + Powermate 2.5x (~f/35)
340 imagens
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Capuchos X - Ocaso solar
2003.09.19
Capuchos - Leiria
18:30-19:00 UTC
Canon G1
Ocaso
Canon G1 150mm 1/500s a f/2.5
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Astrofeira - Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra
2003.09.20
Santa Clara, Coimbra
Foi realizado neste fim de semana uma Feira de Astronomia em Coimbra, onde se podia assistir a palestras sobre diversos temas, sessões de planetário, "workshops", exposições e visitas guiadas ao Observatório e Museu Astronómico da Universidade de Coimbra. Durante a noite também estiveram diversos telescópios à disposição para observação do céu e visitas guiadas. Vale mesmo a pena visitar este observatório e o seu museu que tem dezenas de instrumentos raros e antigos.
refrator Solar
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Telescópio de passagem ou de meridiano
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Espectrohélioscopio
Parte 1 - celostato
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Espectrohélioscopio
Parte 1 - espelho
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Espectrohélioscopio
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Arquivo de placas negativas
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Mesa de Medição
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O Sol em 26 de Janeiro de 1926 ...
Esta foi a primeira imagem do espectrohelioscópio
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Raios crepusculares
Não pude evitar fazer uma imagem aos raios crepusculares à saída do edifício do observatório ...
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Visita ao Observatório del Roque de los Muchachos
2003.09.23
La Palma, Canárias
Estas páginas são um relato da viagem de um grupo de Astrónomos Amadores Portugueses à ilha de La Palma do arquipélago das Canárias realizada entre 23/09/2003 e 30/09/2003.
A viagem
A preparação de uma expedição com tantas pessoas e material envolvido requereu um cuidadoso planeamento que consistiu em como colocar o equipamento e as pessoas numa ilha no meio do Atlântico o mais seguro e barato possível e claro de preferência todos ao meu tempo :).
Devido ao elevado peso do material que consistia em algumas centenas de quilogramas de telescópios, montagens, oculares, roupa, livros, computadores, mesas e bancos, decidiu-se optar pela via marítima através do despacho de uma carrinha com todo o equipamento lá dentro. Isso obrigou a uma primeira e a última etapas, de levar e trazer a carrinha do porto de Cádiz, que dista quase 600 km de Lisboa, com a duração de cerca de 6 horas. Estas primeiras etapas foram voluntariamente executas pelos Rui Tripa, Alfonso e Alberto e no retorno por Alberto, Zé Ribeiro e Rui Tripa. Tudo correu na perfeição e como previsto, só havendo um percalço no que diz respeito à alfândega que obriga a uma caução sobre o valor (elevado) da carga da carrinha, que foi resolvido com a preciosa ajuda do presidente da Associação de Astrónomos Amadores de La Palma, Toño Gonzalez, que intercedendo por nós conseguiu com que a carga fosse considerada material científico, logo isento de taxas. O equipamento já estava à nossa espera quando a maior parte de nós chegou à ilha de La Palma, sendo possível recuperar alguns dias úteis.
Partimos todos de Lisboa, tendo alguns embarcado em Sta. Apolónia e os restantes da Gare do Oriente no comboio-cama internacional para Madrid, viagem que durou toda a noite. Como é natural, todos nós estávamos excitados e felizes pelo o começo desta nossa expedição, ficando numa conversa animada e bem regada onde até se ouviram cantorias até depois do bar do combóio ter fechado a "tasca". Depois lá decidimos recolhermos e tentar dormir um pouco, coisa que provavelmente ninguém deve ter conseguido, apesar de ainda estarem à nossa frente muitas horas de viagem. Lembro-me de acordar no momento do nascer do Sol, já tendo Madrid como horizonte.
A sair do comboio em Madrid
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À espera do ferry
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Depois de sairmos do combóio na estação de Chamartin, apanhamos o Metro até ao aeroporto de Barajas - em plena hora de ponta! coisa que não se pode considerar trivial estando nós carregados de malas de viagem. Mas passada meia hora e algum esforço lá chegámos nós no aeroporto para fazer check-in e a fazer uma pausa de 1 hora numa das áreas de restauração.
Aqui houve a primeira separação do grupo, indo o Rui e Paula directos para La Palma, e os restantes em dois aviões diferentes para Tenerife. A viagem foi interessante tendo sido possível ver a costa de África e grande parte das ilhas do arquipélago das Canárias. O reagrupamento deu-se perto do fim da tarde, seguindo todos de táxi para o porto de embarque em Los Cristianos.
Quando chegamos à ilha de Tenerife já estávamos com 20 horas de viagem. Na imagem acima ainda estávamos a recuperar de uma alucinante viagem de táxi do aeroporto até ao porto de embarque em Los Cristianos, a uma média de 160 km/h só com uma mão , devido à outra estava a segurar o telemóvel, numa animada conversa . Para os taxistas, os traços contínuos na estrada são meramente decorativos, assim como os motociclistas...
O ferry
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O ferry panorãmico
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Este ferry tinha de uma velocidade máxima de quase 70 km/h, uma autêntica mota de água com um hotel de 5* em cima. Apesar do conforto, e de eu e mais alguns terem enjoado na viagem até correu mais ou menos bem. Em primeiro plano, Alfonso sempre incansável com o seus inseparáveis binóculos, a tratar de todos os assuntos do grupo que envolvessem a língua castelhana, foi o nosso "problem-solver" em toda viagem - antes, durante e depois. Na viagem de volta vim a dormir - bom remédio para o enjoo. Durante a viagem observaram-se golfinhos e baleias piloto, e as paisagens abaixo captadas.
O Teide ao largo
Mais de 3700 metros de vulcão na ilha de Tenerife
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Já era de noite quando desembarcámos em Santa Cruz de La Palma, estando à nossa espera Toño Gonzalez, que foi o nosso excelente anfitrião em La Palma, e a quem podemos eternamente agradecer a oportunidade de visitar o Observatório e ter acesso a sítios que normalmente seriam inacessíveis.
As malvadas da nuvens
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A última etapa foi uma viagem com cerca de duas horas, já nos nossos Seats Cordobas alugados na direcção da parte Norte da ilha onde estavam as nossas três casas de turismo rural. Durante este troço chegamos a parar os carros para apreciar o Céu. Chegamos então perto da localidade onde encontrámos o Rui Tripa (que já tinha chegado) que entretanto tinha feito um prévio reconhecimento da localização das casas, visto que estavam separadas alguns quilómetros das outras e em lugares de difícil localização, especialmente de noite. Fomos então todos dormir para ganhar forças para os dias seguintes.
A viagem de retorno começou às 3 das manhã com a última viagem de carro até ao porto de Santa Cruz onde depois de um bom pequeno almoço, embarcamos no ferry das 6:30 para a ilha de Tenerife. Essa viagem passei-a a dormir por isso não posso relatar grande coisa.
Em Tenerife como tivemos um intervalo de algumas horas entre o ferry e o avião alugamos uma carrinha para dar uma volta pela a ilha. Visitámos Santa Cruz, onde pudemos visitar umas lojas para comprar "regalos" e Puerto de la Cruz onde pudemos apreciar uma vista mais próxima do vulcão Teide. Tenerife, ao contrário de La Palma, está completamente virada para o turismo com todas as consequências que isso acarreta - construção desenfreada, poluição luminosa e um quase permanente desassossego, pelo menos no litoral.
A viagem de avião também a passei praticamente a dormir :) só acordando uns minutos antes de aterramos em Madrid onde já estava à nossa espera o Rui, a Paula e o Anselmo. Depois de mais umas viagens de Metro até Chamartin - onde uns ficaram para jantar em sossego enquanto outros empreenderam uma corrida de metro até a uma fabulosa loja de óptica no meio de Madrid, a Óptica Roma, que gentilmente nos deixou entrar depois da hora de fecho. Tomamos então o comboio-cama para Lisboa onde novamente e apesar do cansaço, estivemos numa conversa animada e (menos) regada, mas já a recordar os momentos passados em La Palma. Novamente o "barman" foi dormir primeiro que nós... Para mim foi dormir até Lisboa :), tiveram mesmo que me acordar :) para não falhar a saída na Gare do Oriente, onde então esperei que me fossem buscar de volta para Leiria.
A viagem foi longa e cansativa, e andamos em quase todos os meios de transporte conhecidos, exceptuando bicicletas, mas valeu bem pena pela as invulgares recordações e oportunidades únicas.
Alojamento e estadia
Casa
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Estivemos alojados em 3 casas de turismo rural, todas estas a cerca de mil metros de altitude e a uma distância média de 20 quilómetros do Observatório, cerca de 30 a 45 minutos de automóvel. A casa dos "solteiros" ficava praticamente no meio do mato, mas tinha uma boa vista para o Roque.
A arquitectura é semelhante à Portuguesa devido a muitos mestres de obra serem provenientes da ilha da Madeira. Esta casa por estar a meio caminho das outras duas (que estavam a 5 e 10 minutos de distância) foi a base de operações. Também foi aqui que fizemos a última petiscada à luz das estrelas e galáxias. O Céu aqui era tão escuro como no Roque.
Janelas à Portuguesa
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A "base"
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Restaurante
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A vista
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A vista para o mar de nuvens era uma constante. A já grande altitude das casas, colocava-as acima da primeira e mais densa camada de nuvens. Qualquer das casas daria um local excelente para um observatório.
Quando havia tempo, não nos poupávamos a uma boa refeição. Este restaurante "o Bernecal", embora algo lento a servir tinha comida excelente e relativamente em conta. De notar que acima dos mil metros não havia casas, quanto mais restaurantes. Era necessário levar mantimentos para o topo. No que diz respeito a gastronomia tivemos oportunidade de apreciar os pratos regionais e em todos eles bem.
Ficaremos sempre gratos com a generosa hospitalidade com que nos receberam, desde da permissão de acesso ao local até à disponibilização de (vários) locais para montarmos e guardarmos o nosso equipamento, assim com local para descanso caso necessitássemos. Será memorável a magnífica oportunidade que nos proporcionaram de visitar praticamente todos os grandes telescópios do Observatório, facultando-nos acesso a áreas que julgávamos de acesso bastante restrito. Em todas estas visitas fomos acompanhados por vários astrónomos que para além da sua obrigação nos levaram pelos os recantos mais escondidos de cada uma das instalações. É necessário salientar que são instalações de investigação científica, geralmente vedadas ao público.
Também foi igualmente gratificante a notícia com 2/3 de página que foi publicada maior jornal da região a assinalar a nossa visita.
A eles damos o nosso mais sentido e caloroso OBRIGADO. São eles: Sr. Presidente da Associación Astronómica de La Palma Juan Antonio González Hernández, Javier Mendez (Herschel, Isaac Newton), Bernard Nicolet (Mercator), Noel (telescópio Solar Sueco), Marco Pedani (Galilleo Nazionale Telescope), Ramón (GTC) e todos e Directores e Astrónomos que nos deram autorização para efectuarmos nos seus recintos ou proximidades de modo a que pudéssemos efectuarmos as nossas observações.
A grande escalada
12 km para subir 1400 metros
Começou por demorar 45 minutos a fazer este troço, mas para o final já tinha baixado dos 18 minutos...
Incontáveis curvas,com bastantes fazendo 180°
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El Roque
Vista panorâmica do "nosso" heliporto
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Os heliportos
A primeira noite foi passada no heliporto mais próximo à esquerda na imagem
Mais abaixo eram as instalações dos astrónomos e pessoal técnico
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Magic Telescope 17m
Major Atmospheric Gamma Imaging Cherenkov telescope
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"Staff Only"
Como se pode reparar em segundo plano estávamos completamente à vontade
O Observatório pôs-nos à disposição um lugar para dormir se necessitássemos, assim como livre trânsito no recinto
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A chave
Não nos podíamos sentir mais estupefactos e privilegiados por nos confiarem uma chave do Observatório
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Galileo
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GTC
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Herschel, Solar
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Isaac Newton Observatory
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A primeira noite
Nada pode descrever o sentimento de antecipação de passar uma noite com os nossos telescópios num dos melhores locais de observação astronómica do nosso Planeta na companhia de outros tantos gigantescos primos. Apesar das condições atmosféricas não terem sido as ideais, havendo algum vento e turbulência, acho que sinceramente nem um ciclone nos arrancaria de lá.
A escuridão e transparência do Céu eram excepcionais não só no topo do Roque de Los Muchachos, como em praticamente toda a ilha de La Palma. Isto tudo em parte graças a um céu protegido por Lei que obriga a que os candeeiros de iluminação pública sejam direccionados para o chão e na utilização de lâmpadas de sódio da alta pressão.
Iluminação pública
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O resultado final é um céu escuro por toda a ilha, inclusive até bem perto de povoações, que parecem pintalgadas de pequenos pontos de luz amarela, que de facto evitam as enormes abóbadas de luz que lamentavelmente são tão vulgares no "mundo civilizado" e que nos negam a todos nós o direito de desfrutar o resto do Universo. Na imagem acima é possível reparar na localização da lâmpada bem no interior do candeeiro. Não é realmente necessária grande tecnologia para evitar a poluição luminosa, apenas um pouco de bom senso.
Foi vulgar pararmos os carros no meio de nada e apreciar a quase instantânea visão da Via Láctea em todas as suas ramificações, assim como muitos dos objectos que normalmente não são visíveis à vista desarmada exceptuando em locais realmente escuros e transparentes - tudo isto sem prévia adaptação da visão nocturna! Parecia o paraíso dos astrónomos.
Na realidade só olhar para aquela imensa abóbada celeste com a vista desarmada já era suficientemente espectacular, sendo possível observar sem qualquer instrumento objectos como a Messier 33 em Triângulo, os enxames de cocheiro Messier 36, Messier 37, Messier 38 e numerosos "Messiers" em Escudo, Sagitário e Escorpião. Ninguém ficaria indiferente a semelhante espectáculo, astrónomos ou não-astrónomos. Também digno de nota foi poder apreciar constelações mais a Sul que em Portugal continental não se conseguem observar bem ou na sua totalidade, visto que a localização geográfica de La Palma ter menos cerca de 10° de latitude (27°).
Entre outras, era possível observar as constelações do Gru (que parece uma girafa a correr), a Microscópio (nome algo adequado), a Fénix (parcialmente), o segmento mais baixo da Eridanus e a Fornax (ainda bem baixa), e as de Columba, Cão Maior e Pupis em todo o seu fulgor, assim como o Sagitário e Escorpião bem altas no horizonte. O binóculo parecia ter ganho uma outra dimensão, aumentando exponencialmente de abertura fazendo com que a grande galáxia de Andrómeda, Messier 31, se espalhasse por mais de 3 graus, tendo as suas satélites Messier 32 e Messier 110 como que a flutuar. Também a maior e mais próxima nebulosa planetária Helix (ou Helical) aqui 10 graus mais alta, se apresentava simplesmente grandiosa e verdadeiramente impressionante, espalhando-se por uma área quatro vezes maior que a sua congénere em Vuloecula, Messier 27.
Foi um prazer indescritível passear com o binóculo pela a área de Escorpião e Sagitário com as suas nebulosas, enxames abertos e globulares, seguindo por aí acima os braços da nossa Galáxia por Escudo e a Águia até Cisne onde também se adivinhava "North America", iniciando-se então a descida por Cefeu (com a sua gigante vermelha Mu), Cassiopeia onde se pode observar inúmeros enxames, Perseu do famoso Duplo e finalmente Cocheiro que alberga 3 exemplares distintos de enxames abertos. Enfim, a Galáxia em todo o seu esplendor, parecendo um verdadeiro parque de diversões para quem gosta de observar o céu como um todo, rodeado por uma Natureza quase intocada. Só por este espectáculo valeu a pena.
Os "Aficionados"
Da esquerda para a direita
Alberto, Zé, Anselmo, Rui, Alfonso, Pedro, Luís e Hugo
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Chegamos ao ORM ao fim da tarde, depois de uma bem sinuosa estrada com 12 km em que se subiu cerca de 1400m - da primeira vez gastamos 45 minutos. Durante este troço (que repetimos por diversas vezes) era possível apreciar as árvores (pinheiros essencialmente) que gradualmente iam ficando mais esparsos até desaparecerem completamente depois dos 2000 metros de altitude dando lugar a uma forte vegetação rasteira. O ar já se notava um bocado mais rarefeito e seco, assim como a temperatura que desceu bastante, mas sem contudo causar algum impacto notável para o organismo.
Estacionamos os carros num dos três heliportos do Observatório e depois de tirarmos umas imagens para a posteridade, descarregamos a preciosa carga da carrinha (onde nem cabia nem mais uma ocular), sendo todos os telescópios montados sem excepção, preparados para nos dar alegrias.
A carrinha
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A carrinha foi descarregada pela primeira vez já lá em cima, e para alívio de todos, todo o equipamento chegou sem qualquer problema, isto depois de ter viajado mais de 1500 km por terra e barco. A quantidade de telescópios e acessórios poder-se-ia considerar impressionante assim como o seu valor, quer material como afectivo. Tenho as minhas dúvidas que muitos se quer ponderariam a empreender tal façanha com o seu equipamento. Mas os instrumentos são para se utilizar e felizmente o seu transporte correu tudo como previsto, tanto na ida como na vinda.
Esta foi a carrinha onde se transportou praticamente todo o equipamento: Obsession 18",Obsession 15" com GOTO, Merak 12", Takahashi Melow 10", Skywatcher 8", refrator TMB 4", Swarovski 80mm, Takahashi FC-60, Losmandy G11 com Gemini, Vixen New Atlux , 2 tripés de madeira Baader e Berlebach, alguns quilos de oculares, roupa, computadores, livros, diversas baterias de 12v, mesa, bancos.
Takito desafia GranTeCan
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Apesar do Sol já estar muito baixo, não resisti dar a primeira luz ao Takito a 2300 metros de altitude - a observar o Sol claro :)), tendo também o Rui montado o refrator TMB de 4" com filtro h-alpha. Não me recordo de alguma vez ter observado o Sol com condições de tanta estabilidade, que era simplesmente espantosa, mesmo tendo em conta a já baixa altitude do Sol. Ver aqui imagens do Sol.
Antes de montarmos os telescópios fomos fazer a nossa primeira visita ao Swedish Solar Telescope (SST), onde se registou este pôr do Sol nas nuvens na imagem abaixo.
A grande altitude e amplo horizonte torna cenas como o fim do dia verdadeiros espectáculos da Natureza.Aqui o Sol ainda não estava propriamente a pôr-se, mas sim a desaparecer na camada de nuvens mais baixa. Notar o perfeito recorte do disco solar. Momentos a que ninguém pode ficar indiferente.
O Crepúsculo
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Apesar das noites e dias passados no Observatório (ORM) não possam ser consideradas como boas tendo em consideração o local, sentindo-se algum vento que além de causar alguma turbulência, tornava a operação dos grandes Obsessions e Merak algo complicada, pois a sua área pode-se considerar uma autêntica vela. A humidade relativa era bem mais baixa do que estamos habituados por cá, mas contudo, não impediu que as condições fossem semelhantes às encontradas nos melhores céus alentejanos, mas obviamente melhores no que diz respeito à transparência devido à grande altitude. Não tivemos realmente muita sorte.
Depois de montados os telescópios, fomos apaziguar os estômagos com o tradicional piquenique crepuscular que é sempre um momento de alegre tertúlia e convívio bem à Portuguesa, após a que se seguiu uma excitante caça a todos os objectos.
O rol de objectos observados foi extenso e variado, assim como a raridade de alguns deles
Dos que mais marcaram nesta primeira noite podem-se encontrar a observação visual directa de todo o Quinteto de Stephen em Pégaso nos 18" e 15" e as estrela(s) centrais da Messier 57, que até o Takahashi Mewlon de 25cm teve o desplante de mostrar para alegria do seu dono, Alfonso. Com céus desta categoria, para além de tentar a observação de objectos tradicionalmente difíceis, é sempre obrigatória a visita a muitos dos objectos favoritos, pois muitos deles ganham outra vida, sendo possível ver mais ou diferentes detalhes de outras observações.
Cada um passou a sessão com bem apeteceu e gosta, por exemplo, o Pedro andou toda a noite a saltitar de objecto em objecto com o seu skywatcher de 20cm montado numa G11 a fazer imagem com uma webcam modificada, acabando a noite com a cabeça do cavalo em Orion que nessa noite nos escapou visualmente.
Mais particularmente, fiz uma pequena ronda com o Takahashi de 60mm a 20x e 56x guiado pelo meu inseparável Karkoschka (anotado), revisitando bastantes objectos à medida que o Céu ia rodando, salientado contudo uma fabulosa vista da Helix, North America e ambas as Veils todas com o filtro UHC.
A festa
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Na imagem acima é possível constatar a intensa actividade entre os telescópios, tendo como pano de fundo o GTC e o Galileo. Ainda deu para experimentar um binoviewer Denkmeier com duas Panoptics de 24mm e duas Nagler Zoom - o arranjo de sonho com imagens verdadeiramente envolventes. Durante toda a noite foram aparecendo junto a nós astrónomos e pessoal técnico do Observatório para conversar e dar umas espreitadelas através dos telescópios, coisa que curiosamente é algo rara por aqueles lados.
Para o fim da noite o vento começou a soprar mais forte obrigando a um encerrar prematuro da sessão, voltando novamente a ter que arrumar quase tudo na carrinha, tendo ficado esta nas instalações do Observatório que nos foram gentilmente cedidas. Fomos embora cansados mas felizes.
"Starparty" no GTC
A segunda e última noite ficou reservada para uma "starparty" em conjunto com a Asociación de Astrónomos Amadores de La Palma no recinto do GranTeCan, tendo-nos sido gentilmente cedido e a título extraordinário para proporcionar um local mais abrigado do por vezes forte vento que se fazia sentir. Também como reserva tínhamos um local junto ao Mercator disponibilizado pelo o seu astrónomo residente Bernard Nicolet.
Fazer observações astronómicas perto daquele que irá ser o maior telescópio do Mundo e também na companhia de outra dúzia de telescópios de grande porte será sempre um momento raro e inesquecível, não só pela a presença material, mas sim pelo espírito único do local.
A sensação de estar e de partilhar um sítio especial do nosso Planeta - no topo do Roque del Muchachos - é no mínimo comparável à excitação de observar pela a primeira vez a nebulosa de Orion ou o planeta Saturno ao telescópio. Por mim não restam dúvidas que não necessitaria de mais que um mero binóculo para ter ficado igualmente plenamente satisfeito. O local, o Céu, o ambiente e a companhia teriam sido mais que suficientes para ser memorável. Mas no entanto o nosso grupo foi um bocado mais longe, abdicando do comodismo e conforto, trouxemos os nossos próprios instrumentos, que tendo em consideração a quantidade, tamanho e valor, poder-se-á considerar um feito raro e pouco usual. Observar naquele local com os nossos próprios instrumentos tornou sem dúvida a experiência ainda mais completa. Tal como os seus donos, os instrumentos também têm a sua história e estarão sempre associados à memória das experiências passadas por ambos. É como ir ao "Disney World" e deixar as crianças em casa "só porque dão trabalho"...
Esta foi uma noite até ao Sol nascer, isto apesar da intensidade dos dias e das noites que a tinham precedido que entretanto já tinham feito algumas baixas nas nossas fileiras. A primeira metade da noite foi preenchida com diversas visitas e revisitas aos objectos mais espectaculares e acessíveis para o público menos habituado às relativamente grandes aberturas disponíveis, mas mais uma vez a lista de objectos observados foi extensa e variada.
Desta noite e para a posteridade ficaram as raras vistas em visão directa da "Horsehead Nebula" (Barnard 33) em IC434 na constelação de Orion e a "California Nebula" NGC 1499 em Perseu, ambas observadas usando o Obsession 15" com a Panoptic de 22m e filtro H-beta. A "cabeça" é na realidade bem maior do que tinha ideia, tendo sido bem notória a sua forma típica. É realmente necessário este filtro H-beta para observar visualmente estes singulares objectos.
Durante toda a noite fui fazendo no local algumas exposições em película (Fuji 1600) quer em tripé fixo, quer em "piggy-back" na montagem Sky patrol.
Apenas lamento de não ter tido mais tempo e oportunidade de fazer mais algumas imagens para complementar um bocado mais o relato. De qualquer modo as poucas imagens abaixo dão uma vaga ideia do que é aquele Céu. Se desejarem ver imagens feitas por Marco Lorenzi (um conhecido astrofotógrafo) nessa mesma noite ver aqui e aqui.
Após o crepúsculo astronómico iniciou-se a arrumação de todo o material na carrinha, ficando praticamente pronta para a sua viagem de regresso. Regressamos então mais uma vez a casa cansados mas um bocadinho menos felizes porque sabíamos que esta seria a última noite lá em cima.
Á sombra do GranTeCan
Obssesion 15", Merak 12", ETX125 e Tak60
Aquela gigantesca sombra é a cupula do GranTeCan a quase 50 metros
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El GranTeCan
Exposição de 1 hora com objectiva de 50mm a f/5.6
A cúpula é bastante reflectiva, notando-se a luz dos "stops" dos automóveis que entravam e saiam do local
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Galileo e a Orion
Exposição de 32 minutos com objectiva de 50mm a f/5.6
Porquê 32 minutos ? bem porque tive de ir acorrer salvar a câmara que estava no meio da estrada, pois como não se pode ligar os médios no recinto iam quase passando por cima dela...
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Orion
Exposição de 5 minutos com objectiva de 50mm a f/4 em "piggyback" na Sky Patrol
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Galieo e o Cão
Exposição de 5 minutos com objectiva de 50mm a f/4 em "piggyback" na Sky Patrol
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A torre solar
Esta torre de 5 andares alberga aquele que é considerado o melhor telescópio solar da actualidade
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O computador
Tivemos uma visita guiada feita por um dos cientistas residentes
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A explicação
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No cimo da torre
Eu ia morrendo de frio no topo da torre do telescópio, além da impressão que causava estar em cima de uma grade a cinco andares de altura...
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A mesa de trabalho
Só aqui chega 9% da luz captada, o que ainda corresponde a cerca de 700 watts! A luz é então direccionada para os diversos instrumentos
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Detalhes da mesa de trabalho
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Herschel
Já com a cúpula aberta para iniciar a tradicional captura de "flats" É o telescópio com maior abertura do Observatório
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Herschel
Ok, é MESMO grande
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Zé & Herschel
"Só é um bocadito maior que o meu..."
(dono de um 18" Obsession)
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O grupo
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A Baffle
O Javier a perguntar se não conhecíamos alguém que precisasse de uma bafflezita de secundário em segunda mão...
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Prime focus
"Olha um quasar.Na realidade estava a olhar para a saída de escape do nitrogénio líquido que refrigera um dos CCD...
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O Mestre Engenheiro
"O problema de isto estar a ter um desvio de 0.05" por hora é deste parafuso estar mal apertado"
O Herschel nunca mais ficou o mesmo
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A placa
Uma placa destas fica sempre bem num observatório astronómico
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Espelho meu, espelho meu....
Quatro metros e vinte...quatro metros e vinte...quatro metros e vinte
Uma imagem de rara beleza com a cortesia do operador do telescópio
Não sabemos nem como agradecer ao nosso guia e ao operador terem nos deixado assistir à abertura da imensa cúpula e terem colocado o telescópio em posição de podermos fazer esta imagem
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O secundário
"Acho que ali precisa de um bocadinho de fita-cola..."
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A sala de controlo
Outro local de acesso bastante restrito
Foi possível ver imagens quase em primeira mão
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O Autostar
"Só tem mais uns botõezinhos"
A consola do operador
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O posto dos Astrónomos
Javier a mostrar algumas das suas imagens
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A supernovae
Este telescópio como supernovae de 18 mag. ao pequeno almoço
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A biblioteca
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Isaac Newton Telescope
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O telescópio
Bastante mais clássico, pois até tinha um refrator de 7" em "piggyback"
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Sala de controlo
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Mercator
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O Telescópio
Este já é um bocado mais portável que o Herschel
O seu solitário operador, um cientista Suiço chamado Bernard Nicolet, proporcionou-nos uma excelente visita ao seu local de trabalho
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O Telescópio
Marco Pedani foi o nosso anfitrião mostrando-nos quase tudo o que havia para ver neste telescópio que tem a tecnologia mais avançada do recinto
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Actuadores
Para manter espelho bem acomodado
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Ópticas adaptivas
Ainda são um bocado para o grande
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Lição prática
Como lavar um espelho de 3,5 metros sem arruinar o orçamento familiar
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O espelho
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A recordação da praxe
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El GranTeCan
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O centro
É daqui que tiram todas as medidas
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Sala de controlo
TFT fixe
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Hal 9000
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Um quinto do buraco
De fora não dá para imaginar a imensa catedral que esta cúpula realmente é.
Desta base até ao topo da cúpula são 22 metros...
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A panela da sopa...
..de alumínio. Mesmo à medida dos segmentos como convém.
Será que servem para fora ?
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A peça
Uma das células dos segmentos
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A imagem de família
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A de família em tempo real
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Cá fora
Foi complicado tirar esta imagem, porque a câmara teve de ficar a 20 metros de nós para apanhar (quase) tudo
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Turismo
Bonito
Tão espectacular como o Céu só mesmo a Terra
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O Cume
El Roque de los Muchachos 2426m
Fazia vento que se fartava, quase que parecia que nos arrastava para o fundo da caldeira
que estava 1200 metros mais abaixo quase a pique.
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A subida
Parámos para fazer a imagem abaixo. Alugámos 3 Seats Córdoba paras as nossas voltas
A gasolina era mais barata que a água, custava quase 90 paus...
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A costa
Puerto Domingo
Também aproveitámos para dar umas passeatas pela ilha
La Palma tem uma extensa rede de caminhos pedestres,
todos devidamente sinalizados
um verdadeiro paraíso para quem gosta de boas caminhadas
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Altitude 100
Alberto e Adília numa escalada
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Altitude 0
Alfonso aos saltos - foi o único a banhar-se no Atlântico
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A costa 2
"vou num instante lá abaixo molhar os pés"
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Comprar os "regalos" em Santa Cruz de La Palma
Esta é a capital da ilha com a principal rua comercial cheia de turistas, lojas e artistas de rua
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O nosso último pòr do Sol em La Palma
Imagem feita da casa
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Factos
Data 24/09/2003 a 30/09/2003
Local Ilha de La Palma - Canárias
Pessoas Alfonso Portela, José Ribeiro e Fátima, Luís Carreira, Hugo Silva, Rui Tripa e Paula, Pedro Mota e Adília, Anselmo Dias e Alberto Fernando
Ver o site do "Grupo da Atalaia" em http://www.atalaia.org
Equipamento
- Obsession 18"
- Obsession 15" equipado com ArgoNavis e ServoCAT
- Merak de 12"
- Takahashi Mewlon de 10" numa Vixen New Atlux
- Dobson Skywatcher de 8" em G11
- refrator TMB 100/800 com h-alpha numa Giro2 em tripé Baader
- refrator Swaroski 80mm
- Takahashi FC-60 em Takahashi Sky Patrol II e tripé
- Binóculo Swaroski 8x50, minolta 10x50
- Oculares: 2 Nagler Zoom, Naglers 9mm, 12mm, 22mm, 31mm, 2 Panoptics 24mm (com binoviewer denkmeier), 1 Panoptic 22mm. Radian 14mm. Powermates 2.5x e 5x, barlow 2" 4x.
- 2 computadores portateis para aquisição de imagem CCD com webcam modificada.
- câmaras fotográficas Canon f5, Nikon FM2 e Olympus OM-1 e diveras digitais
- Livros - Observer's Sky Guide, Karkoschkas, Bright Star Atlas.
- Mesa e dois bancos
- 4 baterias de 27 amph
Créditos de imagens Luís Carreira, Rui Tripa e Hugo Silva
Notícia no jornal local
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Atalaia V - Marte
2003.10.05
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
21:30-04:00 UTC
Meade ETX90 90mm f/13.9 (~1250mm) + powermate 2.5x (~f/35) + Toucam Pro
Marte 01:07 UTC
Dobson 20cm+Powermate 2.5x f/15
420 imagens
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Arco-íris completo e a ilha da Berlenga
2003.10.25
Paredes da Vitória
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm), Radian 14mm , Canon G1 (34mm)
Sessão não muito astronómica, mas estas imagens foram feitas enquanto estava à espera de uma aberta para fazer uma imagem o Sol. Como se pode reparar na imagem - não abriu completamente e ainda por cima eu e o Takahashi apanhamos uma molha - mas valeu a pena pelo ar marinho e as imagens abaixo.
arco-íris
Enquanto que esperava que o Sol saisse de detrás das nuvens , no lado oposto
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Berlenga
É comum em dias de tempestade conseguir-se observar a Berlenga e o seu faról com relativa facilidade.E neste dia de tempestade não foi excepção, a ilha parecia estará flutuar no mar, com certeza uma miragem.
A sua distância era de mais de 50 km...
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Farilhões
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Atalaia VI - Imagens de Messier 42, Messier 35, Messier 36 entre outras
2003.11.01
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
Magnitude ~5. Céu com algumas nuvens altas e neblinas. Muita humidade. Temperatura ~5°
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm), Takahashi Sky Patrol II
Nikon FM2 com 50mm f/4 e 300mm f/4.5
Noite como que encomendada, pois houve uma breve pausa no mau tempo que se tem feito sentir. O convívio na Atalaia foi excelente como é habitual. Estiveram presentes para além dos astrónomos, talvez uma dúzia de telescópios e também binóculos de boa qualidade: Takahashi, Swaroski e Fujinon (este é meu), com os quais tive oportunidade de dar uma boa olhadela em todos eles. O binóculo Takahashi 22x60 é realmente excepcional, dá vistas verdadeiramente astronómicas! o par de galáxias Messier 81/Messier 82 esteve memorável.
A humidade atacou logo de início, mesmo antes da Lua se pôr já tinha tudo embaciado, mesmo com o Kendrick a funcionar a máximo (o meu não me parece estar a aquecer muito agora). Mas no entanto o aquecedor de isqueiro lá salvou a noite, mas ainda assim tive de secar por diversas vezes, não evitando ao fim da noite todo o equipamento tivesse ficado encharcado.
A noite não esteve particularmente transparente, mas por outro lado também não esteve muito turbulenta. O Mewlon de 250mm e o Obsession de 15" deram umas boas imagens de Saturno, que já se encontra bastante alto a meio da noite. A nebulosa de Orion no Obsession com filtro OIII, revelava mais estrutura e mais alguns enlaces. De resto, acho que o pessoal andou entretido com muitos mais objectos e também a fazer imagem. Ver em http://www.atalaia.org/encontro.php?id=35 para mais imagens.
Desta vez usei uma velhinha e funguenta objectiva Nikkor de 300mm f/4.5 que me emprestaram. A julgar pelos os fotogramas, as estrelas são completamente pontuais até ao extremo na sua abertura máxima (f/4.5). Este comprimento focal parece-me ideal para imagem de campo largo, apesar desta objectiva já fazer exceder em muito a capacidade de carga da Sky Patrol, devido ao facto de o telescópio e a câmara fotográfica com esta objectiva pesarem mais do dobro da montagem!, sendo bastante moroso e complicado arranjar um bom equilíbrio, obrigando-me a fotografar a +-30 graus do meridiano para impedir que a montagem faça "harakiri". Por outro lado quando está equilibrada esta montagem é um autêntico relógio suiço.
O filme utilizado nesta sessão foi o fuji Superia 1600, que para um filme de 1600 ASA não tem muito grão e a sensibilidade permite fazer imagens de pouca exposição 5 minutos e conseguir arrancar algumas nebulosidades. A sensibilidade ao vermelho é muito baixa para grandes aventuras em nebulosas.
Todas as imagens abaixo foram guiadas à mão seguindo uma estrela a 250x, das quais saliento a imagem de Messier 35.
Plêiades (Messier 45) e as Híades (Mel 25) em Touro
Exposição de 5 minutos com objectiva de 50mm a f/4
Esta foi a primeira da noite "para aquecer"
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Nebulosa de Orion (Messier 42) e Messier 43
Exposição de 5 minutos com objectiva de 300mm a f/4.5
Aqui ainda não tinha aquecido lá muito bem...
uma pequena distracção na guiamento e lá sai a exposição estragada: a tolerância de erro a 300mm já é bastante baixa. Apenas tem o mérito de ser o meu primeiro registo da Messier 42
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Flame (NGC2024) em Orion
Exposição de 8 minutos com objectiva de 300mm a f/4.5
Claramente precisa de bastante mais tempo de exposição e filme sensível ao vermelho.
A cabeça do cavalo (IC434) ficaria mais abaixo
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Messier 36 em Cocheiro
Exposição de 4 minutos com objectiva de 300mm a f/4.5
Pensava que estava a expor o Messier 37 :) era só dedinhos abaixo
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Messier 35 em Gémeos
Exposição de 5 minutos com objectiva de 300mm a f/4.5
Nem todas as imagens podem correr mal
Esta ficou particularmente focada e bem enquadrada, tendo até estrelas com mais de 12 de magnitude (um recorde pessoal :) ).
É possível observar ainda os enxames abertos NGC 2158 e NGC 2129.
Na zona superior esquerda está a TU geminorum, que é uma estrela de carbono extremamente vermelha (C6.4)
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S.Pedro de Moel VIII - Eclipse lunar total
2003.11.08-09
S.Pedro de Moel
Muito nublado
Takahashi FC-60 60mm f/8.3 (500mm), Takahashi Sky Patrol II, Televue Radian 14mm (36x 101') e Canon G1
Este foi o segundo e último eclipse lunar total dos que foram possíveis de observar em Portugal neste ano. Embora não se possa considerar um fenómeno raro, é um espectáculo a nunca perder, pois nem sempre é possível observá-los devido às condições meteorológicas.
Ao contrário do eclipse lunar de Maio, desta vez tive a felicidade de ter algumas (muito poucas) abertas, nas quais tirei as também poucas imagens do evento, não tendo provavelmente mais de 20 minutos de céu aberto em toda a sua duração, mas no entanto, deu para apreciar o fabuloso espectáculo da Lua avermelhada completamente rodeada de estrelas com a vista desarmada, sendo ainda mais impressionante no binóculo. É um espectáculo estranho e belo.
Côroa lunar
Este efeitos atmosféricos podem ser bonitos, mas para este eclipse não foram nada boa notícia...
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A Lua às 22:00
A Lua a 15 minutos de entrar na penumbra
exp: 1/500 s f/4
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A Lua às 00:01
Tinha entrado na umbra há meia hora
exp: 1/250 s f/2
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A Lua às 00:17
exp: 1 s f/2
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A Lua às 00:35
exp: 1 s f/2
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A Lua às 01:03
quase a entrar na totalidade
exp: 1 s f/2
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A Lua às 01:26
Em pleno eclipse total - entre 2 e 3 de luminosidade segundo a escala de Danjon
Na imagem é possível ver várias estrelas tendo uma delas magnitude 9
exp: 8 s f/2
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A Lua e as Plêiades (Messier 45) às 01:35
Nesta altura, já tinham passado alguns minutos depois do fim da fase da totalidade, mas ainda deu para ver a Lua rodeada de estrelas, sendo verdadeiramente espectacular no binóculo
exp: 8 s f/2.5 (100mm)
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A Lua, as Plêiades (Messier 45) e as Híades às 01:33
Imagem de família com a constelação do Touro
exp: 8 s f/2.5 (34mm)
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O equipamento
A Sky patrol portou-se bem, mesmo com o meio quilo de Canon G1 montada por cima da ocular.
Seguiu a fielmente a Lua durante uma hora sem qualquer correcção, o que em muito ajudou na imagem da Lua na totalidade que foi efecutada numa pequena aberta.
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Outros eclipses lunares aqui no Pátio
Pátio 136 - Lua no perigeu e apogeu
2003.11.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Takahashi FC-60 60mm+Extender-Q f/13.3 (800mm), Televue Radian 14mm (57x 65') e Canon G1
As duas imagens abaixo foram feitas em 20/02/2003 e 08/11/2003, quando a Lua se encontrava a 363.000 km tendo um tamanho aparente de 32,9 e 402.300 km e 29,7' respectivamente. A comparação demonstra que essa diferença pode ajudar em muito a ilusão do tamanho da Lua.
Lua no perigeu e apogeu
Comparação do tamanho aparente da Lua no seu ponto de órbita mais próximo e o mais afastado
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Pátio 137 - Marte e Saturno
2003.11.17
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Takahashi FC-60 60mm f/8.3 (500mm) com Powermate 5.6x (f/45), Takahashi Sky Patrol II
Provavelmente a minha última imagem de Marte desta aparição e a primeira de Saturno.
Marte em 16/11 19:11
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Saturno 18/11 01:16
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Pátio 138 - Saturno
2003.11.24
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90 90mm f/28 (2500mm) com Ultima 2x, Takahashi Sky Patrol II
Saturno 25/11 00:30
Meade ETX90 90mm f/28 (2500mm) com Ultima 2x
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Pátio 139 - Saturno a 12 dias da oposição
2003.12.20
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Meade ETX90 f/14.3 (1283mm)com Meade #126 1.8x, Takahashi Sky Patrol II
Saturno 19/12 23:45
Meade ETX90 f/14.3 (1283mm)com Meade #126 1.8x Magnitude: -0.4
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Pátio 140 - A determinar a escala
2003.12.23
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) com Powermate 5.6x (f/45) e redutor focal 0.5x brighstar, Takahashi Sky Patrol II
Sessão para experimentar o redutor focal adquirido na recente inauguração das novas instalações da Perseu.
Mesmo com o Takahashi FC-60 com 500 mm de distância focal, ainda foi necessário fazer mosaico para registar a quase totalidade das Plêiades. Usando o Skymap foi calculada uma resolução é de 4.7 segundos de arco por pixel, o que é excelente pois permite a imagem da totalidade do Sol ou Lua usando a Philips Toucam a 640x480 proporcionando um campo de 50'x37.A magnitude estelar alcançada foi quase de 9. Nada mau para uma exposição de 1/25 segundos com o ganho no máximo (a toucam não é modificada), mas obviamente pouco mais se pode fazer.
Plêiades
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + redutor Brightstar 0.5x
A forma particular das Plêiades é quase visível
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Saturno 2003-12-23 01:30
Takahashi FC-60 + powermate 5.4x
Magnitude: -0.4
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S.Pedro de Moel IX - Crepúsculo Natalício
2003.12.24
S.Pedro de Moel
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm), Radian 14mm, Takahashi Sky Patrol II, Canon G1
Mais uma vez fui ver terminar o dia num dos meus locais predilectos - o miradouro de S. Pedro de Muel. O céu estava limpo, mas já se viam bastantes nuvens ao largo. O frio e vento eram muito intensos e realmente só faltava mesmo nevar...
Sol distorcido
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + Radian 14mm
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Lançamento do Centro Espacial das Berlengas :))
Canon G1
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Vénus e Lua
Canon G1
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Crescente fino da Lua
Canon G1
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Vénus em Capricórnio
Canon G1
Com algum esforço ainda é possível reparar na luz de Vénus reflectida no mar.
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Aeródromo XVII - Conjunção Natalícia
2003.12.25
Aeródromo da Gândara do Olivais (39.77N 8.82W alt. 52m)
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm), Radian 14mm, Takahashi Sky Patrol II, Canon G1
A Lua e Vénus - 17:34
Canon G1 150 mm
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A Lua e Vénus filtrados pelas nuvens- 17:34
Canon G1 150 mm
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A Lua e Vénus filtrados pelas nuvens- 18:27
Canon G1 150 mm
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A Lua em Crescente fino e luz da Terra- 17:51
Canon G1 150 mm
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A Lua em Crescente fino e luz da Terra 19:00
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm)
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